IBEF Academy
Quem decide são os números
- Por Cristiano Stein de Almeida
Vicente Falconi relatou um fato interessante em um evento on-line. Segundo ele, um amigo o procurou e eles combinaram de se falar pelo telefone no dia seguinte bem cedo. Eis que o tema da tal ligação era uma decisão que o amigo empresário teria que tomar sobre fechar ou não o escritório da sua empresa localizado em São Paulo. O enredo da conversa foi a la Falconi, o qual enfatizou que tudo deve ter meta. O final dessa história veremos adiante.
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Não é apenas em momento de pandemia que esse tema vem à tona. Diariamente, executivos e líderes de organizações de diversos tamanhos têm nas mãos decisões que envolvem fechamento, cortes ou, até mesmo, expansão dos negócios. Parece óbvio falar que se decide com base em números. Mas, e como está o foco financeiro da organização? Existem metas claras?
Com base nos livros de Vicente Falconi, temos noção da importância de definir metas que envolvam toda a organização. Desde a faxineira até o presidente da empresa, todos podem e devem contribuir para a construção dos objetivos. No livro “O Verdadeiro Poder”, o autor registra o que deu certo nas empresas para as quais prestou consultoria. É uma obra extraordinária, pois agrega o conhecimento do consultor com a experiência dos seus clientes, resultando numa quantidade qualificada de ensinamentos e exemplos práticos.
A perspectiva de Falconi, além da disciplina e da consistência, que são traços marcantes em seus ensinamentos, destaca o foco financeiro como sendo o ponto de partida, pois todas as organizações, inclusive igrejas e partidos políticos, precisam de dinheiro para “sobreviver”.
Atualmente, presenciamos algumas estratégias que se destacam pela exposição de temas sensíveis, como o programa de trainee para negros do Grupo Magazine Luiza, que levantou um debate entre o aumento ou a diminuição da desigualdade racial. Inegavelmente, é o foco financeiro que definirá adiante se a estratégia gerou lucros ou prejuízos para a empresa, com base nos indicadores predefinidos (metas). Logo, o tema central da estratégia gira em torno do alcance das metas que geram resultados financeiros e sustentam a organização.
O princípio do foco financeiro deve ser aplicado inclusive no gerenciamento de equipes. Para isso, é necessário cuidado no recrutamento e na seleção, cuidado na avaliação de desempenho e, ainda, a capacidade de definir metas para todas as pessoas na organização. Essa corrente levará à formação de uma cultura empresarial focada nos resultados e de alta performance.
Acredito que esse seja um ponto que diferencia as empresas que atingiram resultados acima da média. Muitos líderes que, desde o começo, não acreditam no atendimento de metas ousadas não preparam a sua equipe para atingi-las. Consequentemente, constroem uma empresa sem cultura de resultados, tornando a liderança refém do cotidiano e dos redemoinhos diários.
E, então, qual foi o conselho de Vicente Falconi ao seu amigo empresário? Simples, ele disse: quem decide são os números. Como orientação, sugeriu que o amigo juntasse toda a equipe e projetasse o pior cenário para a organização. Se, nesse pior cenário, o custo do escritório em São Paulo pudesse ser absorvido pela empresa, o local não precisaria ser fechado.
Portanto, em meio ao caos ou mesmo em tempos de expansão, uma coisa é certa: quem decide são os números. E esses mesmos números levam a organização a uma cultura de resultados e de alta performance.
Sobre o Autor

Cristiano Stein de Almeida. Foto: Divulgação
Cristiano Stein de Almeida é formado em istração e especializado na área bancária. Atua como correspondente bancário do Banco Original e é membro do IBEF Academy.
Os artigos publicados pelos colunistas são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam as ideias ou opiniões do ES360.
