Dia a dia
Bares reduzirão em até 40% o número de mesas, diz Sindbares
A medida é uma das propostas do setor para a retomada segura das atividades durante a pandemia do novo coronavírus

Bares têm prejuízo por causa do coronavírus_Foto: Pixabay
Enquanto ainda aguardam a liberação do governo do Estado para a retoma das atividades, os donos de bares criaram uma cartilha com recomendações para uma reabertura segura, para combater a disseminação do novo coronavírus. Entre as medidas mais impactantes está a redução da capacidade de público dentro dos estabelecimentos. Segundo o Sindbares (Sindicato dos Bares e Restaurantes do Espírito Santo), o número de mesas deve ser diminuído em até 40%.
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A medida tem como objetivo garantir o distanciamento de pelo menos dois metros entre as mesas ocupadas pelos consumidores. “Isso vai tornar as operações dos estabelecimentos quase insustentáveis, mas no momento é o necessário. Queremos demonstrar que é possível trabalhar com segurança”, disse o presidente do Sindbares, Rodrigo Vervloet.
Os empresários prometem controlar a entrada e saída dos clientes e a disponibilizar álcool em gel na entrada e em pontos estratégicos dos estabelecimentos. Para os funcionários, recomenda-se a distribuição de máscaras. Elas deverão ser trocadas a cada quatro horas de trabalho ou sempre que se fizer necessário. Além disso, o empresário ainda é orientado a afastar seus colaboradores no momento em que apresentarem suspeita ou constatação de enfermidade.
Uma mudança que deve chamar a atenção dos consumidores é a substituição dos cardápios. “A informatização tem sido uma de nossas orientações. Muita gente já está adotando a tecnologia do QR Code. Por meio da câmera de seu smartphone, o consumidor abre o cardápio completo em seu celular. Quando o emprego da tecnologia não for possível, reforçamos a constante higienização dos cardápios”, explica Vervloet.
Produtos podem ficar mais caros
Assim como ocorreu em alguns restaurantes após a retomada dos serviços, não se descarta a alta no preço dos produtos nos bares. A prática, no entanto, não está ligado ao lucro, garante Vervloet. “É importante deixar claro que sempre lamentamos qualquer subida de preço. Quase 100% das vezes isso reflete apenas o ree dos custos. Não procuramos aumentar, mas pode ocorrer”.
Superlotações
No último dia 4, durante a reabertura do setor no Rio de Janeiro, cenas de aglomerações foram registradas tanto nos estabelecimentos quanto em suas calçadas. Ao ser abordado pela fiscalização, um casal questionou a ação de um fiscal. O episódio tornou-se conhecido pela frase “Cidadão, não. Engenheiro civil, melhor que você”, dita pela mulher. Ela acabou sendo demitida pela empresa Taesa, onde trabalhava.
Questionado sobre o episódio e as medidas que estão sendo adotadas para evitar que casos assim se repitam no Espírito Santo, Rodrigo Vervloet diz que os empresários são orientados a manter uma comunicação aberta com os consumidores e defende a autoridade dos agentes de fiscalização.
“Se o estabelecimento A ou B não cumprir esse protocolo, prezamos para que ele seja punido individualmente, e não o setor como um todo. Não queremos que exista aglomeração. Temos conversas constantes com o governo do Estado para formatar isso da melhor forma possível”, destacou.
Setor acumula perdas
Mesmo após a autorização do governo do Estado para o funcionamento de restaurantes, o Sindbares calcula que o setor ainda registra uma queda de até 80% em suas vendas.
Segundo Rodrigo Vervloet, dos 18 mil bares e restaurantes do estado, 4 mil não devem retomar as atividades após a pandemia. “Isso deve refletir na perda de aproximadamente 25 mil empregos diretos e indiretos”.
