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Coluna André Andrès

Seis “vinhos de supermercado” (que valem a pena) por menos de R$ 80

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Há muitos anos, a expressão “vinho de supermercado” era algo ruim, pejorativo. Correspondia a rótulos de má qualidade, porque nas gôndolas só se encontravam garrafas e garrafões de vinho suave. Eles têm seu lugar na história, mas não podem ser considerados de produção qualificada. O tempo ou, os supermercados foram aprimorando seus serviços a ponto de se tornarem importadores de grandes vinícolas, descobridores de ótimos tintos e brancos, polos de irradiação da cultura do vinho. E neles, hoje, é possível encontrar desde o eterno vinho suave, como o Sangue de Boi, até alguns ícones da produção mundial, como o Elderton Command Shiraz ou o Santa Rita Casa Real, só para ficar em dois exemplos de alguns dos melhores vinhos já provados por este colunista. A linha Elderton, aliás, reentrou recentemente no mercado do Espírito Santo por conta de importação da rede Carone. Os vinhos básicos da  vinícola são uma amostra da alta qualidade conseguidos pelos produtores em Barossa Valley, na Austrália. Essa qualidade também aparece em tintos produzidos no norte da Itália, mais precisamente em Trentino e no Veneto, e é possível ser conferida nos rótulos trazidos pela rede Perim. Eles estão nesta seleção de vinhos encontrados nas prateleiras dos supermercados, alguns há um tempo relativamente curto, e merecedores da atenção de quem está sempre em busca de novas sensações provocadas pelo inesgotável mundo do vinho.

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Romolo – Não é exatamente novo nas gôndolas, mas também não é um vinho muito conhecido. Ganhou o apelido de “pequeno supertoscano”. É um tinto ainda mais surpreendente quando se leva em consideração seu preço: por módicos R$ 38,00 você leva apara casa um tinto muito agradável de se beber, resultado da mescla das italianas Ciliegiolo e Sangiovese. No Perim.

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Elderton Serie “E” Chardonnay – Os vinhos brancos da América do Sul sofrem, muitas vezes, pelo excesso de madeira, ficam com notas exageradas de manteiga, amêndoa, um pouco adocicados, meio enjoativos. O Chardonnay da Elderton não a por madeira. Então se notam os aromas e sabores frutados da casta. Um branco mais leve, menos denso. Muito gostoso. E uma excelente oportunidade de experimentar um vinho de uma das melhores vinícolas do Novo Mundo. A Elderton elevou a patamares gloriosos a produção dos vinhos australianos. R$ 80,00. No Carone.

Santa Ema Gran Reserva Sauvignon Blanc – O Merlot Gran Reserva é conhecidíssimo e suas notas de chocolate e baunilha são marcantes. Mas o Sauvignon Blanc é injustamente menos conhecido. Merece fama maior. A coloração é curiosa: de tão claro, o vinho poderia ser confundido com água. Mas basta levar a taça ao nariz para sentir todos os aromas de frutas característicos da Sauvignon Blanc. Eles se repetem na boca, com um frescor e uma permanência no paladar marcantes. Delicioso. R$ 68,00. No Carone.

 

Rosso Vignetti Delle Dolomitti – O Espírito Santo tem recebido tintos muito curiosos da região do Vêneto. Garrafas pesadas, boa apresentação, rótulos bonitos,  preço convidativo e, o mais importante, de características bem peculiares. É o caso deste Rosso. Vignetti Delle Dolomitti é a IGT do vinho, ou seja a Indicação Geográfica Típica. Neste caso, indica vinhos produzidos no Norte da Itália, na fronteira com a Alemanha. É uma região onde se pratica o aimento das uvas. Complicou? Bem, aimento é uma técnica de amadurecimento: as uvas são deixadas em esteiras, para perder líquido e, em consequência, ganhar dulçor. Por isso o vinho tem um toque adocicado e uma acidez mais discreta. Tem aromas muito marcantes de frutas maduras. É para se provar, no mínimo, para conhecer e ter opinião a respeito desse tinto. R$ 68,00. No Perim.

 

Centoventi Special Edition Rosso 2018 – Mais um exemplo da linha de vinhos chegada há alguns meses ao mercado local vindo da região do Vêneto. O Centoventi foi produzido para comemorar os 120 anos da vinícola Sartori, produtora tradicional da região. Boa parte da descrição do Rosso Vignetti Delle Dolomitti se repete aqui (indicação geográfica, produção perto da Alemanha, aimento etc.), mas com algumas diferenças: é um tinto com acidez um pouco mais acentuada. Muito gostoso. R$ 78,00 no Perim.

 

Loma Larga Chardonnay – Toda a linha produzida pela vinícola chilena tem qualidade. O Cabernet Franc, então, é especialmente bom, mas como a tarefa aqui é escolher vinhos abaixo de R$ 80, a opção é este Chardonnay com agem por madeira sa. Ele fica untuoso, gostoso, com aromas e sabores marcantes. Custa R$ 79,00 no Carone. E vale cada centavo…

  

André Andrès

Há mais de 10 anos escrevo sobre vinhos. Não sou crítico. Sou um repórter. Além do conteúdo da garrafa, me interessa sua história e as histórias existentes em torno dela. Tento trazer para quem me dá o prazer da sua leitura o prazer encontrado nas taças de brancos, tintos e rosés. E acredite: esse prazer é tão inesgotável quanto o tema tratado neste espaço.

Os artigos publicados pelos colunistas são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam as ideias ou opiniões do ES360.