Olhar 360º
O futuro dos eventos no Espírito Santo
Setor aguarda o avanço da vacinação e as primeiras liberações para retomar os grandes eventos no estado

Show realizado em Vitória. Foto: Divulgação
Lembra dos shows em espaços com lotação esgotada, grandes festas de formaturas e casamentos e corridas que reuniam multidões pelas ruas? Com mais de um ano de isolamento social e muito prejuízo no setor, os organizadores de eventos no Espírito Santo estão aguardando o avanço da vacinação e as primeiras liberações para poder organizar os primeiros eventos.
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Para organizadores de eventos do Espírito Santo, a estimativa é de que esse cenário volte a ser como antes entre o final do ano e o início do verão, com o avanço da vacinação. Pablo Pacheco, diretor regional da Associação Brasileira dos Produtores de Eventos (Abrape), acredita que, com o avanço da vacinação, os protocolos atuais não devem se manter e a vida deve voltar ao normal, o que pode ajudar o setor a amenizar as perdas de R$ 1,8 bilhão em mais de um ano de atividades paralisadas com a pandemia.
Na última quinta-feira (13), inclusive, os Estados Unidos liberaram o uso da máscara em ambientes fechados para quem já tomou as duas doses do imunizante. “As pessoas não vão deixar de ir a um evento na vida toda, mesmo que tenham receio de aglomeração. Pode ser que alguns demorem um pouco mais a participar, mas eventualmente vão acabar voltando à medida que os eventos forem acontecendo”, afirma o diretor da Abrape.
Pacheco acredita que, no próximo verão, já será possível ter uma programação de entretenimento. “Não sabemos o que vai acontecer até lá, mas o cenário é de retorno no último trimestre deste ano e principalmente verão, Réveillon e carnaval do ano que vem, exceto se surgir algo novo. Os prejuízos foram muito grandes. E o setor não movimenta a economia só com casas de shows. São eventos, circo, parque de diversões e feiras de negócios e congressos que lotam a rede hoteleira”, comenta.
Shows já agendados
Já o empresário Kaedy Azevedo, que comanda o Ilha Shows e a área verde do Álvares Cabral, tem previsão mais otimista, de retomada em julho e agosto com a capacidade reduzida, cerca de metade do público total. O Ilha costumava receber 2.5 mil pessoas e o Álvares até 10 mil. Alguns shows, que foram adiados, inclusive já estão programados, aguardando a liberação do governo. Kaedy conta que nas flexibilizações do ano ado optou por não realizar eventos com a capacidade então permitida porque não era viável economicamente.
Quem também tem shows agendados assim que for possível realizar eventos é o cerimonial Steffen. Apresentações do Biquini Cavadão, Ira e Capital Inicial já tinham sido comercializadas e aguardam uma retomada para serem realizadas. O proprietário da casa, Ildo Steffen, estima que, quando houver liberação para 30% da capacidade, os eventos serão retomados, pois aí pode atender até 1 mil pessoas.
Sobre a aceitação do público, Steffen acredita que as pessoas vão voltar a frequentar shows e festas normalmente. “São muitos meses, as pessoas estão querendo muito sair e participar de um evento”, diz.
Para a retomada, o Cerimonial Steffen já está preparando nova fachada e novos eventos, como quadrilhas, festas junina, festival de vinho e cerveja, shows de rock e até palestras motivacionais.
Retomada completa dos eventos esportivos

Evento de corrida com protocolo contra covid. Foto: Divulgação
Eventos esportivos, como a corrida Dez Milhas Garoto, chegam a reunir 12 mil pessoas no Espírito Santo. Com a pandemia, também foram proibidos e a previsão para o final do ano é que só sejam realizadas corridas para até 1 mil pessoas. A tradicional corrida da Garoto só volta no ano que vem.
Segundo o empresário do setor de eventos esportivos, Carlos Fróes, de uma média de 13 eventos por ano, ele ou a fazer apenas dois no ano ado, quando as atividades foram liberadas em parte, com evento para até 300 pessoas. O setor teve que se adaptar, ajustar os protocolos para largadas em ondas, com distanciamento, aferição de temperatura e uso de máscara antes da largada, e agora aguarda novas liberações para agendarem novos eventos.
“Acho que no segundo semestre as coisas vão estar mais tranquilas para não termos que ficar adiando. Acredito que a limitação vai chegar de 800 a 1 mil atletas com largada em protocolos ainda”, conta.
Sobre a retomada completa após a vacina, ele acredita que depois que as pessoas voltarem e frequentar shows grandes, o setor de eventos será favorecido e as pessoas vão acabar voltando também a participar de corridas com muitas pessoas, como a Garoto, que reúne 12 mil pessoas”, opina.
