Dia a dia
Empresas aderem ao home office permanente no ES
Segundo recrutadora, os cargos que devem ter maiores oportunidades no home office são das áreas istrativas, jurídicas, RH e TI

Home office pode melhorar o bem-estar dos trabalhadores. Foto: Freepik
Repletas de dúvidas sobre o futuro do home office quando a covid-19 chegou ao Brasil, diversas empresas acreditaram que essa modalidade de trabalho não iria para frente. ados mais de seis meses, no entanto, elas avaliam que os resultados foram os melhores possíveis, e muitas já estão contratando funcionários apenas para trabalharem de casa no pós-pandemia. O dilema, agora, são as adaptações necessárias para que esse vire o “novo normal” no mundo dos negócios.
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Contratada há um mês na empresa Rhopen, em Vitória, a consultora de RH Stephane Alves, 29, fez todo o processo seletivo para a vaga por meio da internet, recebendo, inclusive até as ferramentas necessárias para a função. “Do momento em que mandei o currículo até o meu primeiro dia, não precisei sair de casa. Também fiz o treinamento de forma remota, pelos computadores que a própria empresa ofereceu e veio instalar”, relembra.
Entre as principais dificuldades, Stephane conta que precisou adaptar os ambientes de casa para montar um “mini escritório”, onde poderia fazer suas tarefas sem ser incomodada pela família. Às vezes, a falta de internet também vira um desafio. “O pior é a falta de infraestrutura, pois ainda não estava acostumada à essa rotina. Preciso fazer adaptações todos os dias”.
Mas, segundo ela, esses problemas foram compensados apenas pelo fato de não precisar enfrentar o trânsito da Grande Vitória. Isso porque a consultora mora em Cidade Continental, na Serra, e o escritório da Rhopen fica na Enseada do Suá, na capital. “De ônibus, eu perderia 40 minutos a uma hora só para chegar. Ganhei uma qualidade de vida melhor, sem grandes preocupações com o deslocamento”, afirma.
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A recrutadora de talentos Ludmila Ribeiro aponta que o home office deve virar, de fato, o “novo normal” dentro das empresas. “Esse formato já estava ganhando espaço antes mesmo da pandemia, mas agora ela veio com toda a força. As empresas conseguiram perceber que há muitos ganhos por causa da flexibilidade que ela proporciona”, explica Ludmila, que acredita na produtividade dos recrutados mesmo no conforto de casa.
“Desde que o funcionário tenha metas e organização, ele consegue, sim, cumprir todas as entregas. Mas também depende da empresa, pois é preciso um diálogo direto. Se o empregado tem clareza sobre tudo o que precisa fazer, vai desempenhar bem o seu trabalho. É preciso uma sintonia entre os funcionários e os empregadores para terem sucesso tanto no home office quanto no presencial”, avalia a recrutadora.
Para Ludmila, os cargos que devem ter maiores oportunidades nesta modalidade são das áreas istrativas, jurídicas, Recursos Humanos e Tecnologia da Informação.
Ela também afirma que não há uma tendência das empresas diminuírem a remuneração dos empregados, mas que algumas estão cortando o auxílio alimentação e o auxílio transporte como forma de contenção de gastos. Fora isso, a recrutadora garante o home office que é uma via de mão dupla: há cortes de custos quanto à estrutura (luz, internet, água) para os gestores, e torna possível que os funcionários tenham mais horas de sono, melhorem a alimentação e ganhem o apoio da família no dia a dia.
“É um formato vantajoso para todo mundo, mesmo que alguns hábitos precisem ficar para trás. Tudo é uma adaptação, cujo reflexo poderá ser ainda mais positivo do que antes da pandemia”, conclui.
Uma pesquisa conjunta realizada pela Fundação Instituto de istração (FIA) e pela Faculdade de Economia, istração, Contabilidade e Atuária (FEA) da Universidade de São Paulo (USP) indica que 70% dos executivos brasileiros se sentem motivados a continuar trabalhando em suas casas depois do término do período de isolamento compulsório.
Pela pesquisa, a percepção de 71% dos executivos é de que o desempenho em casa está igual ou superior ao do escritório. “Os resultados de produtividade são altos”, diz André Fischer, responsável pelo estudo.
