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Olhar 360º

Problemas “esquecidos” na Grande Vitória

Pó preto, obra da Terceira Ponte, o aquaviário, a duplicação da BR-101 são alguns dos pontos deixados de lado desde a chegada do novo coronavírus

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Novo trecho duplicado na BR-101 Sul. Foto: Eco101/Divulgação

Com mais de um ano de enfrentamento da covid-19, a pandemia acabou dominando o noticiário e a atenção dos moradores do Espírito Santo, primeiramente com o isolamento e evolução dos casos, e, agora com a expectativa das chegadas das doses de vacinas. Em consequência, alguns dos principais problemas da Grande Vitória e do Espírito Santo, sempre colocados como foco de discussões e cobranças no estado, parecem ter sido esquecidos nesse período.

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Entre eles estão algumas obras importantes e bastante aguardadas, como a ampliação da Terceira Ponte, o aquaviário, o Hospital Geral de Cariacica. Desde o ano ado, algumas dessas obras tiveram seu prazo de início atrasado e remarcado para meses ou semanas depois. É o caso da ampliação da Terceira Ponte, que teve o começo das obras anunciado para abril. Agora, em meados de maio, a nova promessa é de que o início ocorra “em algumas semanas”, segundo a Secretaria de Estado da Mobilidade.

Muito falado há anos, o pó preto ganhou até um Termo de Ajustamento de Conduta, a previsão de obras nas empresas para reduzir as emissões. Mas durante a pandemia “apagou” o assunto, embora o pó continue chegando de forma constante na casa da população. O “apagão” foi tão grande que o Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos também se esqueceu do tema e afirma não ter condições de fazer afirmações sobre a redução ou aumento do pó preto durante a pandemia.

Confira como está a situação de cada uma dessas obras:

Terceira Ponte

Previstas para começar em abril, as obras da ampliação e construção de ciclovia na Terceira Ponte devem ser ainda nas próximas semanas. Segundo a Secretaria de Mobilidade (Semobi), a empresa responsável pela construção já iniciou os serviços, com a aquisição de material e montagem do canteiro de obras. O contrato obedece à modalidade de Regime Diferenciado de Contratação. Ele foi fechado em outubro do ano ado, pelo valor de R$ 127 milhões e prazo de execução total de três anos. Neste caso, os primeiros seis meses são dedicados aos projetos. Segundo a Semobi, está tudo dentro do cronograma.

Projeto para a Terceira Ponte. Foto: Divulgação

Projeto para a Terceira Ponte. Foto: Divulgação

As intervenções contemplam a ampliação da capacidade de fluxo de veículos; implantação de ciclovia e barreira de proteção ao suicídio. O anteprojeto da Ciclovia da Vida propõe uma estrutura metálica que será anexada nas laterais da ponte para a agem de ciclistas e, ao mesmo tempo, servindo como barreira de proteção ao suicídio. Além disso, a capacidade de trânsito da ponte será aumentada em torno de 40%, com a criação de duas novas faixas. Desse modo, a ponte ará a contar com três faixas em cada sentido.

 

Aquaviário

Em relação ao aquaviário, a Semobi informa que as obras para a construção das quatro estações de embarque já estão contratadas e se encontram na fase de licenciamento. A empresa vencedora da licitação vai executar os serviços pelo valor de R$ 5.997.821,90. O prazo máximo para a execução dos serviços é de 510 dias, contados a partir da ordem de serviço, que será dada após concluída a etapa de licenciamentos.

Aquaviário | Foto: Divulgação Governo do Espírito Santo

Aquaviário | Foto: Divulgação Governo do Espírito Santo

O retorno da operação do sistema aquaviário é uma das prioridades do governo do Estado na área da mobilidade. Os quatro pontos previstos para a construção dos trapiches para atracagem dos barcos são Prainha (Vila Velha), Enseada do Suá, Centro (Vitória) e Porto de Santana (Cariacica). No decorrer do ano, será publicado o edital para empresas interessadas em fazer a operação dos barcos.

Hospital de Cariacica

Anunciado em 2015, o Hospital Geral de Cariacica ainda vai demorar mais três anos para ser finalizado e aberto ao público.  Localizado às margens da Rodovia Leste-Oeste, em Campo Belo, a unidade contará com pronto-socorro clínico e cirúrgico, Unidade de Terapia Intensiva (UTI), maternidade de alto risco e cuidados intensivos neonatais. Também atenderá especialidades como clínica médica, neurologia, cardiologia, entre outras.  A previsão atual é de que o Hospital Geral de Cariacica seja entregue no segundo semestre de 2024.

Segundo o Departamento de Edificações e de Rodovias do Espírito Santo (DER-ES), atualmente estão em execução as obras da primeira fase (terraplanagem e fundação). O governo do Estado investiu R$ 25,4 milhões nessa fase, cujos trabalhos duraram quase dois anos. Na segunda fase, o terreno contará com uma área total construída de 37.976,67 metros quadrados, distribuída em seis blocos. O investimento é da ordem de R$ 146 milhões, com prazo de execução de 1.260 dias.

BR-101

A Eco101 assumiu a BR-101 em 2013, começou a cobrar pedágio em 2014 e desde então duplicou cerca de 44km, do total de 459km do trecho sob concessão. Segundo a Eco101, foram entregues trechos duplicados em Anchieta (2,5 quilômetros), Ibiraçu (4,5 quilômetros), João Neiva (2,5 quilômetros), Contorno de Iconha (7,8 quilômetros) e 25,7 quilômetros entre Viana e Guarapari. Neste último trecho estão sendo finalizadas as obras nos demais 4,3 quilômetros, totalizando os 30 quilômetros desse segmento, com previsão de entrega neste primeiro semestre. Dando sequência à duplicação do trecho sul, em 2020 a concessionária iniciou as obras em mais 22 quilômetros da rodovia, entre os municípios de Guarapari e Anchieta.

Com relação à duplicação do trecho Norte da rodovia BR-101/ES/BA, o processo de Licenciamento Ambiental foi iniciado em 2013 junto ao Ibama. Segundo a concessionária, no último mês de setembro, o Ibama solicitou complementação dos estudos ambientais, referente aos contornos de Ibiraçu, Fundão e Linhares, além de novas alternativas para a REBio Sooretama e sua Zona de Amortecimento. Essas obras não estão previstas no contrato original, segundo a Eco101. A empresa afirma ter desenvolvido este trabalho atendendo os prazos junto ao órgão ambiental e também que protocolou as complementações solicitadas pelo órgão ambiental. Nesta semana, o Ministério Público Federal (MPF) deu prazo de 20 dias para Ibama explicar a demora na análise do licenciamento ambiental do trecho norte da BR-101.

Pó preto

Apesar do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) coletar e acompanhar a emissão das poeiras sedimentáveis, o pó preto, o órgão afirma que não existem dados suficientes para ter segurança estatística para afirmar sobre uma redução ou aumento de poeira sedimentável no período da pandemia.

O Iema afirma que acompanha as emissões de poeira sedimentável através da Rede Manual de Monitoramento de Poeira Sedimentável, composta por Pontos Manuais de Poeira Sedimentável, onde estão instalados coletores manuais de poeira. A partir da massa coletada em cada recipiente, após trinta dias de exposição, são determinadas as taxas de deposição de poeira sedimentável.