País
Cidades brasileiras viram exemplo contra a covid-19; conheça
Florianópolis, Niterói, Porto Alegre e Fernando de Noronha têm poucos casos de óbitos por causa da covid-19. Conheça as medidas adotadas

Florianópolis ficou 32 dias seguidos sem mortes pela covid-19. Foto: Tiago Muraro/Divulgação
Enquanto os moradores do Espírito Santo lidam com a possibilidade de um lockdown, algumas cidades do país têm se destacado pelo bom exemplo no enfrentamento à pandemia da covid-19. Sem casos ativos ou com uma quantidade pequena de óbitos em comparação a outras capitais, Florianópolis, Fernando de Noronha, Niterói e Porto Alegre se destacaram frente à crise nacional e, hoje, parecem ter conseguido frear a pandemia.
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A capital de Santa Catarina, cuja população é de 500 mil habitantes, decretou o isolamento social em 13 de março, um dia após ser registrado o primeiro caso do município. Durante 30 dias, foram instaladas barreiras sanitárias no aeroporto internacional, onde os ageiros eram submetidos a um protocolo que incluía testes e orientações para permanecerem em casa por, pelo menos, sete dias – prazo dobrado em caso de pessoas com sintoma da doença.
Depois, começaram a multar quem descumprisse as normas sanitárias, mediam o nível de isolamento social, identificaram as redes de contato de quem testava positivo e criaram um serviço de telemedicina que atendeu cerca de 60 mil pessoas. “Estamos falando de pelo menos 10 mil idosos que iriam a unidades de saúde com o risco de contaminarem ou serem contaminados”, disse o prefeito Gean Loureiro (DEM) ao jornal Estado de Minas. Em abril, quando o governo de Santa Catarina autorizou a reabertura do comércio, Florianópolis foi a única cidade a manter lojas de portas fechadas.
Um serviço de mensagens de texto também foi desenvolvido para conscientizar a população. Pessoas que viviam em casas próximas de pacientes diagnosticados com covid-19 recebiam notificações no celular, para que entendessem como qualquer descuido poderia acarretar em sérias consequências. Não houve registros de mortes por 32 dias consecutivos.
Ilha isolada
Fernando de Noronha, um dos maiores pontos turísticos do país, zerou o número de casos da covid-19 na segunda-feira (15). Todos os 64 moradores que tiveram a doença foram curados, segundo a istração da ilha, após uma segunda onda de infecções pelo lugar. No início de maio, foi anunciado que todos os pacientes estavam curados, mas novos casos voltaram a ser registrados.
Por lá, os pontos comeciais foram fechados e o turismo foi suspenso com o fechamento do aeroporto. Com ordem de fechamento das praias, viaturas da Polícia Militar faziam patrulhas pelas ruas para fiscalizar quem desrespeitasse os bloqueios. Carros de som também circulavam para orientar sobre o isolamento social e, em grupos de WhatsApp, moradores se organizaram até para filmar os “furões de quarentena” e denunciá-los aos órgãos públicos.
Pela preocupação com a saúde mental dos moradores, que ficaram isolados do restante de Pernambuco por três meses, a istração divulgou o telefone de três psicólogas contratadas para fazer atendimento remoto.
Niterói
Na mesma semana em que a cidade de Wuhan, na China, contabilizava os seus primeiros casos da doença, um comitê foi montado em Niterói, no Rio de Janeiro, para garantir resposta rápida caso o vírus chegasse ao Brasil. Era apenas uma medida preventiva, mas que acabou destacando o município como um modelo de boa gestão frente a crise. O primeiro diagnóstico da covid-19 na cidade só aconteceu em março, no dia 7.
Entre as ações adotadas, Niterói anunciou que pagaria uma bolsa de R$ 500 aos moradores mais pobres – isso ocorreu quando o governo federal ainda discutia se iria oferecer o Auxílio Emergencial, cogitado à época em R$200. O município carioca montou também o primeiro hospital exclusivo do país para o atendimento de pacientes, abrindo 140 leitos de enfermaria e UTI e contratando 1.300 funcionários da saúde de forma emergencial via chamamento público.
Outra política adotada pela prefeitura foi a testagem em massa de seus 500 mil habitantes. No início de abril, adquiriu um lote de 40 mil testes, e depois mais um com a mesma quantidade, totalizando 80 mil testes, o que corresponde a 16% da população.
Porto Alegre
Já a capital gaúcha, após três meses do primeiro caso da doença, no dia 8 de março, contabiliza 66 mortes até este sábado (20). No Espírito Santo, a Serra registrou 260 mortes pela covid até sábado. O sucesso da capital gaúcha para frear a doença deve-se à quantidade de leitos disponibilizados pela gestão municipal, que chega a mais de 600 UTI’s (2,4 para cada 10 mil habitantes), e decretos anunciados cotidianamente para estimular o isolamento social. Foi realizado, também, um mutirão de vacinas contra a gripe, chegando a 40% dos habitantes vacinados, segundo a secretaria de Saúde de Porto Alegre.
Também foi ampliado o número de testes com a compra de novas remessas e, enquanto as grandes capitais reabrem o comércio, como São Paulo e Rio de Janeiro, pela cidade gaúcha, ainda está vedado a abertura de centros comerciais.
*Com informações de Estado de Minas, El País Brasil e Jornal do Comércio
