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Coluna Vitor Vogas

Presidente do PT-ES: Contarato para o governo? Sim. Apoio a Casagrande? Não

Em reveladora entrevista, Jackeline Rocha praticamente sepulta as chances de uma aliança do PT com o atual governador e, de modo surpreendente, conta que a prioridade do PT-ES é buscar uma composição com o PSD de Guerino Zanon e com a federação Rede/Psol de Audifax

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Jackeline Rocha. Foto: Facebook

Pouca gente conhece esse detalhe pessoal, mas a presidente estadual do PT, Jackeline Rocha, é compositora amadora. Nas raríssimas horas vagas, escreve canções e toca violão. Já teve até um trabalho classificado em um conhecido festival de música em sua terra, Colatina.

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Ultimamente, porém, Jackeline está se dedicando muito mais a outro tipo de composições: as político-partidárias, visando ao fortalecimento da candidatura ao governo do senador Fabiano Contarato (PT). Mas uma composição com o PSB do governador Renato Casagrande está decididamente fora dos planos de Jackeline e do PT no Espírito Santo. Pelo visto, não vai dar música.

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É o que se conclui das declarações de Jackeline, na reveladora entrevista que se segue abaixo. Segundo ela, a decisão de manter a candidatura de Contarato é unânime na direção estadual do PT. E a única hipótese que pode levar o partido a recuar em favor de Casagrande é uma determinação da direção nacional – a qual, no entanto, segundo Jackeline, é hoje bastante improvável: “Não é o cenário que está posto”.

Contarato, afirma ela, será candidato acima de tudo porque “o PT não pode ter palanque tímido para Lula no Espírito Santo” – o que, para bom entendedor, ocorrerá se o PT topar remover seu candidato para subir no palanque de Casagrande.

Jackeline ressalta que a candidatura de Contarato independe, inclusive, da aliança nacional do PT com o PSB. “No nosso Estado, algumas coisas se darão de modo diferente.”

A dirigente diz que o PSB (não o governador) com certeza apoiará Lula no Espírito Santo, até por ter o vice do petista, Geraldo Alckmin: “Isso é fato”.

Mas, quanto ao cenário local, enfileira críticas à “falta de visão social” do governo Casagrande, afirma que PT e PSB estão “afastados” no Espírito Santo, destaca que há representantes do bolsonarismo na base e no palanque de Casagrande e que, pela soma desses fatores, é “mais saudável” (e mais provável) que cada um dispute essa corrida na própria raia, pelo menos no 1º turno:

“Em relação a palanque estadual, com o PSB mantendo essa frente que tem alguns integrantes do bolsonarismo, acredito que o mais saudável seria eles manterem a candidatura deles [Casagrande] e a gente seguir com o nosso palanque [Contarato].”

Jackeline ainda salienta que PT e PSB estão hoje em “campos distintos” no Espírito Sato porque “o tempo do PSB não é o tempo do PT”, isto é, “o tempo do PT não é o tempo do atual governador para tomar as decisões”.

E, de modo ainda mais surpreendente, destaca que, em matéria de política de alianças, a prioridade do PT-ES no momento é buscar atrair para uma mesma frente eleitoral, também no Espírito Santo, os partidos que o PT nacional vem tentando atrair para o palanque de Lula, incluindo a federação Rede/Psol e o PSD de Gilberto Kassab.

A questão é que Rede e PSD também já têm seus pré-candidatos ao governo do Espírito Santo: respectivamente, Audifax Barcelos e Guerino Zanon. Problema algum, segundo Jackeline.

“Se for possível dialogar com a federação Rede/Psol, que tem uma candidatura ao governo hoje, e se for possível dialogar com a candidatura do PSD hoje, para compor uma frente com Contarato, eu acho que é importante fazê-lo.”

Ela conta que já vem conversando pessoalmente com Audifax e com Guerino, mas não numa perspectiva de retirada de alguma candidatura: “Não estamos no momento do ‘retira a sua e apoia a minha’”. O objetivo, explica ela, é fortalecer o palanque de Lula. Ou, no mínimo, evitar que essas outras forças políticas fiquem “soltas” no Espírito Santo e decidam se incorporar ao movimento em prol de Jair Bolsonaro. Se não fizerem isso, já ajudam muito Lula (e o PT).

“Acho que todos na classe política capixaba deveriam se perguntar: afinal, de que lado a gente está?”

Leia abaixo a entrevista completa de Jackeline Rocha:

Em reunião realizada no último dia 14, a Executiva Estadual do PT, presidida pela senhora, decidiu, na presença do senador Fabiano Contarato, manter e fortalecer a pré-candidatura dele ao governo. Mas, pelo que apurei, há discordâncias dentro da própria Executiva. Há uma ala que prefere uma aliança com Renato Casagrande. Qual é o seu posicionamento pessoal?

A decisão da candidatura do Contarato é uma decisão unânime. Toda a Executiva, toda a direção, todos os presidentes dos diretórios municipais se colocaram nesse processo de uma maneira muito animada e engajada com o objetivo de manter a candidatura do Contarato e de torná-lo realmente o nosso candidato a governador. E, numa questão pessoal, eu vejo que o PT neste momento se apresenta de uma maneira mais moderna, mais fortalecida, vindo para o jogo político, trazendo as suas ideias. Nesse processo de renovação, cabe uma liderança do tamanho do Contarato, que hoje é o único senador que o PT tem na Região Sudeste, o que o torna uma figura política importante não só no cenário político do Espírito Santo, mas também no cenário político nacional. Então, temos muito respeito pela estratégia que o Diretório Nacional do PT vem construindo para fortalecer o palanque de Lula. Mas, assim como o Lula ressurge trazendo uma mensagem de esperança capaz de unificar o país, a candidatura de Contarato no Espírito Santo, além capilarizar essa vontade, também se insere num novo momento político do partido e da própria organização da sociedade. Então, foi uma decisão unânime da Executiva, da direção e das setoriais internas do PT. E agora a gente a por uma nova fase, que é de organizar essa pré-campanha, para que suas ideias se tornem conhecidas por todo o Estado.

Vocês farão encontros regionais, certo?

Faremos seis encontros regionais. A nossa ideia é fazer algo que já foi feito nas campanhas anteriores do Lula: uma grande Caravana da Cidadania. Vamos percorrer com Contarato todas as regiões do Espírito Santo, todos os locais onde acreditamos que as pessoas precisam ser olhadas, tocadas e ao mesmo tempo querem participar do processo político sendo protagonistas, não apenas para a gente chegar lá na hora e pedir o voto. Queremos as pessoas participando da construção dessa candidatura.

Então, é claro que essa decisão não depende só da senhora, mas, no que depender exclusivamente da senhora, Contarato será, sim, candidato a governador?

Contarato será o candidato do PT. Estamos num momento em que as pessoas podem achar que é só um confronto que existe em razão das alianças nacionais. E eu digo para você que não é. E te digo por que acredito que a melhor opção para o PT neste momento seria a candidatura do Contarato.

Por quê?

Primeiro, a gente tem uma candidatura presidencial que tem uma grande missão, que é derrotar esse projeto autoritário, “antipovo” e antidemocracia representado pelo atual presidente da República. Então a gente não pode ter nenhum palanque tímido, principalmente aqui no Espírito Santo. Costumo dizer que Lula foi um dos melhores governadores que o Espírito Santo já teve, no âmbito das políticas públicas. E todo esse legado de políticas públicas deixa uma marca positiva para o Espírito Santo. Então nós, do Partido dos Trabalhadores, que amos por um momento muito difícil, de criminalização da política, em que muitas pessoas deixaram de acreditar na política como ferramenta de transformação, nós precisamos agora falar com essas pessoas que o Brasil tem jeito. E o Espírito Santo pode ser melhor gerido, inclusive. Então, o palanque do Contarato tem sintonia com esse momento do Lula sendo capaz de retomar esse processo de desenvolvimento econômico e social.

A senhora diz que o palanque do Lula no Espírito Santo não pode ser tímido. Um palanque do PT com Casagrande seria tímido, para o PT e principalmente para a campanha do Lula? A candidatura do Contarato ao governo, então, independe de uma política nacional de alianças e, especificamente, da aliança nacional do PT com o PSB?

Vou responder a partir da sua segunda pergunta: sim, independe. Por quê? Porque a aliança nacional do PT vai ser ampla, vai ser um palanque nacional formado por diversas forças. Por exemplo, o PT busca o apoio da Rede, do Psol, do Solidariedade, do Cidadania, de setores do PSD e do MDB… O PSB filiou o Alckmin, e ele é o vice do Lula. Então, para nós, é natural que haja essa movimentação porque tem um ponto principal: derrotar o fascismo e esse processo autoritário que existe no país. Ao mesmo tempo, os estados precisam reproduzir uma ótica que dialogue também com isso. O governador Casagrande é do PSB, partido que terá o vice de Lula. Mas, quando a gente entende a nossa regionalidade no Espírito Santo, o PT lançou candidatura própria em 2014 e também em 2018. O PT não faz parte da base do governo Casagrande. E temos algumas críticas sociais importantes ao atual governo do Estado, principalmente quando vemos esse cenário de desmonte. Isso precisa ter um olhar especial para a frente. E, quando a gente fala do palanque eleitoral em si, nós defendemos que a candidatura do Contarato também cumpre uma estratégia, para termos palanque eletrônico e para que o voto de legenda nos ajude a impulsionar as candidaturas de deputados estaduais e federais.

Então, trocando em miúdos, PT e PSB não vão se coligar nem fazer uma aliança no 1º turno na eleição majoritária no Espírito Santo? É isso?

Eu tenho certeza que PT e PSB farão a campanha de Lula e Alckmin no Espírito Santo. Esse é o primeiro ponto.

Mas me refiro a uma coligação formal no Estado, na eleição a governador…

Aqui no Espírito Santo, a nossa compreensão neste momento é que, talvez, só poderíamos fazer algum movimento de caminharmos juntos [com o PSB] no mesmo palanque se viesse alguma decisão nacional. Por aqui, nós mantemos a diplomacia de sentar à mesa [com Casagrande], de discutir quais são as nossas fragilidades, mas não existe nessa mesa nenhum pedido de retirada de candidatura ou de apoio a outra candidatura.

Então a única coisa que pode fazer o PT do Espírito Santo recuar e não registrar a candidatura de Contarato em agosto é uma determinação da cúpula nacional?

O que existe no cenário é que, após o dia 2 de abril, último dia do processo de filiações, eu diria que vários palanques nacionais que estavam arrumados se desarrumaram. Há conversas do PT nacional com setores de outros partidos, como citei anteriormente. E a gente percebe que não é essa a base que está sendo dialogada no Espírito Santo. Vou dar um exemplo para você: hoje, PSD, Rede e PT têm candidaturas próprias no Estado. Nacionalmente, tudo indica que a federação Rede/Psol apoiará Lula, e o PSD [de Gilberto Kassab] também caminha para uma conversa nacional com o PT. Então, não se trata só de uma posição do PSB no Espírito Santo. Trata-se de qual frente queremos construir nacionalmente para reproduzi-la aqui no Estado. Além disso, temos uma federação com o PV e o PCdoB. E precisamos buscar outras alianças para esse palanque de Contarato, que é o gesto que vamos fazer. Automaticamente, não visualizamos os partidos com que Lula está conversando nacionalmente na mesma frente que é dialogada por Casagrande. Essa frente que Casagrande dialoga não tem a Rede e o Psol, não tem o PSD… Então acredito que, no nosso Estado, algumas coisas se darão de modo diferente, até porque não é o nosso objetivo fortalecer o campo que apoia o atual presidente da República.

E a frente de Renato Casagrande inclui alguns partidos que apoiam a reeleição de Bolsonaro, como o PP…

Isso.

Então a senhora não visualiza e não acredita numa determinação da cúpula nacional do PT no sentido de que vocês, lá na frente, sejam obrigados a retirar a candidatura de Contarato e se coligar com o PSB para apoiar a reeleição do atual governador?

Isso pode ocorrer porque, para nós, o foco principal é a eleição de Lula. Esse é o fato principal que nos unifica. É lógico que, se vier uma decisão com base nessa linha estratégica de fortalecimento do Lula, nós somos um partido nacional, não somos um partido unicamente no Espírito Santo…

Mas hoje não é esse o cenário que está posto…

Hoje não é o cenário que está posto. Inclusive a candidatura de Contarato tem muita sintonia nacionalmente, porque, dentro dos objetivos específicos do PT, precisamos fazer um grande esforço para eleger deputados e deputadas federais da nossa federação com o PV e o PCdoB. E a candidatura do Contarato também favorece esse crescimento da nossa representatividade no Congresso.

Então a tendência, hoje, não é a de que haja uma determinação nacional nesse sentido que falei?

A tendência hoje não é essa. A gente respeita muito a militância do PSB, que tenho certeza que fará a campanha para Lula e Alckmin também aqui no Espírito Santo. Isso é um fato. Só que aqui a gente tem um cenário um pouco diferente. Em relação a palanque estadual, com o PSB mantendo essa frente que tem ali alguns integrantes do bolsonarismo, acredito que o mais saudável seria eles manterem a candidatura deles [Casagrande] e a gente seguir com o nosso palanque [Contarato].

Mais saudável e mais provável que cada um dispute na sua própria raia?

Exatamente.

E no 2º turno? Há uma probabilidade maior de aliança entre os dois partidos?

Sem dúvida alguma. Em termos de 2º turno no Espírito Santo, a gente tem responsabilidade. O que não podemos permitir é que a eleição estadual seja vencida por alguém aliado a esse projeto nacional que o atual presidente representa.

A menos que Contarato e Casagrande em para o 2º turno…

Aí será uma outra perspectiva. O que nós queremos, Vitor, é mostrar que o PT faz parte da geopolítica do Estado. Não adianta algumas forças tentarem nos isolar no processo. Talvez esta seja a nossa grande oportunidade de mostrar para as pessoas, neste momento, que o PT fez a diferença na vida de muita gente. O nosso compromisso é o de juntar, aqui no Espírito Santo, a frente nacional que o Lula está buscando formar e que não está representada no atual governo do Estado. Então, se for possível dialogar com a federação Rede/Psol, que tem uma candidatura ao governo hoje [Audifax Barcelos], se for possível dialogar com a candidatura do PSD hoje [Guerino Zanon], para compor uma frente com Contarato, eu acho que é importante fazê-lo. O que nós não podemos permitir é que esses movimentos recaiam no fortalecimento de uma ultradireita. E o que não dá para confundir neste momento é achar que estamos apenas fazendo um movimento de confronto ao governo Casagrande porque não participamos do governo ou porque não temos cargo no governo… Não é isso. É o momento político que vemos de uma retomada democrática, em que não dá para caminhar com aqueles que fortalecem o palanque de Bolsonaro. Então, fazer qualquer movimento que possa caminhar para uma aliança com o PSB aqui no Espírito Santo demandaria muito diálogo nacional, porque nós estamos afastados aqui. Respeitosamente, a gente fala isso para a própria direção do PSB. A gente tem críticas à falta de visão social desse governo para a maioria das pessoas que estão sofrendo pelo processo do desemprego, pela volta da fome, pelo aumento da população de rua, pelo número de feminicídios que temos aqui… Esse é um ponto crítico sobre o qual jogamos luz. Além disso, o que mais tem nos colocado em campos distintos é que o tempo do PSB não é o tempo do PT.

Como assim?

O tempo do PT não é o tempo do atual governador para tomar as decisões. Porque a gente está falando de recuperar a credibilidade política de um campo de esquerda aqui no Estado.

Quer dizer, enquanto vocês não têm tempo a perder, o governador está querendo empurrar as decisões para a frente?

Isso. E, quando ele faz o movimento de jogar para a frente, não anunciar que é candidato à reeleição e tal, é um jogo político que todos nós conhecemos.

A senhora enfatizou a estratégia de buscar reproduzir, no Espírito Santo, uma aliança com partidos que o PT busca atrair nacionalmente para o palanque do Lula, como o PSD e a federação Rede/Psol…

Isso.

Vocês já estão procurando conversar com os respectivos dirigentes estaduais? Hoje, estrategicamente, é mais interessante para o PT compor uma aliança com esses partidos do que com o PSB, em nível estadual?  

Nosso esforço está sendo o de fazer o movimento que o Lula vem fazendo nacionalmente. Nós já procuramos aqui no Espírito Santo os partidos que vêm conversando com o Lula. Procuramos o PSD, a Rede, o Psol… Falamos dessa perspectiva do fortalecimento do palanque do Contarato. E já tivemos pelo menos três reuniões com os partidos que compõem a nossa federação: o PV e o PCdoB. O PV tem uma posição muito clara de apoio a Casagrande, e a gente trata isso com muita naturalidade. O PCdoB está conosco na construção dessa estratégia.

No caso da federação Rede/Psol, com quem a senhora conversou?

Nós tivemos duas conversas com a direção estadual do Psol: o presidente Toni [Cabano], a Camila [Valadão], várias lideranças. E também nos reunimos um dia com o presidente nacional do Psol, Juliano Medeiros.

Mas, lá na federação Rede/Psol, tem o fator Audifax Barcelos, que também é pré-candidato ao governo… Vocês também já conversaram com alguém da Rede e com o próprio Audifax?

Conversamos com o próprio Audifax e tivemos pelo menos três conversas com a Executiva Estadual da Rede, na sede do partido.

Mas a senhora acredita que Audifax estaria disposto a recuar e se retirar do páreo?

Não. A conversa com Audifax não girou em torno de “retira e apoia a minha candidatura”. Não estamos no momento do “retira a sua e apoia a minha”. Estamos nos sentando para analisar e entender o cenário político no Espírito Santo e entender o movimento que vem sendo feito pelo atual governo estadual, que recusa uma frente que estará compondo com o Lula. Essa é que é a realidade. Se o Lula atrair o PSD, a Rede, o Psol, e esses partidos não estão representados num palanque [presidencial] no Espírito Santo…

Vocês podem unir forças?

A gente pode unir forças para tentar construir uma alternativa aqui.

Mas para isso, pensando no 1º turno, alguém terá que ceder e abrir mão da candidatura ao Palácio Anchieta. Certamente vocês não querem que seja o Contarato…

Não será o Contarato.

Por isso insisto: vocês acreditam que o Audifax possa retirar a candidatura dele?

Não. Não conversamos nessa perspectiva. O que temos feito é uma reflexão sobre o cenário. Estamos conversando com todos os partidos que são “Fora, Bolsonaro”. As direções partidárias que definem que são “Fora, Bolsonaro” automaticamente são Lula? A princípio, não. Mas, nacionalmente, elas já sinalizaram que estarão com Lula? Nacionalmente, sim. Então cabe a nós do PT fazer todas essas conversas.

E com o PSD local? Com quem foi a conversa? Com Zé Carlinhos? Com César Colnago? Com o próprio Guerino Zanon?

Nós conversamos algumas vezes com o próprio Guerino, no momento da filiação dele ao PSD [no fim de março]. Conversamos dentro da perspectiva que te falei: se o PSD nacional fizer algum movimento de apoio a Lula. Acho que todos na classe política capixaba deveriam se perguntar: afinal, de que lado a gente está?

Mas a senhora acredita que o PSD no Espírito Santo, tendo à frente Zé Carlinhos, Guerino Zanon, nomes mais ligados à direita, pode de fato caminhar com o Lula?

Eu te diria que é melhor a gente tentar discutir com eles o apoio a uma construção ampla do que deixá-los compor um palanque com Bolsonaro. É mais sábio, pensando no futuro do Espírito Santo.

E o Guerino também pode retirar a própria candidatura a governador?

Não. Eu não falo nessa linha de retirada de candidatura. Nem dele nem do Audifax. O que falo é numa linha de para onde eles caminharão. Se caminharem para uma linha de fortalecimento da extrema-direita, é um sinal muito ruim. E conversar não tira pedaço. Todos aqueles que são “Fora, Bolsonaro”, é um caminho lógico a gente conversar. E é o que estamos fazendo.

Vitor Vogas

Nascido no Rio de Janeiro e criado no Espírito Santo, Vitor Vogas tem 39 anos. Formado em Comunicação Social pela Ufes (2007), dedicou toda a sua carreira ao jornalismo político e já cobriu várias eleições. Trabalhou na Rede Gazeta de 2008 a 2011 e de 2014 a 2021, como repórter e colunista da editoria de Política do jornal A Gazeta, além de participações como comentarista na rádio CBN Vitória. Desde março de 2022, atua nos veículos da Rede Capixaba: a TV Capixaba, a Rádio BandNews FM e o Portal ES360. E-mail do colunista: vitor.vogas@es360.com.br

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