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Toquinho, Ivan Lins e MPB4 se apresentam juntos em Vitória
Os artistas se apresentam na turnê “50 Anos de Música” nesta sexta-feira, às 21h, no Espaço Patrick Ribeiro Produções do aeroporto

Toquinho participa de turnê que celebra momentos importantes da MPB, junto com Ivan Lins e MPB4. Eles estarão em Vitória amanhã. Foto: Divulgação
No momento em que a Bossa Nova perdia espaço nas rádios, em 1970, a MPB engatinhava e começava a criar suas raízes. O caminho para o gênero solidificar-se, porém, não foi nada fácil. Tanto que as histórias dessa época são relembradas até hoje por Toquinho, Ivan Lins e MPB4, expoentes do gênero, que trazem a turnê “50 Anos de Música”, nesta sexta-feira, ao Espaço Patrick Ribeiro, em Vitória. Confira o bate-papo com Toquinho, cantor e instrumentalista responsável por “Aquarela do Brasil”. O artista fala sobre o que acha da nova safra da música, relembra momentos da carreira e revela o repertório do show ao lado dos amigos.
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Como e quando nasceu a vontade de criar o “50 Anos de Música”?
Na verdade, há mais ou menos quatro anos que estamos apostando nesses encontros e realizando shows para grandes públicos. Não se deve exatamente a uma comemoração específica, e sim uma coincidência de interesses artísticos. Então resultou num show cuja dinâmica melódica se completa pelo bom humor, alicerçado na longa amizade que nos une.
A turnê é, então, um encontro de amigos? Como o Ivan Lins e o MPB4 participam da sua carreira?
Além da amizade, pertencemos a uma geração privilegiada, que carrega em sua trajetória musical toda a beleza da estrutura melódica da Bossa Nova. [Nós] Soubemos conservar essa qualidade através das várias gerações e das muitas tendências musicais, conservando as características essenciais da Bossa Nova em nossa obra, fazendo com que ela se perpetue no tempo e no espaço musical sem perder seu valor.
Como é olhar para trás e ver tudo o que conquistou nesses 50 anos de carreira?
Amo fazer o que faço. O palco é a extensão de minha casa. Eu me considero um artesão, sempre apoiado no violão, que representa o início de tudo. Estudo todos os dias a procura de novos acordes e harmonias. Além disso, sou privilegiado por ter trabalhado com parceiros que sempre valorizaram minhas composições. Em meio a essa trajetória de aprendizados surgiram as parcerias que valorizam sobremaneira minhas composições. Penso muito na música “Para viver um grande amor”: “Eu não ando só / só ando em boa companhia / com meu violão / minha canção e a poesia”. Além de meu mestre maior, Paulinho Nogueira, tive aulas de harmonia com Edgard Gianullo, e adquiri algum conhecimento de violão clássico com Isaías Sávio, além de seguir as performances de Turíbio Santos. Somando a isso, tive aulas de orquestração com o maestro Léo Peracchi. E para complementar essa mistura de tendências, sempre fui um apaixonado pelo estilo de Baden Powell.
A turnê também pode ser considerada uma celebração dos últimos 50 anos de história do MPB?
Temos um público cada vez mais ansioso por música de boa qualidade, difícil de surgir no cenário atual. Hoje parece que tudo é efêmero. Há uma carência de poesia e a melodia se perdeu em meio à mesmice sem critérios. Cabe a nós conservar a beleza do que criamos há décadas e que permanece viva e encantando as pessoas.
Você tem subido ao palco com jovens talentos da música. O que pode dizer dessa nova safra da música?
A música brasileira é muito dinâmica, tanto em suas tendências quanto aos valores artísticos. Vira e mexe surge alguém que se destaca nas variadas estruturas musicais. Atualmente, resta alguns deles se consolidar como artista completo.
Quais músicas os fãs escutarão?
A quantidade de sucessos até facilita, pois sabemos que teremos o público nos acompanhando e vibrando com canções que já tocaram seus corações. Impossível deixar de fora “Aquarela”, “Tarde em Itapoã”, “Madalena”, “Lembra de mim”, “Abre alas”, “Começar de novo”, “Roda viva”, “Cálice” e “Amigo é pra esses coisas”.
Entre uma canção e outra, o senhor conta histórias sobre o trajeto pessoal, certo? Pode adiantar alguma história para nós?
Ah, são casos que têm uma conotação especial. Só se impõem se relatados em público, diante da plateia. Do contrário, perdem até a riqueza do conteúdo, que é simplesmente deliciosa se ouvida na voz e na emoção do artista.
Encontro “50 Anos de Música”
Com Toquinho, Ivan Lins e MPB4.
Quando: Amanhã, às 21h.
Onde: no Espaço Patrick Ribeiro Produções do aeroporto. Endereço: avenida Roza Helena Schorling Albuquerquer, s/n – Goiabeiras, Vitória.
Ingressos: R$ 90 (pista/meia-entrada).
Informações: (27) 9.9242-6062.
