Dia a dia
Cheias ameaçam metade das casas de três cidades
Mais de 50% das moradias de Baixo Guandu, Rio Novo do Sul e Santa Leopoldina sofrem risco de inundação pela água das chuvas, diz estudo

Rio Santa Maria de Vitória transbordou em Santa Leopoldina, na região Serrana, no dia 14 de novembro. Foto: Internauta
Três cidades do Espírito Santo têm mais de 50% dos domicílios sob risco de inundação. Os dados são do Diagnóstico da Prestação de Serviços de Saneamento Básico 2018, divulgado pelo Ministério do Desenvolvimento Regional.
> Quer receber as principais notícias do ES360 no WhatsApp? Clique aqui e entre na nossa comunidade!
O estudo aponta que Baixo Guandu, Rio Novo do Sul e Santa Leopoldina estão entre os dez municípios brasileiros onde pelo menos a metade das moradias corre o risco de ser invadidas pela água da chuva, sendo que Baixo Guandu é considerado o terceiro município do país com mais risco.
Segundo o levantamento, o índice de cidades capixabas que contam com sistema de drenagem urbana é de 58,2%. Contudo, o professor do curso de Engenharia Ambiental da Ufes Renato Siman explica que esses de sistemas não são suficientes para escoar a água da chuva.
“O atual sistema não foi dimensionado para a população atual e precisa ser ampliado, pois não comporta a demanda. Além disso, os municípios não estão preparados para lidar com as ações preventivas. Também falta manutenção do serviço de macrodrenagem, cadastro dos equipamentos de macro e microdrenagem e fiscalização da ocupação desordenada. Hoje, nenhum município do estado possui cadastro do sistema de macro e microdrenagem”, explica.
O diagnóstico traz dados de 2018 sobre abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana, manejo de resíduos sólidos e drenagem das águas pluviais urbanas.
Considerando a média nacional, o Espírito Santo aparece em situação confortável, com redes de água potável para 92,2% da população e coleta domiciliar de lixo para 99,9% das áreas urbanas.
Os números também mostram um crescimento na quantidade de pessoas com o a rede coletora de esgoto, entre 2010 e 2018. Mas, apesar dessa alta, apenas 62,7% da população da área urbana têm o esgoto recolhido. E, desse total, 46,3% é tratado.
“A cobertura da rede de coleta e tratamento de esgoto no estado está acima da média nacional e a expectativa é de melhora nos próximos anos pois, hoje, os 78 municípios têm planos de saneamento básico, que contam com metas de expansão das redes de saneamento para os próximos anos”, explica o professor.
Já os dados da coleta seletiva no Estado mostram a necessidade de investimentos na área. “Para ampliar a coleta seletiva é preciso fortalecer o mercado de reciclagem. Hoje, muitos resíduos retornam aos aterros porque não tem mercado”, alerta o professor.
Diagnóstico do saneamento básico
Cobertura das redes de água potável
ou de 83,6% em 2010 para 81,2% em 2018. Hoje é de 92,2% na área urbana.
Rede coletora de esgoto
ou de 39,4% para 54,9% da população total. Hoje, é de 62,7% da população na área urbana.
Tratamento de esgoto
De todo o esgoto coletado, apenas 46,3% é tratado.
Drenagem urbana
58,2% das cidades possuem sistema de drenagem.
Coleta domiciliar de lixo
Atende a 93% da população total. Na área urbana, 99,9%.
Coleta seletiva
Cidades: número ou de 10 para 44, entre 2010 e 2018.
Risco de inundação
50% em Baixo Guandu, Rio Novo do Sul e Santa Leopoldina têm mais de metade dos domicílios com risco de inundação.
26,9% dos municípios do Estado não possuem mapeamento das áreas de risco.
