País
59% das estradas federais estão em situação ruim, regular ou péssima, mostra CNT
Em 2019, foram analisados 108 863 km no Brasil. A pesquisa foi divulgada nesta terça-feira

Trecho da BR 262. Foto: Chico Guedes
A CNT (Confederação Nacional dos Transportes) divulgou nesta terça-feira (22), a sua Pesquisa CNT de Rodovias 2019, que avalia toda a malha federal pavimentada e os principais trechos estaduais, também pavimentados. Em 2019, foram analisados 108.863 km no Brasil.
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Segundo informações da instituição, quando considerado o estado geral das rodovias, 59% da malha rodoviária pavimentada apresenta algum tipo de problema, sendo considerada regular, ruim ou péssima. Os demais 41% da malha são considerados em ótimo ou bom estado.
No quesito pavimento, as rodovias apresentam problemas em 52,4% da extensão avaliada, outros 47,6% têm condição satisfatória. Em 0,9%, o pavimento está totalmente destruído.
Sobre sinalização, 48,1% da extensão é considerada regular, ruim ou péssima, contra 51,9% ótima ou boa. A faixa central é inexistente em 6,6% da extensão e as faixas laterais são inexistentes em 11,5%.
Em relação à geometria da via, 76,3% da extensão é deficitária e 23,7%, ótima ou boa. As pistas simples predominam em 85,8%. Falta acostamento em 45,5% dos trechos avaliados. Nos trechos com curvas perigosas, em 41,7% não há acostamento nem defensa.
O levantamento fez uma apuração de pontos críticos e identificou 797 no Brasil, sendo 130 erosões na pista, 26 quedas de barreira, 2 pontes caídas e 639 trechos com buracos grandes.
O cenário mostra que as condições do pavimento geram um aumento de custo operacional do transporte de 28,5%, o que, segundo a CNT, “reflete na competitividade do Brasil e no preço dos produtos”.
A estimativa atual é de que, para recuperar as rodovias no Brasil, com ações emergenciais, de manutenção e de reconstrução, são necessários R$ 38,60 bilhões, muito acima do total de recursos autorizados pelo governo federal para infraestrutura rodoviária em 2019: R$ 7,57 bilhões. Desse valor, foram investidos R$ 4,78 bilhões até setembro (63,2%).
Os dados apontam que, para além das milhares de mortes que são registradas todos os anos nas estradas, o prejuízo gerado pelos acidentes foi de R$ 9,73 bilhões em 2018. No mesmo período, o governo gastou R$ 7,48 bilhões com obras de infraestrutura rodoviária de transporte.
AVALIAÇÃO DAS RODOVIAS
Amazonas tem o pior estado geral do Brasil. 100% das rodovias avaliadas apresentam algum tipo de deficiência no pavimento, na sinalização ou na geometria da via. Todas as rodovias pesquisadas no Acre apresentam problemas na geometria da via (que envolve a presença de acostamento, entre outras características).
Amazonas e Acre são os estados com os maiores problemas relacionados à falta de acostamento.
Amapá possui a pior avaliação das condições da sinalização. 87,8% da extensão avaliada apresenta algum tipo de problema.
Alagoas e São Paulo são as unidades da Federação com as melhores avaliações do estado geral, pavimento e sinalização. 86,4% da extensão pesquisada de Alagoas e 81,8% de São Paulo são consideradas ótimas ou boas.
Maranhão, Ceará e Rio Grande do Sul concentram 49,8% dos 797 pontos críticos de todo o país. Foram identificados 213 no Maranhão (26,7%), 106 no Ceará (13,3%) e 78 no Rio Grande do Sul (9,8%).
Acre tem o maior aumento no custo operacional devido às condições do pavimento (66,3%), seguido do Amazonas (56,5%) e Pará (38,2%). A média nacional é de 28,5%.
Minas Gerais, Santa Catarina e Paraná são os estados que mais tiveram custos com acidentes em 2018. O prejuízo chega a R$ 1,26 bilhão em Minas Gerais, R$ 1,05 bilhão em Santa Catarina e R$ 1,04 bilhão no Paraná. No Brasil, esse custo foi de R$ 9,73 bilhões.
Com Estadão Conteúdo
