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Política

PF faz buscas no Palácio e na casa do governador do Pará

O órgão apura fraude de R$ 50 milhões por meio dispensa de licitação. A ação ocorre simultaneamente em sete estados, inclusive no Espírito Santo

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PF faz buscas no Palácio e na casa do governador do Pará. Foto: Reprodução/Polícia Federal do Pará

PF faz buscas no Palácio e na casa do governador do Pará. Foto: Reprodução/Polícia Federal do Pará

A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta quarta-feira, 10, a Operação Para Bellum para apurar suposta fraude na compra de respiradores pulmonares pelo governo do Pará. Aberta a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) e por ordem do ministro Francisco Falcão, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), a ação realiza buscas na casa do governador, Helder Barbalho; no Palácio dos Despachos, sede do Executivo estadual; e em outros cinco estados, inclusive no Espírito Santo.

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Cerca de 130 agentes participam da ação, sendo cumpridos ao todo 23 mandados de busca no Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo, Santa Catarina e Distrito Federal, além do Pará e do Espírito Santo. A corporação indicou que são alvos da ofensiva pessoas físicas e jurídicas que tiveram participação nas supostas fraudes, entre elas os sócios da empresa fornecedora dos respiradores e servidores públicos estaduais. Ao todo, são 14 alvos, indicou a Procuradoria-Geral da República, que solicitou a abertura da operação.

De acordo com o Antagonista, em terras capixabas a Polícia Federal cumpre mandados de busca em endereços relacionados à empresa SKN do Brasil Importação e Exportação, localizada em Portal de Jacaraipe, na Serra.

A Polícia Federal informou que a ‘Para Bellum’ se debruça sobre um contrato de R$ 50,4 milhões feito que se deu mediante dispensa de licitação justificada pelo período de calamidade pública do coronavírus. Segundo a PF, metade do valor total da compra foi pago de forma antecipada, mas os respiradores foram entregues com grande atraso, eram diferentes do modelo comprado e ‘inservíveis’ no tratamento no coronavírus. Os equipamentos acabaram sendo devolvidos.

Segundo a PGR, quatro empresas são alvos da ofensiva nesta manhã. Entre elas está a companhia SKN do Brasil Importação e Exportação de Eletroeletrônicos LTDA, que no mês ado foi obrigada a devolver ao governo do Pará R$ 25,2 milhões referentes a 152 respiradores que chegaram da China para auxiliar no tratamento de pacientes com covid-19 mas não funcionaram.

A ação conta com apoio da Controladoria Geral da União e da Receita Federal do Brasil e apura crimes de fraude à licitação, falsidade documental e ideológica, corrupção ativa e iva, prevaricação e lavagem de dinheiro.

A Polícia Federal afirmou em nota que o nome da operação vem do latim e pode ser traduzido como ‘preparar-se para a guerra’. “No caso da investigação, faz referência ao intenso combate que a Polícia Federal tem realizado contra o desvio de recursos públicos, especialmente em períodos de calamidade como àquele decorrente do novo Coronavírus”, indicou a corporação.

Defesa

O governo do Pará se manifestou por meio de nota. “Em nome do respeito ao princípio federativo e do zelo pelo erário público, o Governo do Estado reafirma seu compromisso de sempre apoiar a Polícia Federal no cumprimento de seu papel em sua esfera de ação. Informa ainda que o recurso pago na entrada da compra dos respiradores foi ressarcido aos cofres públicos por ação do Governo do Estado. Além disso, o Governo entrou na justiça com pedido de indenização por danos morais coletivos contra os vendedores dos equipamentos. O Governador Helder Barbalho não é amigo do empresário e, obviamente, não sabia que os respiradores não funcionariam.”

Com Estadão Conteúdo