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Coluna Vitor Vogas

Sérgio Borges no MDB: “Em Vitória, podemos apoiar de Coser a Pazolini”

Conselheiro aposentado do TCES volta à ativa na política como presidente do MDB em Vitória e revela seus primeiros planos para o partido na eleição

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Sérgio Borges se aposentou em janeiro do TCES. Foto: TCES

Em sua primeira entrevista após se despedir publicamente do Tribunal de Contas do Estado (TCES), em dezembro de 2023, o conselheiro aposentado Sérgio Borges adiantou o seu desejo de voltar a militar na seara política e partidária, fornecendo uma gigantesca pista quanto ao seu destino: “Eu tenho uma tradição enorme de MDB e um carinho enorme pelo partido”. Na semana ada, o desejo de Borges se consumou. Ele não só voltou a se filiar ao MDB, pelo qual exerceu alguns mandatos na Assembleia Legislativa, como tornou a assumir a presidência do partido em Vitória – cargo que ocupava quando virou conselheiro de contas em 2013.

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A convite do vice-governador Ricardo Ferraço, presidente estadual do MDB desde outubro ado, Sérgio Borges foi escalado como presidente da nova Comissão Provisória Municipal do partido em Vitória, constituída formalmente na semana ada. Conforme consta no site do TSE, a composição do órgão traz cinco integrantes, com Borges na presidência e um primo e auxiliar dele, Renato Borges, no cargo de tesoureiro.

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A ficha de Sérgio Borges foi abonada pelo prefeito de Cariacica, Euclério Sampaio. Aos 75 anos, ele volta entusiasmado à militância partidária, com uma primeira missão transmitida a ele por Ricardo:

“Como dirigente máximo no Estado, ele me fez o convite e me ou a necessidade de reerguer o MDB em Vitória. Ele acha que podemos ajudar muito, porque também sou emedebista desde muito longe. Durante os dez anos em que fui conselheiro, fiquei acompanhando o MDB, observando o partido esse tempo todo. Nessa conversa com o Ricardo, ele também colocou a possibilidade de eu o ajudar na recomposição do partido em outros municípios”.

O MDB precisa mesmo ser reerguido em Vitória (e não apenas ali). Na última eleição municipal, em 2020, o partido não fez nenhum vereador na Capital. Na Região Metropolitana em geral, o resultado eleitoral foi pífio. Em 2022, o partido não elegeu nenhum deputado no Espírito Santo, pela primeira vez na história.

Borges afirma que sua prioridade inicial, antes de se lançar nas discussões sobre eleição majoritária, é montar uma chapa forte de candidatos a vereador. O MDB quer eleger de dois a três dos 21 vereadores que a Câmara de Vitória terá no próximo mandato.

A missão de montagem da chapa é urgente, até por conta do período decisivo em que nos encontramos: aberta na última quinta-feira (7), a janela para vereadores com mandato trocarem de partido vai até o dia 5 de abril; no dia seguinte, termina o prazo de filiações dos pré-candidatos que queiram disputar as eleições de outubro.

A premissa, diz Sérgio Borges, é não filiar nenhum dos atuais vereadores de Vitória. Para montar a chapa, ele conta com a ajuda de dois deputados estaduais de Vitória: o ex-emedebista José Esmeraldo (PDT) e Mazinho dos Anjos (PSDB) têm conversado com ele para encaixar aliados na chapa do MDB.

“Daqui para a frente, vou ter uma reunião com o Ricardo e com lideranças políticas que queiram se candidatar a vereador. A premissa é não filiar vereador com mandato. Vamos com uma chapa forte, filiando muitos novos candidatos. Queremos formar um grupo novo. A missão é voltar a botar o MDB na luz em Vitória”, destaca Borges.

Quanto à eleição majoritária, como o MDB faz parte da coalizão do governador Renato Casagrande (PSB) e é liderado no Estado pelo vice-governador, é muito provável que o partido reforce a coligação de um dos candidatos a prefeito de Vitória pertencentes a esse grupo político.

Borges, contudo, afirma que não há nada definido quanto a isso e faz uma afirmação até um pouco surpreendente: tirando o Capitão Assumção (PL) – radical demais para o feitio do MDB –, o partido agora sob sua liderança está disposto a dialogar com todos os pré-candidatos a prefeito de Vitória, de João Coser (PT) a Lorenzo Pazolini (Republicanos), e pode vir a apoiar tanto o petista quanto o atual prefeito.

Na eleição municipal de 2020, o MDB apoiou Pazolini em Vitória. Hoje, no plano federal, o partido de Simone Tebet, Renan Filho etc. faz parte do governo Lula (PT), ocupando posições importantes na Esplanada dos Ministérios.

“Nossa tendência é liberar nossos candidatos a vereador [para cada um apoiar quem quiser]. Mas podemos apoiar o Coser. Podemos apoiar o Pazolini. Vamos conversar com todos que quiserem conversar conosco. A política é a arte de ouvir. Meu pai costumava dizer que você tem que ouvir até ficar rouco. Vamos ter outra reunião com o Ricardo para definir o caminho que vamos traçar. E vamos conversar com todo mundo”, afirma Borges.

E quanto a Casagrande na definição dos rumos do MDB? “Tenho conversado com o Ricardo. Ainda não tivemos conversa com o governador, mas ele é uma peça importante nas definições sobre eleição majoritária. Vamos decidir ainda”, encerra o presidente do partido em Vitória.

Borges garante que ele próprio não será candidato a nada neste ano.