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Coluna Inovação

ES 500 anos – usar tecnologia ou desenvolver tecnologia?

O impacto das inovações tecnológicas nos negócios e na mudança de líderes de mercado tem sido imensa

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ES 500 anos quer trazer mais inovação para o estado. Foto: Reprodução

ES 500 anos quer trazer mais inovação para o estado. Foto: Reprodução

É importante usar tecnologias e aumentar a produtividade, porém as empresas com maior valor de mercado são as que desenvolvem tecnologia. São essas que saem na frente, com patente ou sem patente, navegam no oceano azul e podem crescer rápido criando barreiras de entrada para novos pretensos concorrentes. Daí a crescente importância da pesquisa e desenvolvimento para uma empresa e para um país – e, claro, também para um estado.

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Na década de 1980 o mais importante era fazer mais rápido, melhor e mais barato. Na década de 1990 era fazer diferente. No século 21 é fazer primeiro. Algumas empresas têm como prática seguir o líder de mercado, outras querem antecipar o futuro, outras preferem se preparar para qualquer futuro que vier, mas as de maior sucesso são as que criam o futuro. No mundo digital, assim como no mundo biológico, isso ou a ser o objeto a perseguir por milhares ou mesmo milhões de startups pelo mundo, depois seguidas pelas grandes empresas desamarradas de desenvolver tudo dentro de casa com seus backlogs imensos.

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O impacto das inovações tecnológicas nos negócios, na mudança de líderes de mercado, na rentabilidade das empresas e mesmo no desenvolvimento dos países, econômica e socialmente, tem sido imensa. Se alguém tem dúvida sobre o desenvolvimento social, basta ver o que aconteceu na China , onde 800 milhões de pessoas foram tiradas da pobreza pelo capitalismo e suas inovações, liberados, pelo menos em parte, do atraso estatal.

Essas ideias vêm à tona no momento que o estado prepara o seu planejamento para 2035, chamado de ES 500 anos, pela coincidência com os 500 anos da colonização.

Um dos maiores erros em planejamento é projetar o futuro como uma extensão do ado. As cadeias produtivas atuais serão as mesmas simplesmente com mais tecnologia? A agricultura produzirá os mesmos produtos? Os serviços existentes serão prestados da mesma maneira, talvez mais rápidos? Ou pode tudo virar de cabeça para baixo? Afinal, vantagens comparativas podem ser criadas e não apenas destino, de outro modo não existiriam Cingapura, Israel ou mesmo a China atual.

É difícil, de fato, prever o futuro com a velocidade alucinante das novidades, onde o maior exemplo recente é a difusão da inteligência artificial, mas temos que tentar vislumbrar o ano de 2035 e o que devemos fazer para chegar lá primeiro. Não podemos cair na mesmice de listar os setores considerados e distribuir igualmente a atenção a todos eles. Existem fatores que se desenvolvem linearmente e outros que caminham em exponencial. Por exemplo, colocar pesquisa e desenvolvimento e o mundo digital como apenas um dos itens a considerar no ES 500, no meio de inúmeros outros, é muita inocência, desvio completamente apartado da realidade. Algumas coisas serão multiplicadas por dez em 2035 e outras por um milhão. Cabeças lineares não servem para planejar futuros hoje em dia.

Evandro Milet

Evandro Milet é consultor, palestrante e articulista sobre tendências e estratégias para negócios inovadores. Possui Mestrado em Informática(PUC/RJ) e MBA em istração(FGV/RJ). É Conselheiro de istração pelo IBGC, Membro da Academia Brasileira da Qualidade-ABQ, Membro do Conselho de Curadores do Ibef/ES e membro do Conselho de Política Industrial e Inovação da Findes. Foi Presidente da Dataprev, Diretor da Finep e do Sebrae/ES, Conselheiro do Serpro e Banestes. Tem extensa atuação como empresário, executivo e consultor em inovação, estratégia, gestão e qualidade, além de investidor e mentor de startups, principalmente deeptechs. Tem participação em programas de rádio e TV sobre inovação. É atualmente Presidente do Cdmec-Centro Capixaba de Desenvolvimento Metal-Mecânico.

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