Dia a dia
Em uma semana de quarentena no ES, isolamento social segue em 40,15%
Até o dia 31 de março, a recomendação é manter isolamento social para diminuir a pressão hospitalar

Calçadão da praia de Camburi, em Vitória. Foto: Danielli Saquetto
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Doze meses após anunciar medidas restritivas econômicas e sociais para conter o contágio do coronavírus em solo capixaba, o governador do Estado, Renato Casagrande (PSB), voltou a decretar quarentena no Espírito Santo na semana ada. Do dia 18 ao dia 31 de março, a recomendação é manter isolamento social para diminuir a pressão hospitalar que o sistema de Saúde tem enfrentado nas últimas semanas.
No entanto, o Mapa de Isolamento Social da start up In Loco, que monitora a localização por GPS de 60 milhões de telefones celulares, mostra que a adesão à quarentena nesta primeira semana foi muito aquém da registrada no mesmo período do início das medidas restritivas no ano ado. Mesmo vivendo momentos mais duros nesta terceira onda da pandemia, o estado tem uma média de 40,15% isolamento social. Enquanto no ano ado, nos seis primeiros dias, o estado registrou uma média de 49,9%.
Isolamento em 2020
Em 2020, quando a pandemia teve início no país, o governo do Estado suspendeu as aulas presenciais da rede pública no dia 16 de março e já a partir do dia 19 recomendou o fechamento do comércio e shoppings. Na quinta-feira, 19 de março 2020, a taxa de isolamento ficou em 37,6%. Nos dias seguintes o índice aumentou com a adesão da população à quarentena: dia 20 (39,4%), dia 21 (53%), dia 22 (64,7%), dia 23 (52,1%) e dia 24 (53,1%).
Mesmo com a adesão da população às medidas de isolamento social, o governo do Estado precisou prorrogar os decretos das medidas restritivas. Apenas em maio, comerciantes conquistaram o direito de abrir as lojas em sistema de revezamento. Em junho foi a vez dos shoppings abrirem as portas com uma série de protocolos sanitários. Apenas em outubro o Estado autorizou o retorno das aulas presenciais.
Isolamento em 2021
Em 2021, mesmo com a ampliação de novos leitos exclusivos para a covid-19, o estado tem registrado uma demanda acima de 90% de ocupação dos leitos de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) na rede pública, privada e filantrópica. Com medo do colapso do sistema de Saúde, o governo do Estado voltou a propôr uma quarentena com medidas restritivas econômicas e sociais durante 14 dias, podendo ser prorrogado.
Na última quinta-feira (18), início da quarentena, muitos comerciantes insistiram em abrir lojas e grupos de manifestantes protestaram contra as medidas restritivas impostas pelo governo. O Mapa de Isolamento Social da start up In Loco mostra que a população não tem abraçado o isolamento social como no primeiro momento da pandemia. No primeiro dia da quarentena apenas 34,6% da população ficou em casa. Nos dias seguintes o cenário não foi muito diferente: dia 19 (34,5%), dia 20 (43,9%), dia 21 (53,2%), dia 22 (37,4%) e dia 23 (37,3%).
Recorde negativo de mortes
O secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes, divulgou nesta semana a presença da variante britânica em território capixaba. A preocupação dos especialistas em torno da mutação do coronavírus é que ela é mais virulenta e transmissível, o que junto ao descumprimento do isolamento social e medidas de proteção, como o uso da máscara, justificam o aumento abrupto da demanda por leitos, número de casos diagnosticados e também o de óbitos.
Nesta última terça-feira (23), o Espírito Santo atingiu mais uma marca histórica. Após registar a morte de 72 capixabas, o maior número de mortes em 24 horas desde o início da pandemia, o estado ultraou a marca dos 7 mil óbitos. São 7.053 famílias que não puderam se despedir de um filho amado, de um pai zeloso ou de um profissional da saúde dedicado.
Especialistas afirmam a importância do cumprimento do isolamento social, uso da máscara e higiene das mãos no combate ao coronavírus. Neste momento, todos pedem que quem puder, deve ficar em casa.
