Cult
Eliane Gonzaga traz a obra de Ivan Lins para o Espírito Som
Cantora fará um show em homenagem ao autor de “Vitoriosa”, “Madalena”, “Abre Alas”, “Cartomante”. “Novo Tempo”, “Lembra de Mim” e mais uma vasta lista de sucessos

Eliane Gonzaga. Foto: Arquivo Pessoal
Eliane Gonzaga tem bons anos na estrada da música, interpreta diversos artistas com paixão, mas considera o compositor, pianista e cantor Ivan Lins como uma das suas maiores inspirações na hora de subir aos palcos. “Mesmo que a gente escute outras pessoas interpretando as canções do Ivan, sabemos que aquela melodia é dele. Essa singularidade sempre me fascinou. Todas as canções do Ivan são quase uma ”, diz Eliane. Tamanha iração levou à criação de um show especialmente para ele: “Vitoriosa”, que será apresentado nesta quinta-feira (03), a partir das 18h50, nas redes sociais do portal ES360 e na TV Capixaba, dentro do projeto Espírito Som, iniciativa da Rede Capixaba de Comunicação e do 244/Club.
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Na live, serão tocados os sucessos do artista carioca, que eia por diferentes gêneros musicais em canções como “Abre Alas”, “Me Deixa em Paz”, “Cartomante”, o samba mais caribenho de “Ai Ai Ai”. A lista inclui ainda “Novo Tempo” e “Somos Todos Iguais Nesta Noite”. “Sem tentar ser partidária, as letras desse repertório têm o mesmo discurso que eu gostaria de fazer. É sobre tudo o que está acontecendo agora no país, o nosso ‘novo normal’, e como eu gostaria que as coisas fossem depois. Vale a pena prestar atenção, pois são super atuais”, afirma.
Acompanhada no palco por Mauricio Fazz (piano, voz e arranjo), Paulo Sodré (baixo) e Marlon Aloir (baterista e percussionista), Eliane também contará com a participação especial do escritor Jace Theodoro, que fará a interpretação de um poema sobre a vida do cantor.
História
Na estrada há mais de 40 anos, Eliane estreou na música ainda na infância, aos 12 anos. Por influência do pai, que também é artista, ela começou fazendo apresentações no Teatro Carlos Gomes nos anos 1970. A direção era do atual integrante do músico Afonso Abreu e do pesquisador capixaba Rogério Coimbra. Figuras eminentes no estado, eles também eram os organizadores dos projetos “Noites Capixabas” e “Moqueca”, que promoviam um intercâmbio entre artistas locais, como Aprygio Lirio, Ester Maze e Marien Calixte, com músicos nacionais e internacionais, como ocorreu com Sarah Vaughan, ícone do jazz.
Desde então, ela não parou mais. Morou dez anos em Maceió (AL) nos anos 1980, e lá participou de big bands – tipo de banda que agrega até 20 músicos de uma só vez –, e voltou para o Espírito Santo uma década depois, quando os shows em bares já tinham virado sensação na noite capixaba. “Até hoje trabalho com as pessoas que conheci naquela época. São artistas com a cabeça muito aberta para testar a potência da música, independentemente do gênero. Alguns ganharam até projeção nacional, e isso mostra como o que produzimos aqui no estado é bom”, ressalta.
Embora sua preferência sempre tenha sido a música popular brasileira, Eliane também é conhecida pelas suas interpretações de jazz, bossa nova e samba. Recentemente, a cantora começou a trabalhar com locução comercial, produzindo jingles e propagandas publicitárias.
Produção
Antes da pandemia chegar ao Espírito Santo, quem cuidava da agenda cultural do 244/Club, onde acontecerá a apresentação desta quinta-feira, era a própria Eliane. Assim que as coisas começaram a desandar por causa da covid-19, ela e o proprietário da casa, Helcias Castro, pensaram em novas formas de continuar fazendo os shows, inclusive aqueles que já estavam marcados – como foi o caso do “Grito de Alerta”, da Márcia Chagas, primeira artista a se apresentar no projeto.
Resistente ao mundo das lives, Eliane demorou até criar intimidade com as novas tecnologias que esses tipos de apresentações exigem. “Eu achava que fazer um show sem público, apenas com a interação das pessoas pela telinha do celular, era uma coisa meio melancólica. Agora já vejo tudo de forma diferente, especialmente porque adaptamos alguns detalhes neste projeto”, conta. Segundo ela, o objetivo inicial sempre foi levar um show completo para o público, com uma estrutura técnica de qualidade digna dos grandes palcos. “Fizemos um trabalho de cenografia, curadoria das atrações e até de divulgação em vários meios de comunicação, seja na rádio ou na TV. Poucas lives aqui do estado tiveram essa estrutura”, relembra.
Seu envolvimento com o Espírito Som surgiu tão naturalmente que foi Eliane, aliás, quem batizou o projeto, fazendo uma brincadeira com o nome do estado e o intuito da produção, que é levar música para os capixabas. “Além de ser gostoso de pronunciar, é um nome que transmite o ‘espírito’ do que estávamos propondo: o som dos nossos artistas locais”, explica.
