Dia a dia
22.835 presos têm prioridade na fila da vacina contra a covid-19 no ES
Desde o início da pandemia no estado, 1.104 presos receberam o diagnóstico positivo para a covid-19

Presídio. Foto: Sejus/Governo do ES
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O Espírito Santo ainda não sabe quando dará início à vacinação contra o novo coronavírus em detentos. As 22.835 pessoas privadas de liberdade do Espírito Santo fazem parte do grupo prioritário do Plano Nacional de Imunização. No entanto, o avanço na imunização desse grupo está diretamente ligado ao recebimento de doses pelo Ministério da Saúde. Atualmente, a imunização no estado está na faixa etária acima dos 60 anos, e, em paralelo, profissionais da educação e agentes da força de segurança e salvamento estão sendo vacinados com doses reservas.
A Secretaria de Estado da Justiça (Sejus) informou que 1.104 presos receberam o diagnóstico positivo para a covid-19 desde o início da pandemia. Desses, 102 são casos ativos, que estão sendo acompanhados pelas equipes de saúde que atuam no sistema prisional. A secretaria afirma que articula, junto às redes municipais de saúde, o agendamento das doses destinadas aos custodiados que fazem parte dos grupos prioritários para realizar a imunização.
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Participantes das forças de segurança pública não estavam no atual grupo de prioridades, mas o aval do Ministério da Saúde permitiu que o estado vacinasse esse público. De acordo com o Plano Nacional de Imunização, após o grupo de pessoas com comorbidades, devem ser vacinadas pessoas com deficiência permanente, pessoas em situação de rua, a população privada de liberdade (ou seja, os detentos), funcionários do sistema prisional, professores da educação básica, trabalhadores da educação de ensino superior, forças de segurança (que pulou para o início da fila após acordo entre STF e Ministério da Saúde), forças armadas, trabalhadores do transporte coletivo, aéreo e aquaviário, caminhoneiros, trabalhadores portuários e industriais.
Mesmo após muitas críticas, os detentos entraram como grupo prioritário na versão final do plano. No documento, O Ministério da Saúde aponta a população carcerária como parte de grupos populacionais “caracterizados pela vulnerabilidade social e econômica que os colocam em situação de maior exposição à infecção e impacto pela doença”. De acordo com a pasta, trata-se de um grupo que tem “encontrado diversas barreiras para adesão a medidas não farmacológicas”, da mesma forma que pessoas em situação de rua e as portadoras de deficiência.
A pasta da Saúde aponta, ainda, a população carcerária brasileira como suscetível a doenças infectocontagiosas, “como demonstrado pela prevalência aumentada de infecções nesta população em relação à população em liberdade, sobretudo pelas más condições de habitação e circulação restrita, além da inviabilidade de adoção de medidas não farmacológicas efetivas nos estabelecimentos de privação de liberdade, tratando-se de um ambiente potencial para ocorrência de surtos, o que pode fomentar ainda a ocorrência de casos fora desses estabelecimentos”.
