Diversão
Livro aborda a produção audiovisual experimental do ES nos últimos 40 anos
Lançamento presencial acontece no dia 30 de novembro, no Grappino Rango Bar, no Centro de Vitória

Preparação para o Exercício Aéreo – O Deserto: trabalho de Rubiane Maia analisado no livro Rasuras. Foto: Divulgação
Apresentar um recorte abrangente da produção audiovisual das últimas quatro décadas a partir da experimentação. Essa é a proposta do livro Rasuras – 40 anos de Vídeo Experimental no Espírito Santo, de Erly Vieira Jr, pela Editora Cousa, e que ganha lançamento presencial no dia 30 de novembro, terça-feira, às 19 horas, no Grappino RangoBar, no Centro Histórico de Vitória.
> Quer receber as principais notícias do ES360 no WhatsApp? Clique aqui e entre na nossa comunidade!
A publicação é resultado de uma pesquisa empreendida por Erly desde 2003 e traz um mapeamento de 217 obras, de 81 realizadores audiovisuais diferentes, entre os anos de 1979 e 2020. Destas, 143 trabalhos são analisados detalhadamente no projeto. A obra traça um percurso que atravessa as principais linhas de força da produção audiovisual do Espírito Santo, com experiências pioneiras em videoinstalação, videoarte, videodança e videoperformance, além do filme-dispositivo e do filme-ensaio.
“Para falar de vídeo experimental, eu entendi que precisaria pensar uma metodologia de pesquisa específica e também uma forma de estruturar o texto, aliando informações históricas, coletadas nos documentos de época, imprensa, catálogos de mostras, livros dedicados à produção daqui com informações referentes aos processos criativos e modos de realização bastante diversificados entre si – coletados em entrevistas e conversas diversas com esses artistas durante esses anos todos, inclusive tentando entender melhor o lugar que cada trabalho ocupa no conjunto da obra de cada pessoa ou coletivo”, pontua o autor sobre o processo de pesquisa para a realização do trabalho.
Em suas 260 páginas, o livro apresenta textos que abordam desde a primeira videoinstalação apresentada no Espírito Santo, a obra Taru, do artista Nenna, em dezembro de 1979, na Galeria Homero Massena, até trabalhos recentes e destaque na produção contemporânea no campo das artes visuais no Brasil, de nomes como Castiel Vitorino Brasileiro, Fredone Fone, Gabriel Menotti, Gui Castor e Rubiane Maia. “Busquei fazer um enfoque crítico que acho fundamental para compreender melhor essa produção no seu conjunto, bem como as questões estéticas, políticas e éticas que a atravessam, tanto coletiva quanto individualmente”, explica Erly. “É um texto que mistura mapeamento histórico, informações de processo criativo e ensaio crítico”.
História
Para Erly Vieira Jr lançar o livro Rasuras é uma oportunidade de ampliar e revisitar a história da produção cultural do estado. “É importante entender que há lacunas, omissões, ausências nesses recortes – e por isso acredito que este livro não é definitivo (aliás, nenhum dos que publiquei), mas sim um ponto de partida para que outros estudos sejam feitos e lancem outros olhares para o audiovisual feito no ES”.
Entre as obras pioneiras analisadas, incluem-se Formólia (1986), de Paulo Sérgio de Souza e Ricardo Néspoli, considerada a primeira videoarte realizada em terras capixabas; a videodança Via Sacra (1988), de Magno Godoy; a videoarte Graúna Barroca (1989), de Ronaldo Barbosa, multipremiada internacionalmente; o filme-ensaio TV Reciclada (1991), de Arlindo Castro e Ronaldo Barbosa; e os experimentos em videoperformance realizados no final dos anos 80 pelo coletivo Éden Dionisíaco do Brasil.
Erly acredita que a publicação pode ser um ponto de partida para que outros pesquisadores ampliem o debate e joguem luz sobre o processo de inclusão no meio artístico. “Para que também sejam problematizadas as ausências históricas – os porquês de certos grupos sociais só terem o aos meios de produção a partir de determinados momentos históricos, as mudanças de discursos e temáticas presentes em cada época, tudo isso nos ajuda a compreender melhor as relações entre o audiovisual e a sociedade, as formas como cada época enxerga sua diversidade cultural – e, a partir daí apontarmos para outros futuros, mais inclusivos, mais diversos, mais ousados em todos os sentidos”.
Sobre o autor
Erly Vieira Jr é cineasta, curador, escritor e pesquisador na área audiovisual. Doutor em Comunicação e Cultura pela UFRJ (2012), é professor do Departamento de Comunicação Social e do POSCOM-Ufes. Realizou dez curtas-metragens, entre documentários e ficções, exibidos em diversos festivais dentro e fora do Brasil. É autor dos livros Marcus Vinícius – A Presença do Mundo em Mim (2016), Plano Geral – Panorama Histórico do Cinema e Vídeo no Espírito Santo (2015), Exercícios do Olhar, Exercícios do Sentir (2019), Realismo Sensório no Cinema Contemporâneo (2020) e Rasuras – 40 anos de Vídeo Experimental no Espírito Santo (2021). Desde 2012, é um dos curadores do Festival de Cinema de Vitória. É integrante do coletivo cultural Baile.
O livro Rasuras – 40 anos de Vídeo Experimental no Espírito Santo é um projeto contemplado no edital da Secult/Funcultura nº. 005/2019: Seleção de Projetos Culturais Setoriais de Audiovisual no Espírito Santo.

Capa do livro ‘Rasuras’. Foto: Divulgação
Serviço
Lançamento do livro Rasuras – 40 anos de Vídeo Experimental no Espírito Santo, de Erly Vieira Jr
Quando: 30 de novembro, terça-feira
Onde: Grappino RangoBar, rua Gama Rosa, 128, Centro Histórico de Vitória
Valor do livro: R$ 30,00
Aberto ao público
