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Bem-estar

Novembro Azul: conheça os 2 maiores tabus masculinos nos consultórios

Mais de 65 mil novos casos de câncer de próstata são diagnosticados no Brasil, segundo o Inca

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Um dos maiores receios dos homens são o exame de toque retal. Foto: Sesc Ler Surubim/Divulgação

O câncer de próstata é o segundo tipo de tumor que mais atinge os homens brasileiros, atrás somente das lesões de pele não-melanoma. E apesar de o Instituto Nacional de Câncer (Inca) estimar 65.840 novos casos da doença para o ano de 2021, nos consultórios ainda existem alguns tabus a serem combatidos.

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De acordo com o médico radioterapeuta Nivaldo Kiister, do Instituto de Radioterapia Vitória (IRV), os dois maiores receios dos homens são o exame de toque retal, fundamental para o diagnóstico do tumor de próstata, e o risco de impotência sexual.

“Talvez o maior tabu que exista é a questão do misticismo em torno do toque retal. Há homens que têm vergonha de que os amigos fiquem sabendo da realização deste exame. Ninguém quer ser motivo de gozação. E isso acaba fazendo com que eles posterguem ao máximo procurar um médico para cuidar da saúde da próstata”, explica o médico.

Outro tabu nos consultórios diz respeito ao medo masculino de não ser mais capaz de manter relações sexuais.

“A pergunta que eu mais ouço é: ‘Doutor, eu vou ficar impotente?” Esse também é um grande medo dos homens de fazerem um tratamento que possa afetar a questão da virilidade”, destaca.

Sobre impotência sexual, Nivaldo Kiister explica que metade dos homens com bom desempenho sexual antes do tratamento apresenta uma função satisfatória após o término dos cuidados clínicos.

Outros homens sofrem de impotência moderada a severa, mas a maioria tem apenas uma pequena perda da função sexual, que volta ao normal em até um ano após o fim do tratamento. Mas o aspecto idade também pode pesar, pois uma vez que os homens envelhecem, podem ter algum tipo de comprometimento da função sexual.

Idade é fator de risco

A idade é um fator de risco que deve ser levada em conta, pois tanto a incidência quanto a mortalidade aumentam significativamente após os 50 anos.

O câncer da próstata tem evolução silenciosa em sua fase inicial. Dentre os sintomas estão dificuldade de urinar e necessidade de urinar mais vezes durante o dia ou à noite. Numa fase mais avançada, o tumor pode provocar dor óssea, infecção generalizada e insuficiência renal.

De acordo com o Atlas de Mortalidade por Câncer, 15.983 homens morreram de câncer de próstata no Brasil em 2019.

Segundo Nivaldo Kiister, o tratamento da doença pode ser realizado com cirurgia ou radioterapia.

“O tratamento curativo é feito com cirurgia ou radioterapia. Lógico, nem uma nem outra forma é garantia de 100% de chance de cura, mas o paciente pode escolher o que deseja fazer e depois acompanhar por meio do PSA (dosagem de antígeno prostático específico), para saber como está evoluindo”, explica.

Conselho para os homens

Reforçando a campanha Novembro Azul, criada para a conscientização sobre a prevenção do câncer de próstata, Nivaldo Kiister dá um conselho para os homens que ainda resistem em cuidar da saúde por machismo ou preconceito.

“Não tenha vergonha e ame o seu corpo. Cuide-se. Fazendo os exames de rotina é possível prevenir ou tratar a próstata da melhor maneira possível. O fato de ser submetido a um toque retal em nada altera ser mais ou menos homem”, afirma o médico.

Nivaldo Kiister orienta os homens a não se descuidarem de seus exames anuais, realizando o PSA e o toque retal após os 50 anos.