Bem-estar
Junho Laranja alerta para queimaduras causadas por violência contra mulher
Campanha nacional chama atenção para agressões que usam queimaduras como forma cruel de violência contra a mulher

Junho Laranja destaca o Dia Nacional de Luta Contra Queimaduras. Foto: Reprodução
No dia 6 de junho é celebrado o Dia Nacional de Luta Contra Queimaduras. Em 2025, o tema da campanha Junho Laranja é urgente: a violência contra a mulher. Com o slogan “Marcas no corpo, feridas na alma”, a ação busca mobilizar profissionais de saúde, vítimas e a sociedade. O objetivo é denunciar casos de agressão com queimaduras e propor formas de reduzir sua ocorrência.
> Quer receber as principais notícias do ES360 no WhatsApp? Clique aqui e entre na nossa comunidade!
De acordo com o cirurgião plástico Ariosto Santos, diretor científico da Sociedade Brasileira de Queimaduras (SBQ) no Espírito Santo, o intuito do agressor é causar dor prolongada.“A queimadura é uma das formas mais cruéis de agressão contra a mulher e deixa marcas profundas”.
Um estudo da enfermeira Isabella Luiz Resende, orientado pela vice-presidente da SBQ, Raquel Pan, confirma a gravidade. A pesquisa analisou notícias de 2018 e 2019 e apontou a Região Sudeste como a mais afetada. Foram 47,17% dos casos nacionais de agressões que resultaram em queimaduras.
Além disso, quando a área do corpo é citada, o rosto aparece como a parte mais atingida em 72,2% das ocorrências. Em seguida, aparece o tórax, com 50%.
Dados da OMS e tratamento
A Organização Mundial da Saúde (OMS) também traz números preocupantes. A estimativa é de 180 mil mortes por queimaduras a cada ano, principalmente em países de baixa e média renda.
Outro dado mostra a dimensão do problema. A OMS calcula cerca de 11 milhões de casos de queimaduras que exigem atendimento médico por ano. Isso representa cerca de 30 mil novos casos por dia. Embora nem todos esses casos estejam ligados à violência, os traumas deixados são os mesmos: físicos, emocionais e permanentes.
Para casos graves, o tratamento exige uma equipe multidisciplinar. O cirurgião plástico tem papel fundamental nesse cuidado. Segundo ele, “o cirurgião atua para evitar retrações cicatriciais, realizar enxertos e restaurar a autoestima da vítima”.
A campanha Junho Laranja 2025 também chama as vítimas à ação. Denunciar é fundamental para romper o ciclo de agressões. “É preciso uma mobilização de todos nós no sentido de notificar, denunciar esses casos. E cobrar formas eficazes de punição”, reforça Dr. Ariosto.
