Podemos incorpora PSC e base de Casagrande aumenta no ES

Pastor Everaldo, Renata Abreu, Lauriete e Gilson Daniel, no anúncio da incorporação do PSC ao Podemos

Presidido no Espírito Santo pelo deputado federal eleito Gilson Daniel, o Podemos incorporou, na noite desta terça-feira (22), o Partido Social Cristão (PSC), que não atingiu a cláusula de barreira nas últimas eleições. A decisão foi anunciada no Salão Verde da Câmara dos Deputados, pela presidente nacional do Podemos, a deputada federal Renata Abreu (Podemos-SP), ao lado do presidente nacional do PSC, o pastor Everaldo Pereira.

Com isso, o Podemos se robustece ainda mais nos Espírito Santo. O partido já havia crescido nas urnas em outubro, graças à obtenção de bons resultados nas eleições parlamentares: fez dois deputados federais (Gilson Daniel e Victor Linhalis) e três estaduais. Agora, com a incorporação do PSC, o Podemos ará a somar quatro representantes na Assembleia Legislativa a partir de 2023.

Outra consequência imediata desse movimento é a expansão da base de apoio do próximo governo Casagrande, inclusive na Assembleia, com a adição desse deputado extra à bancada do Podemos: Alexandre Xambinho, reeleito pelo PSC (se bem que Xambinho já pode ser considerado um aliado do Palácio Anchieta).

O Podemos já faz parte do governo Casagrande e integrou a coligação do atual governador na eleição. O PSC, não. No 1º turno, a sigla presidida no Estado pelo ex-deputado Reginaldo Almeida não apoiou nenhum candidato ao governo; no 2º turno, apoiou publicamente Manato (PL) contra Casagrande.

Entretanto, a deputada federal Lauriete, que disputou sem sucesso a reeleição, apoiou pessoalmente Casagrande no 2º turno. Ela até participou do anúncio da incorporação do PSC, ao lado de Gilson Daniel, nesta terça-feira. O governador também foi apoiado no 2º turno pelo deputado estadual Renzo Vasconcelos (PSC), que, embora bem votado, não conseguiu uma vaga de federal.

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Com a incorporação também cresce o número de prefeitos do Podemos no Espírito Santo, com direito a uma nova cidade polo sob o comando da agremiação. O partido já governa Vila Velha, com Arnaldinho Borgo, e Viana, com Wanderson Bueno. Agora, ará a governar Colatina, pois o prefeito Guerino Balestrassi, também aliado de Casagrande, é filiado ao PSC. Ao menos foi o que ele mesmo disse à coluna em outubro, em nosso último contato.

Já no Congresso Nacional, a bancada do Podemos ará a ter 18 deputados federais a partir de 2023, tornando-se a oitava maior da Câmara. O partido elegeu 12 deputados, enquanto o PSC alcançou seis cadeiras.

O Podemos manterá o nome, mas mudará seu número de urna, de 19 para 20.

Cláusula de barreira

A incorporação de partidos que não superaram a cláusula de barreira por outros que conseguiram ultraá-la é uma tendência irreversível. Os primeiros buscam essa solução como maneira de sobreviverem no cenário político.

Por não terem superado a cláusula de desempenho, esses pequenos partidos terão o o aos recursos do Fundo Partidário e à propaganda gratuita no rádio e na televisão. Na prática, têm a sobrevivência muito comprometida, ficando a um o de deixar de existir por inanição política.

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De acordo com a cláusula válida para as eleições deste ano, as legendas teriam de obter ao menos 2% dos votos válidos nacionais para a Câmara dos Deputados, distribuídos em pelo menos nove estados e no Distrito Federal (com mínimo de 1% dos votos válidos em cada um), ou eleger 11 deputados federais em um terço dos estados brasileiros.

Nas eleições gerais de 2022, 28 partidos e federações disputaram mandatos por todo o país. Destes, somente 12 conseguiram superar a cláusula de desempenho.

Dos 16 partidos que não alcançaram a cláusula, segundo o TSE, sete elegeram deputados federais: PSC, Avante, Solidariedade, Patriota, PTB, Novo e Pros. Os demais que não atingiram a cláusula foram: Agir, DC, PCB, PCO, PMB, PMN, PRTB, PSTU e UP.

O Patriota e o PTB já anunciaram a fusão dos dois partidos.

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