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Ações da Polícia em SP e na Bahia deixam 38 mortos

As mortes ocorreram durante operações realizadas desde a última sexta-feira (28). Somente no Guarujá, o número de óbitos pode chegar a 19

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Ouvidoria investiga mais nome mortes em ação realizada no Guarujá. Foto: Josué Emidio/GOVSP

 

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Pode chegar a 38 o número de mortes durante ações da Polícia Militar desde a última sexta-feira (28) nos estados de São Paulo e Bahia. Em São Paulo a Ouvidoria das Polícias está investigando denúncias que apontam para a ocorrência de nove novas mortes em uma operação da Polícia Militar (PM) montada em Guarujá, cidade da Baixada Santista, iniciada na última sexta-feira (28). Até o final da tarde de domingo, o órgão já apurava dez casos, mas novas incursões da PM ocorreram nas favelas da cidade entre a tarde de domingo e a noite de segunda-feira.

Tanto a Ouvidoria quanto o Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (Condepe) receberam relatos das mortes por parte de moradores e familiares das vítimas. Ambos os órgãos estão trabalhando para confirmar os óbitos.

Em entrevista ao portal Uol, o ouvidor das Polícias de São Paulo, Claudinho Aparecido, relatou alguns depoimentos de moradores que alegaram terem sido vítimas de tortura durante a operação da PM. A ação dos policiais foi desencadeada no litoral em resposta ao assassinato do soldado da Rota Patrick Bastos Reis.

“Recebemos uma série de relatos de moradores e de lideranças sociais. O parente de uma das vítimas contou que os policiais disseram que morreriam 60 pessoas. Também recebemos a informação de que as casas estão sendo invadidas por policiais encapuzados, oferecendo uma série de aterrorizamentos. Até adolescentes e crianças estão sendo abordados de forma bastante agressiva”, afirmou Claudinho.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), anteriormente se mostrou “extremamente satisfeito com a ação da polícia”, quando a Ouvidoria contabilizava dez vítimas fatais. Ele lamentou apenas a morte do soldado e destacou que nada trará de volta o pai de família. Até o momento, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) contesta os números, reconhecendo apenas oito mortes na operação.

O ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, emitiu uma nota se manifestando sobre a operação. Ele destacou que as denúncias são graves e merecem ser apuradas. Além disso, afirmou que órgãos ligados ao ministério estão trabalhando em conjunto com outras autoridades para analisar os fatos com rigor.

“Foi cometido um crime bárbaro contra um trabalhador que precisa ser apurado, mas nós não podemos usar isso como uma forma de agredir e violar os direitos humanos de outras pessoas”, disse o ministro. “É preciso um limite para as coisas. Então eu acho que o limite para isso é o respeito aos direitos humanos, seja para os agentes da segurança pública, seja para a população dos territórios onde a polícia atua”, acrescentou.

BAHIA

A Bahia foi palco de intensos confrontos entre suspeitos e policiais militares, resultando em um total de 19 mortes, ocorridas entre sexta-feira (28) e segunda-feira (1º). Os tiroteios se desenrolaram nas cidades de Salvador, Itatim e Camaçari.

De acordo com publicação do portal G1, na segunda-feira (31), quatro pessoas foram mortas na região de Jaguarari, em Salvador. De acordo com informações da Polícia Militar, os suspeitos foram socorridos e levados para o Hospital Geral do Estado (HGE), mas não resistiram aos ferimentos. Durante a operação, foram apreendidas uma submetralhadora, três pistolas e diversas drogas. Em decorrência dos acontecimentos, as aulas nas escolas municipais do bairro de Cosme de Farias, onde ocorreu a ação policial, foram suspensas.

No domingo (30), seis homens e duas mulheres foram mortos em Itatim, cidade situada a cerca de 200 km da capital. Segundo a Polícia Militar, cinco dos falecidos eram foragidos. O caso chamou a atenção para o fato de que as armas apreendidas estavam sendo exibidas nas redes sociais.

Na sexta-feira (28), a cidade de Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador, foi cenário de outro confronto fatal, resultando na morte de sete homens. De acordo com informações policiais, os envolvidos estavam relacionados ao tráfico de drogas e planejavam um ataque contra um grupo rival.

Os recentes episódios de violência têm chamado a atenção das autoridades e da população, levantando questões sobre a segurança pública na Bahia e a necessidade de ações para conter a escalada de confrontos armados. A intensificação dos tiroteios nas cidades baianas tem gerado preocupação e busca por respostas para combater a criminalidade na região. As investigações estão em andamento para esclarecer os fatos e trazer maior segurança para a população local.