Solidariedade
Casa de apoio acolhe pacientes em tratamento de câncer em Cachoeiro
Os voluntários realizam o trabalho de acolher esses pacientes, oferecendo casa, alimentação, além de um ambiente familiar e acolhedor
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O Grupo de Apoio aos Portadores de Câncer de Cachoeiro de Itapemirim (GAPCCI) acolhe pacientes oncológicos e seus familiares, são pessoas que vem dos municípios vizinhos em busca de tratamento. Os voluntários realizam o trabalho de acolher esses pacientes, oferecendo casa, alimentação, além de um ambiente familiar e acolhedor.
Sabina Aleixo, médica oncologista, é uma das fundadoras e presidente do grupo de apoio. Há 20 anos, ela deixou o Rio Grande Sul rumo ao Espírito Santo. Ao perceber as necessidades dos pacientes que saíam de outras regiões em busca de tratamento oncológico no município, viu a oportunidade de abrir as portas do GAPCCI.
“Cachoeiro de Itapemirim acaba sendo referência em saúde no Sul do Espírito Santo. Vem pessoas de vários municípios em busca de atendimento e tratamento. As pessoas muitas vezes não tem onde ficar, como se alimentar e nem mesmo sabem seus direitos enquanto portadores de câncer”, relata.
SERVIÇO
O Grupo de Apoio aos Portadores de Câncer de Cachoeiro de Itapemirim, atualmente, tem capacidade para acolher um total de 16 pessoas, sendo oito pacientes com câncer acompanhado por um familiar. Essas pessoas ficam hospedados na sede em média três semanas, de segunda a sexta-feira. Aos finais de semana eles são liberados para voltarem para suas casas.
“Normalmente, o maior tempo de permanência é de pacientes homens com câncer de próstata, que normalmente tem em torno de 50 sessões de radioterapia em seus tratamentos. O câncer de mama, por ter cerca de 18 sessões de radioterapia, também costuma ser uma permanência maior”, ressalta a médica oncologista e presidente do grupo.
Além do trabalho de acolher, com casa e alimentação, o grupo de apoio ainda oferece atendimento nutricional, psicológico e jurídico. As portas da sede também ficam abertas para os pacientes cadastrados usuários de transporte municipal de outras regiões, que vão em busca de consulta, mas retornam no mesmo dia para suas casas. Esses podem fazer as refeições na casa e esperar pelo transporte de volta.
ACOLHIMENTO
O grupo de apoio vai muito além de um ambiente familiar e acolhedor. “Eu sou muito privilegiada por poder desenvolver esse trabalho. A minha profissão me deu clareza das dificuldades e necessidades impostas por esses tratamento. E assim, eu consigo também atuar para amenizar esse processo. Eu busco amenizar as dores do tratamento e mostrar aos pacientes que eles podem continuar vivendo suas vidas, mesmo que com algumas limitações”, frisa.
E a atleta paralímpica capixaba Luiza Fioresi, 24 anos, é um dos exemplos de que acolhimento proposto pelo grupo impacta na vida dos pacientes. Nascida em Venda Nova do Imigrante, ainda aos 15 anos, foi diagnosticada com um osteossarcoma (câncer ósseo) no fêmur esquerdo. Que resultou em uma cirurgia que removeu partes de sua perna esquerda. Como o tratamento foi feito em Cachoeiro de Itapemirim, a menina precisou ser acolhida, na época, pelo grupo de apoio.
“Luiza foi muito bem acolhida. Não só por nós. Ela sempre recebeu muito apoio da família. No entanto, aqui ela se deparou com a realidade de muitas pessoas que enfrentavam todo o tratamento sozinho. Conseguiu ver a importância de todo esse apoio e a diferença que ele impõe durante o tratamento. Depois que ela se recuperou, nunca mais nos esqueceu, sempre nos ajuda muito, como com a doação do lucro das vendas da sandália que ela lançou“, lembra Sabina.
PROJETOS
Enfrentar o diagnóstico de câncer não é mesmo tarefa fácil, mas algumas preocupações da paciente podem ser amenizadas com ações simples. Entre tantas inquietações que am pela cabeça a partir da confirmação do diagnóstico e definição do tratamento, uma delas é encarar a perda dos cabelos que costuma acompanhar a quimioterapia. Assim nasceu em abril de 2010 o Banco de Perucas do GAPCCI.
Visando o bem-estar dos pacientes em sua totalidade, o Banco de Perucas funciona diariamente, disponibilizando o ório – por meio de empréstimo – aos pacientes em tratamento. E se a pessoa não encontrar uma que a agrade, há possibilidade de confeccionar o ório de forma personalizada, para que fique o mais natural possível. O Banco oferece também doação de lenços.
O Projeto Social “Caminhos”, veio para romper com a monotonia dos longos períodos de tratamento e internação, levando alegria, descontração e, consequentemente, tornando mais agradável todo o processo. O projeto que acontece na quimioterapia desde agosto 2013, conta com a presença de voluntários servindo café da manhã, estendendo-se à Clínica Oncológica, 2º andar do Hospital Evangélico de Cachoeiro de Itapemirim.
Aos usuários do grupo de apoio, também são oferecidas oficinas de artesanato e/ou culinária durante todo o ano. A ideia proporcionar novos conhecimentos que tenham impacto positivo e dê leveza ao tratamento, seja por meio da prática de uma atividade lúdica ou até mesmo para geração de renda, através do desenvolvimento de habilidades que estimulem e contribuam para a autonomia e sociabilidade.
SOLIDARIEDADE
Todos os serviços oferecidos pelo GAPCCI são gratuitos. Desde os médicos voluntários, ando pelos psicólogos e nutricionistas, até chegar aos advogados. É uma rede de solidariedade muito grande para fazer com que essa acolhida seja o amparo necessário para o tratamento. E para que tudo isso funcione, o grupo conta com doações. Se você quiser abraçar essa causa, pode doar por meio do PIX 05.456.275/0001-58.
Você é paciente oncológico em tratamento e gostaria de obter mais informações? Faça contato por meio dos telefones (28) 3027-5198 e (28) 99257-9401. A sede fica localizada na R. Pedro Quinelato, 58-60, bairro Ferroviários, em Cachoeiro de Itapemirim.
