Coluna Vitor Vogas
Dia D no MDB: como será a convenção e quem elegerá Lelo ou Rose?
Coluna apresenta as duas chapas completas inscritas na disputa, as normas que vão reger a eleição interna do novo Diretório e do novo presidente do MDB-ES e a grande incógnita do processo: afinal, quem é que vota?

Lelo Coimbra e Rose de Freitas disputam a presidência do MDB nesta quinta-feira (21/09/2023)
Dia decisivo para o Movimento Democrático Brasileiro (MDB) em solo capixaba. A partir das 10 horas, no cerimonial Oásis, bairro Santa Lúcia, Vitória, o partido realiza a sua muito aguardada convenção estadual, para a escolha do próximo Diretório, da próxima Executiva e do próprio presidente estadual. Duelando pelo cargo, estão a ex-senadora Rose de Freitas (atual presidente) e o ex-deputado federal Lelo Coimbra, à frente das respectivas chapas.
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Os filiados com direito a voto terão pela frente a missão de escolher o próximo comando estadual, votando em uma das duas chapas em disputa. A votação será secreta. Terão direito a voto os delegados enviados pelos diretórios do MDB nas cidades onde o partido possui um Diretório Municipal constituído (órgãos provisórios não valem). E aqui esbarramos em uma primeira grande dificuldade, que reflete o clima de tensão e controvérsia a cercar essa eleição interna:
Até o fechamento desta publicação, às 22 horas da véspera da convenção, a coluna não conseguiu obter do MDB estadual uma resposta precisa e oficial para as seguintes perguntas: quantos Diretórios Municipais constituídos existem hoje oficialmente no Espírito Santo e, por via de consequência, quantos convencionais efetivamente votarão na eleição do novo Diretório Estadual? Quantos eleitores de fato participarão dessa votação interna? Para este colunista, pelo menos, o número segue indeterminado.
A coluna pediu a informação ao advogado do MDB no Espírito Santo, Rodrigo Barcellos Gonçalves, mas não obteve retorno até o fechamento deste texto. O advogado da chapa de Lelo, Sirlei Almeida, estima algo entre 50 e 60 votantes, a depender de quantos Diretórios Municipais forem efetivamente contabilizados pela atual direção estadual, sob o comando de Rose. Mas, além de se tratar de estimativa, o número não é oficial.
O número de Diretórios Municipais considerados na contagem pode determinar o resultado da eleição, pois é o que vai determinar o número de delegados com direito a voto. Por sua vez, essa quantidade de delegados, bem como a sua origem, é o que vai determinar o número de apoiadores de um lado ou do outro, podendo, em última análise, levar a eleição para o colo de Lelo ou de Rose.
As regras da convenção: como tudo vai funcionar:
Rose vem à frente da chapa da situação, chamada “Reconstrução”. Lelo lidera a da oposição, denominada “União e Ação”.
Cada chapa contém:
. 71 membros titulares do Diretório
. 23 membros suplentes do Diretório
. 1 delegado titular com direito a voto na convenção nacional e 1 suplente
. 7 membros da Comissão de Ética e 7 suplentes
Em cada chapa, o indicado ao posto de delegado na convenção nacional pode também fazer parte da lista de membros do Diretório. A indicada pela chapa de Rose é a própria. O da chapa de Lelo é o ex-prefeito de Cachoeiro de Itapemirim Roberto Valadão, que ontem completou 85 anos.
No primeiro momento da convenção, é realizada a eleição do Diretório e da Comissão de Ética. Cada convencional deve votar em uma das duas chapas.
Mas como é efetivamente composto o próximo Diretório Estadual? A chapa que obtiver mais votos, independentemente do placar da votação, leva automaticamente as 71 cadeiras? Não.
Um ponto fundamental para se compreender a lógica do processo é a regra da distribuição proporcional dos 71 assentos em conformidade com a votação obtida por cada chapa.
Significa dizer: os 71 lugares serão distribuídos proporcionalmente à votação alcançada por cada chapa, ou seja, cada qual terá direito a ocupar, no Diretório, um número de vagas correspondente ao percentual de votos alcançado.
Para ficar mais claro, vamos dar um exemplo. Somente para fins didáticos, suponhamos que, em vez de 71, o Diretório fosse formado por 70 membros titulares.
Vamos supor que determinada chapa alcance 80% dos votos na eleição do Diretório. Oitenta por cento de 70 é igual a 56. Essa chapa, então, terá direito a preencher 56 das 70 cadeiras do novo Diretório.
Nesse caso, a chapa adversária (considerando, sempre para fins didáticos, que não haverá votos nulos) terá obtido 20% dos votos. Tocarão a ela, então, as 14 cadeiras restantes nesse novo Diretório.
E como serão escolhidos, dentre os membros de cada chapa, aqueles que de fato arão a compor o Diretório? Simples. Respeitando-se a ordem em que os nomes foram relacionados na lista completa das duas chapas, no ato de registro de cada uma.
Assim, seguindo o nosso exemplo hipotético, aquela primeira chapa, que obteve a votação majoritária, levará ao Diretório os 56 primeiros integrantes de sua lista, na ordem em que os nomes constam na chapa tal como resgistrada. Os demais serão descartados. As outras 14 cadeiras serão necessariamente preenchidas pelos 14 primeiros integrantes da lista da chapa minoritária.
Atenção: essa regra da proporcionalidade não é facultativa. É imposta pelas normas internas do MDB e deve ser obedecida.
Outro detalhe importante: a distribuição proporcional das 71 vagas em função da votação de cada chapa só deve ser observada caso a chapa derrotada tenha atingido, no mínimo, 20% dos votos. Se ela nem sequer chegar a essa marca, fica sem direito a nada. Nesse caso, a chapa com mais de 80% dos votos leva tudo: terá direito a ocupar as 71 cadeiras do Diretório.
Isso num primeiro momento.
Já num segundo momento, a-se à eleição da nova Comissão Executiva Estadual do MDB, a máxima instância decisória do partido no Espírito Santo. A rigor, nos termos do Estatuto, a Executiva pode ser eleita e constituída nos cinco dias subsequentes à eleição do Diretório. Em regra, a eleição é feita logo em seguida, durante a convenção – mesmo porque não tem muito mistério.
A Executiva Estadual é formada por 13 membros. Diferentemente da composição do Diretório, aqui não tem divisão proporcional dos assentos. A chapa vencedora da eleição para o Diretório fará as 13 cadeiras, incluindo a do presidente estadual (Lelo ou Rose, dependendo do resultado).
Quem escolhe os 13 membros da Executiva são os 71 membros recém-empossados no novo Diretório Estadual. Tecnicamente, é preciso que 13 desses membros formem e inscrevam uma chapa para concorrer à Executiva.
Nada impede, em tese, que os representantes da chapa derrotada, agora integrantes do Diretório, se juntem e inscrevam também a própria chapa para a disputa da Executiva. Mas não faz o menor sentido: como já chegam ao Diretório como grupo minoritário, essa chapa já nasceria sem chances matemáticas de vitória. Assim, a eleição e a formação da Executiva tendem a ser o cumprimento de uma formalidade.
Nesse segundo momento, além da Executiva Estadual, os membros do novo Diretório elegem o novo Conselho Fiscal do MDB estadual, formado por 5 membros.
Como presidente da Comissão Provisória no Espírito Santo, Rose é quem presidirá os trabalhos da convenção, até a proclamação do resultado da eleição do Diretório. A partir desse ponto, quem conduz a eleição da Executiva é o membro mais antigo do Diretório recém-eleito.
A composição das duas chapas
Por vias extraoficiais, a coluna obteve a escalação de ambas as chapas. A menos que tenha havido uma ou mais substituições de nomes de última hora, as escalações são as seguintes:
CHAPA “RECONSTRUÇÃO”: ROSE
1. Rosilda de Freitas
2. Roberto Valadão Almokdice (membro nato)*
3. Luiz Carlos Moreira (membro nato)*
4. Welington Coimbra (membro nato)*
5. Renato Borges Serrano
6. Margarida Venturini Monico
7. Cesar Roberto Colnago
8. Jeziel Buecker Thomas
9. Wendel Santana Lima
10. Francisco de Assis Portela Milfont
11. Vitor Dimitri da Luz
12. Marilia Alves Chaves Silveira
13. Nubia Rocha dos os
14. Leidimara Campos da Paixão Vasconcelos
15. Rosangela Pereira de Souza
16. Layza Nunes de Barros Vieira
17. Adriano Rodrigues Cordeiro
18. Elson Togneri Andreati
19. Evaldo Rogerio da Silva
20. Antonio Agesilao Melo
21. Alecio Sesana
22. José Prata Filho
23. Klevenir Chieppe Silva
24. Claudio Olivio Massariol
25. Regina Celia. D. Bernardina Mendonça
26. Olivia Alves Dutra
27. Nilson Carvalho Filho
28. Mario Moacyr Cassani Júnior
29. Salem Ayub Fraga
30. Vanusa Lara Cassani
31. Rafael Guimarães Soares
32. Odilon Jacy Milagres Fontes
33. Irlam Moreira Barbosa
34. Valdete Cabral Rodrigues
35. Vanessa Paula Cassani
36. Marcela Fraga Toso
37. Natelly Boton
38. Sandra Ely Stingel Massucatti
39. Gelson Schultz
40. José Lucas Pinto Soares
41. Francisco Bussular
42. Leonilda de Lourdes Cossi Teixeira
43. Samia Martins Soares
44. Regina Celia Soares
45. Mario Cesar Moreira
46. Simone Dalla Bernardina Mendonça
47. Francisco Diomar Forza
48. Cesar Santos Carvalho
49. Adauto Ricardo Ribeiro
50. Kiglles do Nascimento Castoldi
51. Gilmar Strzepa
52. Leandro Meneguete Quiuqui
53. Marco Antonio Meneguete Quiuqui
54. Aldivania Alves Salvador Wernz
55. Lara Salvador Quiuqui
56. Marcia Cristina Forza Pasolini
57. Paula Guedes Fontes
58. Moisés Pereira Soares
59. Isaías de Bortolo
60. Fabiano Rodrigues de Figueiredo
61. Antero Antenor de Abreu
62. Rafael Lima Rodrigues de Figueiredo
63. Maria Aparecida Teixeira Bruno
64. Maria Aparecida Rodrigues Figueiredo
65. Carlinda de Abreu Oliveira
66. Angélica pereira Varejão Figueiredo
67. Maria de Lourdes Santos Soares
68. Monique Leirosa Bermond
69. Neide Maria Peterle Modolo
70. Abel João Batista
71. Líder da bancada
—
CHAPA “UNIÃO E AÇÃO”: LELO
1. Welington “Lelo” Coimbra
2. Roberto Valadão Almokadice
3. Francisco Carlos Donato Júnior
4. Marilza Barbosa Prado Lopes
5. José Maria Pimenta
6. Antônio Caldas Brito
7. Lucas Henrique Salles Barreiro Nobre
8. Ana Paula Tongo da Silva
9. Luiz Leonor Zanetti Lube
10. Sérgio Murilo Lemos Rodrigues
11. Wilson Haese
12. José Tasso Oliveira de Andrade
13. Helena Borges Valadão
14. Bricio Alves dos Santos Júnior
15. Carlos Henrique da Costa Quartezani
16. Rocleison Gonçalves Costa
17. Fernando Zambom da Silva
18. Dolores de Fatima Colle
19. Lauristone da Silva
20. Hércules José de Souza
21. Sérgio Machado dos Santos
22. Rui Francisco Rachel
23. Jouber Dorio Pignaton
24. Ulysses Maria Pereira Silva
25. Dejair Bertoldi
26. Vinicius Kfuri Simão
27. Antônio Maria da Silva Filho
28. Aldemar Gonçalves Perdigão
29. Magda Aparecida Gasparini
30. Sebastião Carlos Pedrosa
31. Elisete de Paula Pires
32. Milton Travaglia Filho
33. Delurdes da Costa Miranda
34. Carlos Cesar Santos
35. Obedes Dias Ribeiro
36. Elias Lugão Britto
37. Iuri Barbosa Santiago
38. Gervasio Paulo Madalon
39. Márcia Guimarães Abrahão da Costa
40. Carlos Waldir Mulinari de Souza
41. Antonio Gobeti
42. Jackson Bulerianm
43. Eurico Eugênio Travaglia
44. Luiz Roberto Silva
45. Anna Maria Pedruzzi Gaburo
46. Francisco Paulo Alves de Lima Júnior
47. Paulo Henrique Leocaldio da Silva
48. Rodrigo Turini Teixeira
49. Sérgio Paulo de Oliveira Benfica
50. Nilza Messias Barros
51. Luiz Alberto Zavarize
52. Renato Barbosa de Morais
53. Luiz Carlos Piassi
54. Aloizio Ferreira Santana
55. Luzia Maria de Jesus
56. Alex Mariano
57. Ivani Mendes Prudêncio
58. Manoel Maforte Hote
59. Katia Gomes Coitinho
60. Felipe Correa Hermindo
61. Aécio Clóvis Pimentel Matos
62. Paulo Renato da Cunha Pereira
63. Paulo César Gomes
64. Marco Antonio de Souza Silva
65. Marco Antônio Ribeiro Xavier
66. João Maforte Hote
67. Maria Aparecida Uliana Madalon
68. José Bravo
69. Ruth Novaes de Carvalho Santos
70. Rogério Cardoso Parsqui
71. Líder da Bancada
* Ex-presidentes estaduais têm lugar cativo no Diretório Estadual.
