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Dia a dia

Camaroeiros de Vitória serão indenizados

Grupo de 192 pescadores da Praia do Suá que atuava na área atingida pela lama fechou acordo com a Renova

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Acordo foi fechado depois de dois anos de negociação. Foto: Chico Guedes

Acordo foi fechado depois de dois anos de negociação. Foto: Chico Guedes

Depois de dois anos de negociações, pescadores de camarão da Praia do Suá, em Vitória, que atuavam na região da foz do rio Doce, fecharam acordo para serem indenizados pela Fundação Renova, entidade responsável pelos programas de reparação dos impactos do rompimento da barragem da Samarco, há quatro anos.

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No total, 192 pessoas — entre proprietários, mestres e tripulantes — que trabalhavam em 39 embarcações vão receber indenização pelo lucro cessante e também por dano moral. O acordo foi assinado no último sábado e os valores não foram divulgados.

A Fundação Renova informou que o início dos atendimentos deverá ocorrer em até 45 dias, a contar da do acordo.

Pesca

Apesar do grupo ser de Vitória, os barcos faziam a pesca do camarão na região da foz do rio Doce, em Linhares. Eles só foram reconhecidos como impactados há dois anos. A grande informalidade no setor da pesca e a falta de alguns documentos eram entraves que atrasavam o fechamento das indenizações, segundo explicou o vice-presidente do Sindicato dos Pescadores do Espírito Santo, Braz Clarindo Filho.

O acordo é considerado inédito no contexto do desastre do rio Doce. A coordenadora cível da Defensoria Pública do Espírito Santo, Maria Gabriela Agapito, afirmou que o grande diferencial foi a participação dos atingidos em todo o processo, desde o autorreconhecimento até a questão dos valores. “A comunidade que indicou quem era tripulante e mestre”, explicou.

A previsão agora, segundo a defensora pública, é que as atividades continuem para avaliar os impactos na cadeia de pesca, formada por profissionais como: comerciantes, vendedores de gelo, estivadores, pintores e mecânicos, dentre outros.

A negociação também contou com entidades como o Ministério Público Federal e o Movimento dos Atingidos por Barragens, entre outros. “Esse foi um trabalho integrado e coordenado, cujo protagonismo foi dos atingidos. Por isso, o resultado é tão gratificante”, destacou o procurador da República em Linhares, Paulo Henrique Trazzi.