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Coronavírus: casos dobram a cada três dias no ES

Estudo realizado pela Findes aponta que o Espírito Santo tem uma média superior ao Brasil. Pico de infectados deve ser apontado em dois dias

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Casos confirmados de infectados por coronavírus dobram a cada três dias no Espírito Santo, média superior aos números registrados no Brasil. É o que aponta um estudo que está sendo realizado pela Findes (Federação das Indústrias do Espírito Santo) para acompanhar o avanço da covid-19 no estado. As análises, feitas diariamente, devem apontar daqui dois dias a data do pico de doentes nos municípios capixabas.

Segundo  Marcelo Saintive, diretor executivo do Ideies (Instituto de Desenvolvimento Educacional e Industrial do Espírito Santo), órgão que está realizando os estudos, o volume casos dobrar a cada três dias mostra que estamos  um pouco acima do que a média do país, que está entre 2,5 a 3. Ele ressaltou ainda que como os resultados dos testes estão demorando muito, as estatísticas ainda podem mudar nos próximos dias, com a chegada de mais kits rápidos.

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Novos casos confirmados de covid-19 por dia no Espírito Santo. Foto: Divulgação/Ideies  e Findes

Ele explica que em incidência de casos confirmados a cada 100 mil habitantes, o Espírito Santo está em décimo lugar, com 0,72, enquanto o primeiro lugar, o Distrito Federal, tem índice de 4,41. No Brasil, a média é de 0,90. “Apesar de ser um estado pequeno, temos grande parte da população concentrada na Grande Vitória. Parece que as medidas para achatar a curva estão funcionando”, aponta.

Os números apontam ainda que vai demorar um pouco para que os efeitos das restrições sejam vistos nos números. “Como o período de incubação desse vírus é maior, só vamos ver os efeitos das restrições de deslocamento daqui cerca de duas semanas”, afirma.

Comparando o Brasil com outros países que enfrentam a pandemia, ele avalia que estamos numa posição melhor que a Itália e Espanha após o 25º caso. “Outra informação importante com toda a preocupação dos estados de São Paulo e do Rio de Janeiro  é que parece que o Brasil tem um estoque maior de leitos de UTI e uma capacidade maior de absorver paciente do que a Itália. Esses são sinais positivos”.

Evolução do número de óbitos a partir da primeira morte do covid-19, por país. Foto: Divulgação/Ideies e Findes

Em relação ao número total  de mortes no país em relação ao primeiro óbito, a curva do Brasil está um pouco mais alta que outros países. “A seis dias do primeiro óbito, os índices estão elevados em relação a outros países. Precisamos acompanhar esses índices, que podem ser afetados ainda pela demografia social do país e população de risco com comorbidades como diabetes”, ressalta.

Evolução de casos de covid-19 no mundo após 25° caso. Foto: Divulgação/Ideies e Findes

Secretaria de Saúde

O coordenador do Centro de Operações Estratégicas (COE) da Sesa (Secretaria de Estado da Saúde), Luiz Carlos Reblin, afirma que o período de análise ainda é muito inicial e que pode ser influenciada pela divulgação dos resultados. “Podemos ter alguém que fez o exame ontem e, no mesmo dia, o resultado de alguém que fez o exame uma semana atrás. Isso acaba influenciando na análise”, diz.

Ainda de acordo com Reblin, o estado está iniciando a análise da situação do Espírito Santo em uma articulação com o IJSN (Instituto Jones dos Santos Neves), a Ufes (Universidade Federal do Espírito Santo), o Ifes (Instituto Federal do Espírito Santo0 e outras instituições de ensino superior. Ainda não há previsão de divulgação desses estudos.

Assim como no país, as previsões indicam que entre meados de abril e o mês de maio, o estado tenha um aumento mais significativo do número de casos. “Mas esse aumento vai depender do comportamento e da capacidade das pessoas de seguirem as regras de restrições que estão sendo implementadas. Se elas forem seguidas, podemos ter uma curva de crescimento menor”, disse.