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Política

Congresso pode ampliar compensação do governo para quem teve corte de salários

Na prática, quem ganha até três salários mínimos teria garantia de reposição integral pelo governo federal. Acima disso, o benefício seria calculado sobre esse novo teto de R$ 3.135

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O Congresso Nacional quer elevar o valor da compensação paga a trabalhadores com carteira assinada que tiverem jornada e salário reduzidos ou contratos suspensos, como efeito da pandemia do coronavírus. Em entrevista ao Estadão/Broadcast, o relator da proposta, deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), disse que está “investigando” a possibilidade de elevar o teto do benefício a três salários mínimos (R$ 3.135). Hoje, de acordo com medida provisória editada pelo governo, o limite é o mesmo do seguro-desemprego (R$ 1.813,03).

Na prática, quem ganha até três salários mínimos teria garantia de reposição integral pelo governo federal. Já os trabalhadores que ganham acima disso teriam o benefício calculado sobre esse novo teto de R$ 3.135, ou seja, também receberiam uma parcela maior do benefício.

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A mudança pode significar um custo adicional de R$ 16 bilhões, segundo o relator, caso se confirme a previsão do governo de que 24,5 milhões de trabalhadores devem aderir aos acordos. Fontes do governo, porém, têm uma estimativa maior, de R$ 22 bilhões a R$ 25 bilhões.

Silva diz que há espaço dentro do próprio orçamento original do programa (R$ 51,2 bilhões) para acomodar a ampliação do valor, uma vez que até agora foram fechados pouco mais de 5,5 milhões de acordos. “Tem espaço no próprio crédito para ampliar o valor do benefício.”

A medida provisória que criou o Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda recebeu 971 emendas de parlamentares, muitas delas querendo alterações na forma do cálculo do benefício. Houve pedidos para elevar o limite ao teto do INSS (R$ 6.101,06) ou a cinco salários mínimos (R$ 5.225). Mas o relator ressaltou que é preciso conciliar uma maior taxa de recomposição no salário dos trabalhadores com a viabilidade fiscal da medida.

“É evidente que não temos capacidade de recompor o salário integral de todo mundo”, disse o deputado. O valor médio da parcela do benefício está hoje em R$ 752,44, segundo o Ministério da Economia.

Na proposta do governo, o benefício emergencial é calculado sobre a parcela do seguro-desemprego a que o trabalhador teria direito se fosse demitido, um valor que vai de R$ 1.045 a R$ 1 813,03. É sobre essa parcela que incide o mesmo porcentual do corte de jornada (25%, 50% ou 70%) ou o porcentual de reposição em caso de suspensão de contrato (100% para empregados de pequenas empresas ou 70% para quem atua em grandes empresas).

O Congresso também quer restringir o contingente de trabalhadores que poderão negociar redução de jornada e salários ou suspensão de contratos por meio de acordos individuais com as empresas. Hoje, essas negociações diretas podem ser firmadas por empregados que ganham até R$ 3.135 ou acima de R$ 12.202,12. Segundo o relator, há uma discussão para reduzir o limite inferior a R$ 1,8 mil.

Estadão Conteúdo