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Saiba quais são os petiscos suspeitos de contaminar e matar cães

Os produtos Dental Care, Every Day e Snack Petz produzidos pela Bassar podem ter sido os responsáveis pelas mortes de mais de 40 animais

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O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) identificou dois lotes de petiscos supostamente contaminados por etilenoglicol – substância tóxica que pode levar à insuficiência renal -. Os produtos Dental Care, Every Day e Snack Petz produzidos pela Bassar podem ter sido os responsáveis pelas mortes e pelo mal-estar de mais de 40 animais no Brasil até esta quinta-feira (8).

> Empresa anuncia recall de petiscos após morte de 40 cachorros

Os laudos periciais referentes às mortes de cachorros por suspeita de intoxicação por etilenoglicol – é também o mesmo líquido que causou a intoxicação de 29 pessoas que consumiram a cerveja Backer, em 2019. Na época, dez pacientes morreram após ingerirem a bebida.

A médica veterinária Rayane Rigamonte comenta que o etilenoglicol, a substância encontrada no corpo de um dos cachorros, geralmente é usada para refrigeração e encontrada em baterias, motores de carro e freezers ou geladeiras. É um composto químico largamente utilizado como anticongelante. Na sua forma pura, é um composto inodoro, incolor e não volátil.

“Não é o etilenoglicol em si o problema. Depois que ele é metabolizado, vai produzir vários metabólitos que são tóxicos. Daí vai ter uma síndrome neural, como se o animal estivesse embriagado. Depois tem outros metabólitos que leva a uma síndrome nefroneural”, explica a médica veterinária.

A médica orienta ainda que os tutores devem estar atentos a qualquer sinal do animal estar cambaleante ou sintomas como vômito e diarréia. Em qualquer sinal, o dono deve levar ao veterinário, para não evoluir para um quadro renal.

Como estão as investigações?

Investigações do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) apontam que há irregularidades em uma das empresas que fornecem matéria-prima para a Bassar, fábrica de petiscos para animais interditada após a detecção de substância tóxica em uma das amostras de seus produtos.

Um ofício do MAPA aponta o envolvimento inicial dos lotes AD5053C22 e AD4055C21 na descoberta do monoetilenoglicol pelos exames de laboratório da Polícia Civil de Minas Gerais. Esses lotes contêm a matéria-prima propilenoglicol, da empresa Tecno Clean Industrial LTDA.

Um galpão da empresa funciona como depósito de materiais em Barueri, na Região Metropolitana de São Paulo. A sede da empresa fica em uma área industrial de Contagem, na Grande Belo Horizonte.

De acordo com o MAPA, as atividades licenciadas para a Tecno Clean Industrial LTDA, em Barueri, não envolvem a fabricação de produtos para a alimentação animal. Por isso, a fabricante não tem registro no Ministério da Agricultura e em outros órgãos fiscalizadores.

O documento ministerial ainda afirma que a empresa comercializou lotes de produtos de terceiros, indicando que fosse dela a fabricação. Além disso, não poderia ter vendido produtos para alimentação animal sem atender critérios técnicos de identidade e qualidade.

O QUE DIZ A EMPRESA

Segundo a empresa, exames preliminares realizados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) apontaram indícios de que o propilenoglicol, insumo utilizado pelo setor industrial na fabricação de alimentos para humanos e animais, adquirido de um de seus fornecedores, estaria contaminado com etilenoglicol. A empresa reforça ainda que o etilenoglicol não faz parte de nenhuma etapa da sua cadeia de produção.

“A Bassar Pet Food é a maior interessada no esclarecimento dos fatos, apoia as investigações do Mapa e das autoridades policiais e está colaborando com as investigações para a elucidação do caso. Em complemento às investigações oficiais, estão sendo finalizados trabalhos de perícia na Bassar Pet Food em todo o processo de produção e maquinários em sua própria fábrica e de todas as matérias-primas que compõem seus produtos finais, cujas análises preliminares convergem no mesmo sentido do que está sendo apontado pelas autoridades”, diz a nota.

A nota diz ainda que a companhia está retendo, preventivamente, em todo território nacional, os produtos feitos em sua fábrica até que os laudos definitivos sejam concluídos. “A Bassar Pet Food se solidariza com todos os tutores de pets e as dúvidas podem ser tiradas pelo e-mail [email protected]”, reforça a empresa.