Bem-estar
Estudos sobre vacinas contra a covid-19 avançam
Sete projetos já alcançaram a etapa de testes clínicos de fase I em seres humanos

Teste para coronavírus. Foto: Pixabay
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O progresso da corrida para o desenvolvimento de vacinas contra o novo coronavírus está ocorrendo a uma velocidade sem precedentes. A London School of Higiene & Tropical Medicine anunciou que 119 projetos de vacinas diferentes estão registrados no mundo. Oito deles alcançaram a etapa de testes clínicos de fase I em seres humanos. Normalmente, depois de entrar na fase de ensaios clínicos, os estudos podem levar ainda de dois a cinco anos para, enfim, as vacinas estarem disponíveis para a população. Mas há casos de estudos muito avançados, com possibilidade de disponibilização das vacinas ainda neste ano.
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O Instituto Butantan explica que a fase I é o primeiro estudo a ser realizado em seres humanos e tem por objetivo principal demonstrar a segurança da vacina. Já a fase II tem por objetivo estabelecer a sua imunogenicidade. A III é a última fase de estudo antes da obtenção do registro sanitário e tem por objetivo demonstrar a sua eficácia. Somente após a finalização do estudo de fase III e obtenção do registro sanitário é que a nova vacina poderá ser disponibilizada para a população. Na fase IV, a vacina a a ser usada pela população.
A base de dados em que são cadastrados os ensaios clínicos mais importantes do mundo é hospedada pelo National Institute of Health (Biblioteca de Medicina do Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos). Na plataforma existem, até o momento, oito projetos de vacinas contra o novo coronavírus em fase de ensaio clínico, ou seja, em que os testes estão sendo realizados em seres humanos.Eles estão sendo desenvolvidos na China, Estados Unidos, Reino Unido e Alemanha.
Testes
Dentre os projetos, destaque-se um chinês, liderado pela empresa CanSino, que está em fase ainda mais avançada, foi a primeira a alcançar a fase II. A vacina experimental “protegeu amplamente” um grupo de macacos contra o novo coronavírus, pela primeira vez. O anúncio foi feito na última sexta-feira (24). O projeto usa uma abordagem similar à que foi empresado no desenvolvimento de uma vacina contra o ebola.
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Outros dois projetos estão sendo desenvolvidos pelo Instituto Médico Genoimune de Shenzhen, na China, partindo do princípio que seria possível usar células geneticamente modificadas como vacinas. A fase I da abordagem já está em andamento.
A farmacêutica Pfizer e a empresa de biotecnologia BioNTech SE receberam o aval para começar testes clínicos em seres humanos na Alemanha. Os testes serão realizados com 200 pessoas saudáveis, com idades entre 18 e 55 anos. Na segunda fase, pessoas do grupo de alto risco também receberão a vacina contra o novo coronavírus.
Um projeto britânico dirigido pela Universidade de Oxford também está na fase I. O projeto de vacina contra o novo coronavírus será testado em massa até o final de maio e pode ser distribuída globalmente para as autoridades médicas a partir de setembro. Essa é a expectativa dos pesquisadores do Instituto Jenner, no Reino Unido. O estudo de Oxford está adiantado porque os pesquisadores já vinham se dedicando ao estudo de outras cepas de coronavírus antes do surgimento da pandemia
Dois projetos de vacina em fase I de teste foram registrados nos Estados Unidos: um liderado pela empresa de biotecnologia Moderna, em associação com os NIH (Institutos Nacionais de Saúde), e outro pela empresa de biotecnologia Inovo Pharmaceuticals.
Imunização
Na última segunda-feira (27), o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, reiterou que a pandemia do novo coronavírus está “longe de acabar” e alertou que apenas uma vacina será capaz de controlar o vírus. “O desenvolvimento de uma vacina está sendo acelerado por causa dos trabalhos anteriores que a OMS e parceiros realizaram ao longo de vários anos para vacinas para outros coronavírus, incluindo Sars e Mers”, explicou o dirigente em coletiva, em Genebra, na Suíça.
