Bem-estar
Ponto a ponto: como é feito o transporte de órgãos que serão doados
Cada segundo, desde a retirada do doador até a cirurgia do receptor, é importante para o sucesso do transplante

Doação de órgãos é feita depois de uma série de análises de compatibilidade. Foto: Freepik
Após ar 16 dias internado, Fausto Silva, de 73 anos, recebeu a recomendação médica para se submeter a um transplante cardíaco. O renomado apresentador, que atualmente está ando por diálise e depende de medicamentos para auxiliar a força de bombeamento do coração, foi oficialmente adicionado à lista de espera por transplantes. Essa lista é istrada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e segue critérios que visam minimizar prioridades com base em considerações financeiras.
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Quando abordamos o tema do transplante cardíaco, é natural que surjam questionamentos. Desde o processo pelo qual o corpo do doador fica após a remoção do coração até a duração esperada de um órgão transplantado, várias incertezas podem surgir.
Como funciona o transporte?
Quando os órgãos são removidos, o cronômetro começa a operar. Fora do corpo, eles possuem um período de viabilidade limitado, onde cada segundo desempenha um papel crucial na jornada até o receptor. Esse prazo crítico é conhecido como tempo de isquemia, indicando quanto tempo o órgão pode sobreviver após ser retirado do corpo humano.
Esse período é de quatro horas. Durante essas quatro horas, a escolha do meio de transporte se torna determinante. O transporte pode ser realizado por via terrestre ou aérea, dependendo das circunstâncias. Um exemplo notável é o coração, que possui um limite máximo de quatro horas de viabilidade.
Para garantir a preservação adequada, o órgão é acondicionado em uma caixa térmica, mantendo a temperatura entre 2ºC e 8°C. Além disso, é imerso em uma solução de soro gelado para manter suas características intactas.
A assistência da Força Aérea Brasileira (FAB) desempenha um papel crucial nesse processo. O decreto presidencial número 2.268, assinado por Michel Temer em junho de 2016, designa a FAB como a entidade responsável pela logística do transporte de órgãos no país. Essa medida visa reduzir a dependência de voos particulares fretados para o transporte de órgãos. O decreto estipula que a Força Aérea Brasileira manterá permanentemente disponível, no mínimo, uma aeronave destinada exclusivamente a essa finalidade.
Como é a cirurgia?
A realização de um transplante cardíaco envolve um período de tempo que varia entre três e cinco horas. Durante esse procedimento, o coração do paciente é substituído pelo coração de um doador.
Para efetuar essa substituição, os médicos precisam redirecionar o fluxo sanguíneo do coração debilitado para uma máquina de circulação extracorpórea, a qual mantém a circulação sanguínea durante todo o processo cirúrgico.
Após isso, o coração saudável é implantado e os pontos necessários são restabelecidos, assegurando que a circulação do paciente seja novamente estabelecida. O período de observação após a conclusão do transplante abrange aproximadamente 15 dias.
