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Contágio da covid-19 no interior do ES cresceu, dizem pesquisadores

Os números indicam aumento significativo de contaminações onde as medidas de isolamento foram relaxadas no dia 20 de abril

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A velocidade de transmissão do novo coronavírus no interior do Espírito Santo subiu de 1,97 para 3,33 pontos, em média, entre a primeira semana de maio e o dia 15 do mesmo mês. Os números indicam um aumento significativo de contaminações onde as medidas de isolamento foram relaxadas no dia 20 de abril, após um decreto do governador Renato Casagrande (PSB).

Esses dados, apurados a partir do inquérito sorológico finalizado no dia 29 de maio, foram divulgados pelo Núcleo Interinstitucional de Estudos Epidemiológicos (NIEE), órgão coordenado por pesquisadores da Ufes (Universidade Federal do Espírito Santo) e do IJSN (Instituto Jones dos Santos Neves).

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“Consideramos que as medidas de flexibilização podem ter um impacto elevando a curva para o limite superior, devido ao aumento de interação social que pode ser promovida pelo aumento de circulação de pessoas. A alta taxa de contágio causará um aumento expressivo do número de casos e, consequentemente, de óbitos. Principalmente no interior do estado, tendo em vista que a maior parte dessas cidades não conta com serviços hospitalares locais”, destaca o documento.

Em todo o território capixaba, o índice está em 1,84. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), para que uma pandemia seja considerada controlada, o indicador de velocidade de transmissão precisa estar abaixo de 1 por, pelo menos, duas semanas.

Isolamento

Os pesquisadores ressaltam que existe a necessidade da adoção de medidas de reabertura mais restritivas, mesmo que se considere o índice de transmissão de todo o estado (1,84): “O número de mortes esperadas em um período de um mês é excessiva e exige que medidas efetivas possam ser implementadas, tais como isolamento social e funcionamento apenas de serviços essenciais, para que haja impacto na velocidade de transmissão da doença, desacelerando o crescimento do número de casos”.

“Além das ações adotadas pela sociedade, de conscientização e respeito ao isolamento social, adotando também os cuidados necessários para evitar a disseminação da doença, é e fundamental que o estado possa adotar a ciência para a tomada de decisão ”, afirma a professora e pesquisadora do Departamento de Enfermagem da Ufes Ethel Maciel.

Participam do NIEE, além da professora Ethel Maciel, os professores do Departamento de Matemática da Ufes Etereldes Gonçalves Júnior, Fabiano Petronetto e Hélio Gomes Filho; e os pesquisadores do Instituto Jones dos Santos Neves Antônio Rocha, Gustavo Ribeiro, Pablo Jabor e Pablo Lira.