Dia a dia
Deslizamento: 261 áreas de risco são monitoradas na GV
Órgãos se preparam para minimizar os impactos que podem ser causados pelas fortes chuvas

Em 2020, houve desabamento de casa em El Dourado, na Serra. Foto: Chico Guedes/Metro es
A época das chuvas já se aproxima no Espírito Santo. O período de estiagem vai chegando ao fim e as chuvas já começam cair. É sabido que não dá para conter a força da natureza, mas muitas vidas podem ser poupadas quando se há planos de moradias e urbanísticos eficientes. As Defesas Civis de Vitória, Serra, Cariacica e Vila Velha monitoram 261 áreas de risco para deslizamento entre risco moderado, alto e muito alto. Desde já, os órgãos se preparam para minimizar os impactos que podem ser causados pelas fortes chuvas que podem atingir o estado no fim deste ano.
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O Climatempo deixa claro que ainda é muito cedo para afirmar e comparar as condições climáticas com anos anteriores. No entanto, há condições sim para tempo severo e volumes extremos de chuva – com potencial para danos e acima da média – no final deste ano, assim como nos meses de janeiro e março no Espírito Santo.
VITÓRIA
A Defesa Civil de Vitória tem um mapeamento de risco geológico, que identifica e classifica o grau de ameaça de comunidades vulneráveis expostas, com um total de 67 áreas. Desse total, 54 estão em risco alto e 13 muito alto. O levantamento mostra que nesses locais há cerca de 539 imóveis. Por isso, a Prefeitura de Vitória criou o Programa Casa Feliz e Segura, que engloba reconstruções, melhorias habitacionais, incluindo módulos sanitários, legitimação fundiária (escrituras) e contenção de encostas em áreas de risco geológico.
Serão investidos no Casa Feliz e Segura R$ 140 milhões, até dezembro de 2024. Atualmente, existem no município 125 famílias cadastradas no Programa Reconstrução. Em alguns casos, a espera é de mais de 10 anos. Quanto às melhorias habitacionais, o programa vai contemplar, aproximadamente, 1500 imóveis. Entre reconstruções e melhorias habitacionais, o investimento será de R$ 64,6 milhões.
VILA VELHA
Em Vila Velha, o mapeamento de risco geológico identificou 103 setores, sendo: 27 de risco médio, 72 de risco alto e 4 de risco muito alto. Para minimizar os impactos nas regiões monitoradas, a Prefeitura de Vila Velha criou o Plano Municipal de Redução de Riscos (PMRR), que aponta a necessidade de mais de 200 intervenções nessas áreas. A estimativa é de que o município precise mais de R$ 200 milhões em investimento para realizar as obras.
Como forma preventiva, em quase dois anos da atual gestão, foram realizadas obras de contenção de encosta nos bairros Sagrada Família e Industrial, e iniciadas as obras de contenção no bairro Dom João Batista. Já em Ilha da Conceição, a Secretaria de Obras está realizando levantamento topográfico para elaboração de projeto. A Defesa Civil também trabalha com a Formação de Núcleos Comunitários de Proteção e Defesa Civil. Além disso, as secretarias de Obras e Planejamento, e a de Serviços Urbanos dizem que estão trabalhado para limpeza da rede pluvial, galerias e córregos do município.
Ainda segundo a Prefeitura de Vila Velha, há uma parceria com o governo do Estado, onde estão sendo construídas nove estações de bombeamento novas em Vila Velha. Três já foram entregues, quatro estão em fase de execução e duas em fase de licitação. O investimento é de R$ 500 milhões, além de construção de galerias e comportas para escoamento de águas da chuva.
CARIACICA
Cariacica tem um total de 53 áreas de risco com aproximadamente 24 mil pessoas, segundo levantamento de 2013. Para evitar ou reduzir transtornos causados pelas chuvas, a Secretaria de Obras (Semob) tem realizado contenções e executado as obras de proteção nas encostas necessárias, como instalação de geomantas, para evitar as ocorrências de deslizamentos. Em apenas um ano, o município executou mais de 10 obras de prevenção, o que totaliza mais de R$ 16 milhões em obras para redução de riscos e desastres.
A Secretaria Municipal de Serviços (Semserv) disse ainda que realiza diariamente de forma preventiva a limpeza de canais, ruas, avenidas, córregos e redes de drenagem com o objetivo minimizar os impactos dos alagamentos, auxiliando no escoamento da água das chuvas. Nestas ações, são recolhidos entulhos, fios e muito lixo acumulado na rede de drenagem, o que prejudica o escoamento da água, podendo causar alagamentos. A Semserv também faz a conscientização da população para que não descarte lixo em locais inadequados para não obstruir a rede de drenagem.
SERRA
Mais de sete mil pessoas moram em 38 áreas de risco, mapeadas como risco alto ou muito alto para deslizamentos na Serra. Há também áreas com risco médio de inundação. Os dados são do Plano Municipal de Redução de Risco de 2016. A Defesa Civil da Serra informa que o município foi objeto do estudo produzido por meio do plano municipal de redução de risco (PMRR/2016) e, por isso, possui mapeadas e classificadas as principais áreas quanto ao risco geológico e hidrológico. Todas essas áreas fazem parte do plano de monitoramento e são visitadas rotineiramente pelos técnicos desta coordenadoria, engenheiros e arquitetos.
O monitoramento visa: identificar situações de acréscimo de risco nas áreas mapeadas; realizar campanhas de conscientização e melhoria da percepção do risco dos moradores; realizar exercícios simulados de evacuação da área de risco na fase de preparação de desastre; emitir relatórios referente à necessidade de manutenções, limpeza e melhorias nas condições de contorno para mitigação dos efeitos de eventos adversos; reverberar avisos ou alertas de eventos adversos para as comunidades assim que emanados pelos centros de monitoramento de indicadores climáticos estaduais e federais, dentre outros.
DEFESA CIVIL ESTADUAL
A Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil do Espírito Santo (Cepdec-ES) pontua que atua ininterruptamente, juntamente com outros órgãos e instituições, no monitoramento de fenômenos climáticos e desastres naturais. Da mesma forma, Bombeiros Militares e demais integrantes da solução de resposta a desastres am por capacitações constantes e permanecem a postos para intervir no atendimento à população quando há necessidade.
Em setembro de 2021, o governo do Estado inaugurou o Centro de Inteligência de Defesa Civil da Defesa Civil Estadual (Cidec), que reúne equipes especializadas de diversos órgãos, entre eles a Cepdec-ES, centralizando os dados relacionados às condições climáticas do estado. Essas informações, processadas e aliadas aos conhecimentos operacionais, formam a inteligência necessária ao gerenciamento dos riscos e desastres naturais. A unidade dispõe ainda de um centro de despacho de ocorrências em múltiplas frequências, que permite celeridade no acionamento das equipes, inclusive, com integração das operações entre os órgãos federais, estaduais e municipais, para atendimento ao cenário de desastres.
O Corpo de Bombeiros Militar, por meio da Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil do Espírito Santo (Cepdec-ES), esclarece que coleta informações a partir do mapeamento realizado pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB/RM) nos municípios capixabas, cujo o é público. A Defesa Civil Estadual está a postos para prestar apoio quando este é solicitado pelo poder público municipal.
