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Dia a dia

ES tem 41 vezes mais mortes pela covid-19 que o Uruguai

Apesar do recente crescimento nos casos, o Uruguai se destaca entre os países no combate ao coronavírus, com números muito inferiores aos de outros países. Confira como o governo uruguaio enfrentou a doença

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Coronavírus. Foto: Pixabay

Coronavírus. Foto: Pixabay

O Uruguai atravessa, desde novembro, um onda de crescimento nos casos de covid-19 e isso levou o governo a decretar o fechamento das fronteira com Brasil e Argentina a partir dessa segunda-feira, dia 21. O governo uruguaio tomou essa decisão a partir do crescimento do número de casos registrado nas últimas semanas. No entanto, os números estão num patamar bem inferior àqueles vistos no Espírito Santo, que tem uma população parecida com a do país vizinho. Entre terça e quarta-feira, dia 16, foram registradas no país 476 novas infecções. No mesmo dia, o Espírito Santo também atingiu seu número recorde de casos registrados em 24 horas: 2.989, ou seja, seis vezes maior. Quando se olha todo o período da pandemia, essa diferença é ainda mais flagrante. Até o sábado, dia 19, o Uruguai registrou 2.989 caos e 109 mortes. O Covid, da Secretaria da Saúde, registrou, até sábado, 227.245 casos e 4.474 óbitos. Ou seja, com 3,8 milhões de moradores, o Espírito Santo tem 41 vezes mais registros de óbitos quando comparado com o Uruguai, com 3,4 milhões de habitantes.

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Apesar do crescimento nos casos, o Uruguai se destaca entre os países da América Latina no combate ao coronavírus, com números muito inferiores aos de outros países. E conseguiu esse desempenho sem adotar o lockdown. O governo investiu pesadamente na conscientização da população para enfrentar a pandemia. Sem confinamento, mas com uma divulgação constante de informações, um sistema de saúde forte, um intenso trabalho de rastreio de contatos e contando com a colaboração da população, o país conseguiu ter o menor registro da doença na América do Sul. Até junho, o Uruguai teve vários dias consecutivos sem nenhum novo caso, mas, desde outubro, e principalmente a partir de novembro, as infecções começaram a crescer, atingindo um recorde de 533 em 13 de dezembro.

Tanto no Uruguai quanto no Espírito Santo, há uma concentração de moradores nas capitais. Como ocorre com a Grande Vitória, praticamente metade da população uruguaia mora no região metropolitana de Montevideo. Lá, não houve a decretação da quarentena como no Espírito Santo. As medidas foram anunciadas em 13 de março, quando o Uruguai registrava quatro casos da doença. O governo tomou algumas ações básicas, como a suspensão das aulas e de espetáculos. Não houve proibição de atividades econômicas, mas um apelo forte para a consciência individual diante da pandemia. As regras de distanciamento social e a disciplina da população evitou a quarentena forçada.

Mais medidas
Além do fechamento de fronteiras até 10 de janeiro, o presidente do Uruguai, Luis Lacalle Pou, anunciou na quarta-feira (16) novas medidas para tentar conter o aumento de casos de covid-19. Espetáculos públicos também foram suspenso até 10 de janeiro, houve regulamentação do direito de reunião e a ratificação do fechamento de bares e restaurantes à meia-noite. Porém, mais uma vez, Pou afastou qualquer possibilidade de decretar o confinamento obrigatório, medida que seu governo nunca ordenou, e disse estar convencido de que os uruguaios “vão reagir” à nova situação. O presidente considera o crescimento recente dos casos como a primeira onda no país.

O Espírito Santo vive o segundo pico da doença, e novas restrições em algumas atividades econômicas e sociais aram a valer para os municípios classificados em risco moderado e alto no Mapa de Risco Covid-19. Porém, as aglomerações são visíveis, e a população continua frequentando superlotando bares e casas noturnas. Em todo o estado, o número de internações também aumentou e a estratégia do governo foi ampliar o número de leitos exclusivos para pacientes com o novo coronavírus. Mesmo com novos leitos, a ocupação das UTIs no estado nesta sexta-feira (18) atingiu 82,99%: 517 dos 623 leitos disponíveis estão em uso.

Entre outros fatores positivos para o combate à pandemia no Uruguai, os especialistas mencionam os pontos fortes de um sistema de saúde que permite o atendimento domiciliar dos casos, evitando aglomerações nos hospitais. Destacam também a utilização da emergência móvel com médicos a bordo e a telemedicina. O país também concentrou esforços para preparar rapidamente a infraestrutura hospitalar. Outro fator foi a produção local de testes para detectar a covid-19 ainda em março. A vigilância epidemiológica foi fortalecida no país desde a pandemia de influenza H1N1.

Escolas

A volta às aulas presenciais nas escolas do Uruguai ocorreram no dia 1º de junho. Desde meados de outubro, a frequência nas aulas tem sido obrigatória. A decisão foi tomada após a estabilização no número de casos do novo coronavírus no país. No Espírito Santo, a retomada das aulas presenciais para os estudantes da Educação Fundamental I e II e do Ensino Médio ocorreu no 5 de outubro.