Dia a dia
Após vistoria, moradores não retornam para o prédio onde piscina desabou
O Conselho alega haver possibilidades de novos acidentes
O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Espírito Santo (Crea-ES) realizou, nesta sexta-feira (23), vistoria técnica e fiscal no Edifício Parador, em Itaparica, Vila Velha, onde uma piscina desabou sobre a garagem do prédio na quinta-feira à noite.
Uma análise prévia realizada pela equipe de engenheiros especialistas do Conselho identificou que o fundo da piscina desabou por inteiro, devido a corrosão do aço, engastamento insuficiente entre o fundo da piscina e a viga de sustentação e que a anomalia pode ter sido resultado de falha de projeto, erro de execução ou, até mesmo, problemas com manutenção.
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A recomendação do Conselho é no sentido dos moradores ainda não retornarem ao edifício por haver possibilidades de novos acidentes. A orientação é pelo monitoramento da estrutura por, no mínimo, 72 horas e pela análise mais aprofundada das causas do acidente.
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“Qualquer decisão pelo retorno dos moradores é totalmente irresponsável, inconseqüente e incoerente”, disse o presidente do Crea-ES, Eng. Jorge Silva, que esteve na tarde de hoje reunido com representantes do condomínio, da empresa construtora e do corpo de bombeiros que, durante o encontro, também se posicionou por não aprovar o regresso dos moradores do Edifício Parador aos seus apartamentos neste momento.
Os engenheiros do Crea-ES constataram que, com o desabamento, o teto do subsolo apresentou uma deformação devido a carga excessiva recebida pela queda do fundo da piscina, ocasionando trincas e rachaduras na laje e em algumas paredes. Além disso, o escoramento da laje de dois pavimentos inferiores ainda não está concluído. O impacto do acidente afetou o sistema de gás e, além disso, a área de evacuação do prédio foi comprometida com o impacto, o que dificulta a saída de emergência, no caso de um possível incêndio.
O Conselho reconhece o empenho e a assistência dada pela empresa Argo Construtora no sentido de reparar os danos causados aos moradores e o compromisso em restabelecer a integridade da estrutura.
No entanto, por entender da necessidade imediata da solução do problema para evitar mais prejuízos, já encaminhou à Argo Construtora ofício solicitando cópias dos projetos e anotações de responsabilidade técnica (ARTs) da piscina, do projeto de tubulação de gás, eventuais laudos ou pareceres sobre qualquer anomalia que, porventura, já tenha sido verificada no edifício, além de todas as ARTs de execução do prédio. Esses documentos deverão ser entregues ao Conselho num prazo de até três dias úteis.
O não atendimento às solicitações do Conselho pode resultar em autuações e até mesmo em infração ao Código de Ética Profissional. A previsão é de que o relatório final da vistoria técnica e fiscal realizada nesta sexta-feira, no Edifício Parador, em Itaparica, Vila Velha, seja concluído até o fim da próxima semana.
Durante o final de semana os trabalhos serão acompanhados pelos engenheiros do Crea-ES, que segue na missão educativa, orientativa e punitiva alertando para que obras e serviços de Engenharia, Agronomia e Geociências sejam realizados por empresas e profissionais legalmente habilitados e dentro das normas e legislação vigentes.
