Dia a dia
Alunos fazem 1 mil tsuru para cura de professora com câncer
O Tsuru é uma ave sagrada e, acredita-se, que ao fazer mil origamis com o pensamento voltado para um desejo, este pode se tornar realidade

Origamis Tsurus. Foto: Arquivo Pessoal
Em um gesto de solidariedade e esperança, os alunos do segundo ano do ensino médio da Fundação Bradesco, em Araçás, Vila Velha, uniram-se para criar mil origamis Tsuru em busca da cura da professora Gabriela Favarato Linhaus, de 45 anos. Segundo a cultura japonesa, o Tsuru é uma ave sagrada e, acredita-se, que ao fazer mil origamis com o pensamento voltado para um desejo, este pode se tornar realidade.
> Quer receber as principais notícias do ES360 no WhatsApp? Clique aqui e entre na nossa comunidade!
Após descobrir um nódulo no pescoço durante uma consulta de rotina com a ginecologista em janeiro deste ano, a professora ou por uma série de exames e procedimentos cirúrgicos. Somente em junho, foi diagnosticada com Linfoma de Hodgkin, um tipo de câncer que se origina no sistema linfático, responsável pela imunidade do corpo.
Em meio ao tratamento, que deve durar cerca de seis meses, Gabriela a por sessões de quimioterapia. Apesar da delicada situação, ela mantém o humor e o otimismo, recorrendo à oração e ao rock para amenizar as seis horas que a no hospital.
Em julho, os amigos professores de Gabriela a surpreenderam com um vídeo produzido pelos alunos, acompanhado dos mil origamis Tsuru. A professora não suspeitava da surpresa e ficou comovida com o gesto de carinho e apoio dos estudantes.
“Meus amigos que trabalham comigo vieram até minha casa. Como estavam de recesso na escola e costumam vir aqui, eu nem desconfiei. Eu nem vi quando eles colocaram o vídeo na televisão. Me pediram pra ver o vídeo e eu pensei que era algum trabalho do final de período. Quando minha ficha caiu, eu desabei. Eram meus alunos me desejando saúde”, lembra a professora.
O gesto dos alunos na torcida pela recuperação da professora viralizou nas redes sociais e esquentou o coração de Gabriela. É o segundo ano que a docente está à frente da turma do curso de qualificação profissional. Ela que é formada em istração, garante que o ensino vai muito além do currículo escolar, auxiliando por adolescentes e jovens também no comportamento.
“O carinho deles é genuíno. Eu sou bem brava. Eu dou bronca, puxo orelha e cobro. Não só em sala de aula, mas o que diz respeito ao comportamento, à postura perante ao mercado de trabalho e à vida. Eu quero o melhor para eles e eles me orgulham muito. Cerca de 95% da turma já está inserida no mercado de trabalho por meio do programa Jovem Aprendiz. Eles são muito esforçados e competentes”, comenta a professora.
A professora é cercada por carinho e apoio do marido, familiares, amigos e da comunidade escolar, o que a fortalece na esperança da cura. Com muito bom humor e determinação, Gabriela quer vencer essa batalha e retornar para a sala de aula.
