País
Em vídeo, Bolsonaro teria ligado exame de covid-19 a processo de impeachment
Relato sobre afirmações do presidente foi feito por pessoas que viram vídeo com registro da reunião ministerial do dia 22 de abril
O presidente Jair Bolsonaro teria afirmado, na reunião ministerial de 22 de abril, que não iria divulgar a “porcaria” de um exame de novo coronavírus, sob o argumento de que isso poderia, eventualmente, levar até mesmo a um processo de impeachment. O relato sobre as afirmações do presidente foi feito por pessoas que acompanharam, nesta terça-feira, dia 12, a exibição do vídeo com o registro daquele encontro. O jornal O Estado de S. Paulo entrou na Justiça para obter o resultado dos exames de covid-19, que Bolsonaro se recusa a divulgar.
Ao retornar nesta terça ao Palácio da Alvorada, Bolsonaro negou vinculação entre a divulgação do exame e qualquer processo contra ele. “Qual o motivo do impeachment por causa de exame de coronavírus?”, perguntou. “Querer cassar um presidente que não tem mácula de corrupção não tem cabimento, meu Deus do céu”.
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A reunião do dia 22 foi a última da qual o então ministro da Justiça Sérgio Moro participou. O encontro faz parte do inquérito do Supremo Tribunal Federal que investiga se Bolsonaro interferiu politicamente na Polícia Federal, como acusou Moro.
O registro da reunião foi exibido nesta terça, a um grupo de pessoas autorizadas pelo ministro Celso de Mello. A exibição foi realizada no Instituto Nacional de Criminalística da corporação em Brasília, ‘em ato único’ – conforme determinado por Celso – com participação de Moro, integrantes da Advocacia-Geral da União e procuradores e investigadores que acompanham o caso.
O vídeo tem cerca de duas horas e o início da exibição atrasou porque foi necessário fazer um espelhamento da mídia para garantir a integridade dos arquivos originais, afirmam fontes. O procedimento durou mais de duas horas e meia. Todos que acompanharam a exibição tiveram que ficar sem o celular durante a sessão.
