Dia a dia
Empresários capixabas relatam dificuldade para obter crédito
Burocracia e aumento de taxas de abertura de crédito estão entre as principais queixas de empresários do comércio e da indústria
Empresários do comércio e da indústria do Espírito Santo têm relatado dificuldades de o às linhas de créditos anunciadas tanto pelo governo federal, como a para manter a folha de pagamento, como outras que garantem capital de giro para as empresas durante a pandemia do coronavírus. As principais barreiras relatadas têm sido a burocracia para o ao crédito, principalmente quando não há relacionamento anterior com o banco, e altas taxas de abertura de crédito, que chegam até a inviabilizar o negócio.
A Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes) fez uma pesquisa informal nos dias 14 e 15 de abril com empresários de vários setores, como de vestuário, embalagem, gráfico, engenharia, químico, e 70% consideraram o atendimento dos banco bom, mas a maioria relata uma série de dificuldades para dar prosseguimento ao negócio. A burocracia é uma dessas dificuldades. Segundo o relato dos pesquisados, oa bancos exageram na exigência de documentos e chegam até a pedir reconhecimento de firma, num momento que os cartórios estão fechados. A pesquisa identificou ainda que 79% das empresas pesquisadas com até 50 colaboradores buscavam crédito entre R$ 100 mil e R$ 500 mil.
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“Vendo a dificuldade dos empresários conseguirem o crédito, criamos, junto com a Secretaria de Desenvolvimento e o Sebrae, uma cartilha com todas as orientações ao empresário. O dinheiro está chegando, mas como está muito devagar, vamos pedir aos bancos dados oficiais sobre as operações, para sabermos quantos estão em análise”, disse Agostinho Miranda, diretor de Desenvolvimento de Associativismo da Findes.
Já Lesio Contarini Jr, diretor da Fecomércio, relata que pequenos comerciantes que não têm o hábito de buscar o sistema bancários para contrair empréstimo estão tendo mais dificuldade de ar as linhas de crédito, muitas vezes por falta de cadastro ou garantia de pagamento para dar ao banco. “No comércio, 98% são micro e pequenas empresas, como pequenas lojas de roupa e confecções que não têm a certeza de quando vão voltar, não têm garantia nem avalista. E quando conseguem preencher esses requisitos, se deparam com uma carência do banco muito curta. Em geral, ela é de 90 dias, quando o ideal seria de 180 dias, para dar ao comerciante a chance de gerar capital”, avalia.
Já em relação às medias e grandes empresas do comércio, a principal dificuldade está em ter o às taxas anunciadas pelo governo, além das altas taxas de abertura de crédito. “Muitos estão esbarrando na questão do juros, que muitas vezes não chegam aos valores mínimos anunciados, como os 3,5% ao ano, no caso da folha de pagamento. A taxa de abertura de crédito tem chegado a 5% ao 10% do valor e ela triplicou nos últimos meses. Quem pega R$ 100 mil só vai receber R$ 85 mil com o desconto da taxa”, lembra.
Caixa, Banco do Brasil e Banestes foram procurados, mas só o último deu retorno para a reportagem. O Banestes informou que as propostas e o início do processo de concessão de créditos para capital de giro, com garantia do Fundo de Aval do governo do estado, serão divulgadas nos próximos dias.
O banco também deve divulgar até o final do mês o número de empresas beneficiadas com as linhas conjuntas Bandes e Banestes, com taxas baixas para ajudar empresários do setor industrial. Segundo o banco serão destinados R$ 300 milhões para essa linha.
