Dia a dia
Cerca de 29 mil alunos da rede privada podem ficar sem escola no Espírito Santo
A estimativa do Sinepe (Sindicato das Instituições de Ensino Particulares do Espírito Santo) é de que 40% das escolas não consigam sobreviver à pandemia
A crise provocada pela pandemia do novo coronavírus pode deixar 29 mil alunos da rede privada sem escola quando a volta às aulas for liberada. A estimativa do Sinepe (Sindicato das Instituições de Ensino Particulares do Espírito Santo) é de que 40% das escolas não consigam sobreviver à pandemia, principalmente as de educação infantil na Grande Vitória, que atendem crianças de seis meses até 6 anos.
No total, são cerca de 110 escolas particulares de ensino infantil, que, além da inadimplência, têm sofrido com a evasão. Segundo o superintendente do Sinepe, Geraldo Diório, como a obrigatoriedade de manter crianças na escola vale a partir dos 4 anos, muitos pais acabaram tirando as crianças menores das unidades escolares. Além disso, a inadimplência oscila entre 38% a 42%.
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“Muitas pessoas não veem o investimento feito pelas escolas para essa faixa etária. E os pais tiram as crianças da escola no período que a faixa de aprendizado é máxima, até os 3 anos”, diz Diório. Em sua avaliação, o fechamento das unidades de ensino deve acontecer mesmo com a suspensão do desconto de até 30% nas mensalidades, redução estabelecida por lei aprovada pela Assembleia Legislativa. Segundo a leitura do cenário feito pelo Sinepe, cerca de 29 mil crianças não conseguirão voltar para as escolas após a pandemia simplesmente porque elas estarão fechadas. E elas correm o risco de não encontrar vagas em escolas das prefeituras da Grande Vitória.
Aumento da demanda de vagas na prefeitura na pandemia
A prefeitura de Vitória viu o aumento pela demanda de matrículas na educação infantil e ensino fundamental a partir do mês de maio. Segundo a secretária municipal de Educação, Adriana Sperandio, em maio e junho foram realizadas 50 novas matrículas para ingresso no ensino fundamental. Na educação infantil foram cerca de 12 novos alunos.
“Identificamos essa demanda de alunos que saíram de escolas particulares, principalmente nas idades onde é obrigatório estar matriculado, a partir dos 4 anos”, disse. Segundo Adriana, Vitória ainda tem condição de matricular 1.500 alunos no ensino infantil e 800 no ensino fundamental. Como as vagas podem estar longe do local onde a criança mora, a prefeitura monitora caso a caso para atender as famílias.
Em Cariacica, a secretaria de Educação matriculou durante a pandemia 153 alunos que vieram da rede privada. A prefeitura afirma que irá disponibilizar vagas a partir do momento que houver procura. Mas, é preciso que haja demanda para que isso ocorra. A Seme informa que na rede municipal de ensino há 618 vagas para a educação infantil (para crianças de quatro e cinco anos), 1.638 vagas para alunos do 1º ao 5º ano do ensino fundamental e 1.242 vagas para estudantes do 6º ao 9º ano do ensino fundamental. Essas vagas estão distribuídas em todas as regiões da cidade.
Já em Vila Velha a prefeitura informou que não houve novas matrículas e trabalha no atendimento à demanda existente na educação infantil. A gestão concentra esforços, neste momento de pandemia, no atendimento aos alunos da rede de ensino e na geração de novas vagas nas regiões de maior vulnerabilidade social. O número de vagas disponível em cada nível de ensino é definido após o período de rematrículas das crianças que já integram a rede municipal. Atualmente há 38 unidades de educação infantil e 12 mil crianças matriculadas nesse nível, diz a prefeitura, por nota.
A Serra não informou o número de novas matrículas, mas disse que os locais mais procurados para matrícula são Bairro de Fátima e Hélio Ferraz. Segundo a prefeitur,a novos alunos podem procurar a Secretaria Municipal de Educação no telefone 3291-5955.
