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Volta às aulas: governo anuncia medidas, mas ainda há dúvidas
A coluna da última sexta-feira defendeu a necessidade de o governo anunciar o mais rapidamente possível as medidas para o retorno das aulas, com o objetivo de submetê-las ao debate da sociedade. No final de semana, uma edição extra do Diário Oficial trouxe um pacote de ações a serem tomadas pelas escolas e por setores relacionados a elas, como o de transporte de alunos. É um avanço. Mas ainda faltam muitos pontos a serem esclarecidos.
Data indefinida
O primeiro ponto ainda incerto está relacionado à data de retorno. Para o governo, ainda é cedo para a retomada das aulas. Os últimos números da pandemia no estado apontam para uma pequena reversão na queda de casos e óbitos. Aparentemente, a ideia é esperar ter números mais consolidados para definir a data. Realmente é necessário ter cuidado em relação a isso. Portanto, antes de setembro as aulas não retornam.
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Vagas nas vans
Os donos de vans escolares fizeram manifestação na sexta-feira para pedir algum tipo de auxílio por parte do governo. Se depender do pacote anunciado no final de semana, esse pedido vai se manter mesmo quando eles retomarem as atividades. Porque as medidas prevêem o uso de metade da capacidade dos veículos, para manter o distanciamento dos estudantes. Isso certamente significará a redução, também pela metade, dos rendimentos dos transportadores. Certamente eles vão querer algum tipo de amparo para complementar seus ganhos.
Autonomia das escolas
As escolas vão, de certa forma, definir os caminhos próprios para a retomada das aulas. O pacote define pontos gerais, como obrigatoriedade de uso de máscara, necessidade de fornecimento de itens como álcool gel para alunos e professores e etc. Mas as escolas terão de elaborar um Plano Estratégico de Prevenção e Controle, com as medidas e ajustes adotados na instituição. Uma plataforma elaborada pelo governo receberá a atualização semanal desse plano, para acompanhamento pelo governo. Resta saber como isso se dará na prática…
Lacunas
O pacote prevê cuidados para os servidores e professores considerados do grupo de risco. No entanto, não fica claro quais medidas serão tomadas caso eles tenham de ser afastados. Também não ficou claro como se dará a manutenção do distanciamento mínimo (1,5 metro) entre os alunos na sala de aula. Está previsto um revezamento, mas não está claro como ele se dará na prática. Enfim, são várias lacunas ainda a serem preenchidas. Mas sem dúvida houve um avanço importante com a divulgação das medidas.
Exemplo de fora
Os cuidados com a retomada são mesmo necessários. Em outros países, a volta às aulas foi considerada fundamental no surgimento de uma segunda onda da doença. O exemplo mais recente é Israel: a retomada das aulas em maio foi um enorme fracasso.
Erro assumido
Quem fala em “fracasso” no caso de Israel é o próprio governo. As medidas adotadas por lá são muitos parecidas com o pacote anunciado aqui. A euforia com o retorno das aulas, como se o país tivesse derrotada a pandemia, levou a vários descuidos. No caso das escolas, o governo fez vista grossa para o caso das escolas onde era impossível adotar todas as medidas sanitárias sugeridas, como o distanciamento entre os alunos, por exemplo. O resultado foi o ressurgimento de focos da doenças em vários pontos do país.
Reversão e atenção
Os números registrados desde a sexta-feira levou a uma pequena reversão na tendência de queda no número de casos e óbitos no estado. No caso de Vitória, por exemplo, a média móvel em sete dias chegou a ficar em torno de 40 casos. Os números desse domingo, dia 9, apontam para 63 casos registrados em média, por dia, na última semana. A Serra chegou a ter média de menos de 30 casos por dia. Agora está em 41. Também na Serra, a média móvel de óbitos está estável, com dois registros por dia.
Menos internados
O quadro nos hospitais continua num ritmo bem mais tranquilo, quando comparado ao registrado em junho, por exemplo. O número de internados por conta da Covid em enfermarias caiu para 364 pacientes. O estado já chegou a ter 817 leitos de enfermaria para covid, hoje são 660, com ocupação atual de 55.15%.
E nas UTI’s…
São 468 pacientes ocupando leitos de UTI para covid em todo o estado. Isso equivale a 70,59% do total de vagas disponíveis atualmente. Mas o estado reduziu o número de leitos de terapia intensiva nas últimas semanas. Já chegou a ter 715, hoje tem 663. Ou seja, se ainda contasse com 715 leitos, o índice de ocupação seria de 65,45%, índice confortável, segundo os critérios do próprio governo.
Briga de outdoors
A Grande Vitória virou palco de cartazes a favor e contra Jair Bolsonaro. A prefeitura de Vitória entrou na disputa contra um desses outdoors: aquele colocado em Jardim Camburi a pedido do deputado Capitão Assumção (Patriotas) e seus apoiadores. Foi determinada a sua retirada pelo fato de que “a propaganda ou publicidade de medicamentos sob controle especial somente pode ser efetuada em revistas de conteúdo exclusivamente técnico, referentes a patologias e medicamentos, dirigidas direta e unicamente a profissionais de saúde.” O cartaz não só apoiava o presidente da República, mas defendia o uso da cloroquina pelos portadores de covid.
A afirmação
‘Esse é o começo de algo que pode, sim, ameaçar o lulismo’
(André Singer, professor de Ciência Política e ex-porta-voz do governo Lula, sobre as novas políticas assistencialistas adotadas pelo governo Bolsonaro)
A imagem

O meio-campista Honda, do Botafogo anuncia, por meio de seu Instagram, que vai sortear R$ 500 por dia até o final do ano para seus seguidores. Foto: Reprodução/Rede social
O meio-campista Honda, do Botafogo, anuncia, em suas redes sociais, o sorteio de R$ 500 por dia, entre seus seguidores. Para ganhar, os interessados devem enviar mensagens ao japonês na rede social escrevendo o que fariam com a quantia. O dinheiro deve ser usado para três fatores primordiais: educação, crescimento e solidariedade.
Recentemente, o jogador abriu uma escola online no Japão para crianças e adolescentes entre 12 e 18 anos com a mensalidade de 1 dólar (R$ 5,40, na cotação atual) por mês.
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