Dia a dia
Casagrande fala em flexibilizar abertura do comércio, mas só ao fim do decreto
Governador voltou a reforçar a necessidade das pessoas permanecerem em isolamento social
O abertura do comércio no estado pode ser flexibilizada, mas somente após o fim do período estabelecido no decreto estadual, que termina no próximo sábado (4), afirmou o governador Renato Casagrande (PSB), em entrevista coletiva na tarde desta sexta-feira (27). Casagrande disse que a avaliação do cenário será feita a partir da próxima quarta-feira (1º), considerando a evolução dos casos de coronavírus no estado, e adiantou que eventos deverão continuar proibidos e que “certamente” as escolas também permanecerão fechadas por mais tempo.
“Posso dizer que esse trabalho (de isolamento social) tem alcançado bons resultados. Mas os bons resultados não podem dar conforto para que as pessoas em a não respeitar esse ambiente, esse período de isolamento social maior. Com esse isolamento estamos contendo o avanço do vírus”, afirmou.
> Quer receber as principais notícias do ES360 no WhatsApp? Clique aqui e entre na nossa comunidade!
O governador também explicou que as atividades que forem flexibilizadas terão que seguir um protocolo. “As pessoas não poderão voltar à normalidade mesmo que o comércio esteja aberto. O vendedor terá que tomar cuidado, o cliente também. Todos os procedimentos de afastamento das pessoas, de higiene e de não aglomeração terão que continuar. Nossa vida não voltará ao que era por um bom tempo, se a gente quiser controlar esse vírus”, reforçou.
Casagrande voltou a criticar a fala do presidente Jair Bolsonaro que pediu o fim do “confinamento em massa” e disse ter percebido que, depois disso, muitas pessoas voltaram para as ruas. “Esse movimento todo (nas ruas) pode atrapalhar o trabalho que a gente estava fazendo e pode fazer com que a gente perca os resultados que alcançamos”, disse.
> Covid-19: os riscos do retorno das pessoas às ruas
Protestos de comerciantes
A respeito das carreatas e protestos organizados por comerciantes no interior do estado e na Grande Vitória pedindo a reabertura das lojas, o governador voltou a dizer que se houver relaxamento das regras agora, podemos “perder o jogo”. “Estou vendo candidato, pré-candidato a prefeito e vereador à frente de carreatas. É preciso que a gente possa tirar a disputa eleitoral desse momento e cuidar das pessoas”, criticou.
Flexibilização do isolamento
“Meu desejo é que a gente flexibilize as atividades econômicas”, afirmou o governador, ponderando a respeito da necessidade das pessoas continuarem cumprindo as regras estabelecidas de isolamento social e de fechamento do comércio. “Não dá para dizer o que vai ser flexibilizado. E, o que for, terá um protocolo de cuidados. Podemos dizer que não serão flexibilizados os eventos e, certamente, as escolas”, adiantou.
Medidas econômicas
Neste sábado (28), o governo deve anunciar medidas econômicas voltadas para socorrer as empresas. As medidas estão relacionadas a crédito e desburocratização, segundo o governador, como o aumento de validade de licenças e prorrogação de licenças.
Pacote de medidas assistenciais
Casagrande também detalhou um pacote de medidas assistenciais aos municípios, no valor de cerca de R$ 50 milhões. Uma delas é o adiantamento de mais uma parcela do Fundo de Assistência Social, em abril, no valor de R$ 16,8 milhões (a primeira de três parcelas já foi adiantada no início do ano em decorrência das enchentes que atingiram diversas cidades). Também serão aportados mais R$ 3,1 milhões por mês no “benefício eventual” do fundo, que permite aos municípios comprarem cestas básicas, kits de higiene e pagar aluguel social, por exemplo.
Além disso, cerca de 30% dos recursos do Fundo Cidades poderão ser utilizados em assistência social. O fundo, hoje, possui R$ 72 milhões.
A Aderes (Agência de Desenvolvimento das Micro e Pequenas Empresas e do Empreendedorismo) vai distribuir cestas básicas a artesãos e pessoas da economia solidária durante os meses em que a crise durar.
E, nas escolas estaduais, diretores receberão recursos para garantir a compra de cestas básicas para alunos cujas famílias estão inscritas no CadÚnico, do governo federal. A medida vai contemplar cerca de 47 mil alunos, e o objetivo é compensar a falta da merenda escolar.
Testes de coronavírus
O Lacen (Laboratório Central do Estado) deve ar a realizar 400 testes por dia na próxima semana e pretende ampliar ainda mais a sua capacidade. Além disso, o governo está comprando 50 mil testes e receberá outros 15 mil de doação. Esses testes ainda devem demorar alguns dias para chegar ao estado.
Hospitais de campanha
O governador afirmou que o estado cogita instalar hospitais de campanha para tratar pacientes infectados pelo novo coronavírus, a exemplo do que vem sendo feito em outros estados, como Rio de Janeiro e São Paulo, mas afirmou que há outras soluções sendo pensadas. “Temos hospitais privados que estão ociosos no estado. E é melhor usar essa estrutura do que fazer hospitais de campanha. Temos as duas opções e elas estão sendo planejadas para execução rápida, se for preciso”, afirmou.
