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A educação no século XXI

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  • Por Gabriel Bylaardt Meira Rodrigues

O modelo educacional atual está agindo na mesma intensidade que a globalização? Ou melhor, que a digitalização que estamos vivendo? Cada vez mais, ouvimos falar de inteligência artificial, machine learning, entre inúmeras outras palavras que eram desconhecidas até alguns anos atrás. E como tem ficado o modelo educacional mundial perante essas mudanças?

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Ao que tudo indica, nada ou muito pouco mudou. É esse tipo de questionamento que precisamos ter: qual o papel da escola na formação das pessoas? Antes, como um “depósito de crianças” em que os pais deixam os filhos para irem ao trabalho e com a figura do professor detentor do conhecimento. E agora, como isso ocorre?

Os anos se aram e o papel da instituição de ensino não mudou. Continua, em muitos casos, sendo um depósito para os filhos, em que pais esperam incessantemente que os professores (detentores do conhecimento) transem tudo para as crianças e que elas saiam da escola como bons profissionais, que tenham empregos estáveis e criem suas famílias.

Veja bem: em um mundo onde a quantidade de informação produzida/armazenada dobra a cada dois anos (acredita-se em 35 trilhões de gigabytes gerados em 2020), como espera-se que os alunos saiam de uma formação básica com conhecimento atualizado? Instituições que nos ensinam competências que estão ficando ultraadas, necessárias na produção fordista e que não se encaixam tão bem para um mundo em que mais de 50% das profissões atuais não existirão dentro de dez anos. Pois é, seu filho está aprendendo e armazenando conhecimentos que não serão mais necessários quando ele sair da escola!

Ainda temos como conflito o fato de a regulamentação não acompanhar o processo de transformação digital; em que a interferência estatal é regra máxima sobre o que eu acho melhor para a educação do meu filho: Estado máximo, liberdade individual mínima.

Fomos obrigados, por conta da pandemia da COVID-19, a aprender a lidar com diversos assuntos antes não comentados: crianças cada vez mais hiperativas e diagnosticadas com TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade) em um mundo que exige cada vez mais atenção e múltiplas tarefas; e pais que não estão preparados para estimular a criança, pelo contrário, dependendo da forma como lidam com a educação de seus filhos, podem ser piores que os professores.

Isso tudo está em voga e sabe-se lá quando acabará, portanto é necessário que haja uma conversa entre alunos, pais e professores: como construir uma mudança e reforçar o conhecimento dos professores, que saem de únicos detentores do conhecimento para mediadores e mentores desse mesmo conhecimento, com a tarefa de não mais transar a matéria, mas cocriar. Quanto maior o interesse dos alunos no que é ensinado, maior seu engajamento. Mas como fazer isso de forma on-line? E professores, como fazer isso a distância? Mesmo presencialmente, o que seria a escola do futuro?

Entender a cocriação, a individualidade do aluno e o fato de que não se deve medir pelas notas e sim pela participação e pela interação nesse projeto como um todo é um começo: engajamento coletivo. Professores precisam entender que nunca tivemos uma geração com tamanha possibilidade de interação, de construção, de engajamento e de inovação.

As habilidades do futuro estão sendo cobradas em empregos do presente. Pessoas são contratadas por habilidades técnicas e demitidas por seu comportamento. A escola, para além disso, precisa desenvolver seres humanos que saibam as competências do futuro: resolução de problemas complexos, inovação, criatividade, interconectividade, compreensão de tecnologias e mídias, entre tantas outras.

Faz-se urgente que as instituições de ensino adaptem-se para o futuro, que os professores saibam mentorar seus alunos e que os estudantes nutram interesse em um ecossistema criativo e que os faça querer participar.

Sobre o autor

Gabriel Bylaardt Meira Rodrigues. Foto: Divulgação

Gabriel Bylaardt Meira Rodrigues. Foto: Divulgação

Gabriel Bylaardt Meira Rodrigues é sócio da Valor Investimentos. Assessor de investimentos credenciado à CVM e B3. Atua com assessoria e alocação de investimentos há cinco anos. Graduado em Ciências Contábeis e atualmente participa como Diretor de Formação do IBEF Jovem.

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O IBEF Academy é o programa de auto formação do IBEF-ES, com foco em gestão, economia, finanças e filosofia. Seu objetivo é contribuir para a evolução do ambiente de negócios no Espírito Santo, qualificando profissionais e fortalecendo o ecossistema econômico e financeiro do estado.

Os artigos publicados pelos colunistas são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam as ideias ou opiniões do ES360.