Mundo
Excesso de alunos por sala é desafio no retorno às aulas no país
Escolas brasileiras ficaram fechadas por mais tempo que a média dos outros países integrantes da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE)
As escolas brasileiras ficaram fechadas por mais tempo que a média dos outros países estudados e isso vai impactar a aprendizagem e habilidades dos alunos, segundo relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) divulgado nesta terça-feira, 8. O fechamento de escolas e universidades foi uma das alternativas encontradas pelas autoridades no mundo todo para desacelerar a contaminação pelo novo coronavírus.
“No Brasil, os fechamentos começaram a partir de 12 de março e, em 25 de março, eles aram a ser nacional. No final de junho, o país havia experimentado 16 semanas de fechamento efetivo das escolas de alguma forma, em comparação com 14 semanas em média dos países da OCDE. No entanto, o impacto real em alguns países pode ter sido menos severo, pois alguns desses períodos incluíram férias escolares programadas”, diz o relatório.
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Vale ressaltar que em alguns lugares as escolas ainda não reabriram e que a pesquisa da OCDE pegou apenas o período entre 17 de fevereiro e 30 de junho, ou seja, os dados do Brasil são bem maiores que o apresentado. É o caso do Espírito Santo: o estado ainda não definiu quando serão retomadas as aulas na rede estadual e elas estão suspensas desde a metade de março, ou seja há quase 20 semanas.
“A reabertura da escola no contexto da pandemia depende da capacidade de manter uma distância segura de 1 a 2 metros entre alunos e funcionários. Países com turmas menores podem achar mais fácil cumprir as novas restrições de distanciamento social. No Brasil, o tamanho médio das turmas no ensino fundamental inicial é de 24 alunos em instituições públicas, o que é maior do que a média da OCDE, de 21 alunos”, continua o documento.
“Nas instituições públicas de anos finais do ensino fundamental, há 28 alunos por turma no Brasil (a média cai para 27 alunos, se considerar colégios particulares no cálculo), em comparação com 23 alunos por turma em média nos países da OCDE. No entanto, a necessidade de reduzir o tamanho das turmas pode depender de outros fatores, como espaço físico, a disponibilidade de salas e funcionários, e decisões pessoais dos alunos e funcionários sobre o retorno à escola”, diz.
Segundo a organização, alguns países conseguiram oferecer apoio aos estudantes durante a pandemia, como e de equipamento para aprendizagem à distância, apoio financeiro para alunos e escolas e recursos para segurança e limpeza de equipamentos. Um dos grandes desafios será retomar o investimento na educação, pois a prioridade em muitos países ou a ser a injeção de dinheiro nas áreas de saúde e na economia.
Para reabrir as escolas, a OCDE diz que é importante fazer uma avaliação de riscos entre os funcionários, desenvolver protocolos claros para o retorno, revisar as políticas de frequência para ajustar possíveis situações de ausência por motivos de saúde e garantir o treinamento adequado para professores e funcionários.
“A mudança real geralmente ocorre em crises profundas, e neste momento mantém a possibilidade de não voltarmos ao status quo quando as coisas voltarem ao ‘normal’. Embora esta crise tenha profundas implicações disruptivas, inclusive para a educação, não têm resultados pré-determinados. Será a natureza das nossas respostas coletivas e sistêmicas a essas rupturas que irão determinar como somos afetados por elas”, conclui.
