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Diversão

Capixaba Samira Pavesi leva sua arte para exposição em Fortaleza, Ceará

Samira é a única capixaba que vai expor ao lado de outras 23 artistas brasileiras

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Samira Pavesi mostra sua arte em exposição em Fortaleza, Ceará. Foto: Marcela Bicalho

2022 vai começar em terras cearenses para a artista capixaba Samira Pavesi. É que a convite da curadora Nathalie Nicolas, ela é uma das 24 artistas brasileiras convidadas a expor seu trabalho na mostra coletiva ‘Imersão no gênero feminino’, no Museu de Arte da Universidade Federal do Ceará – MAUC, em Fortaleza. A exposição, que abriu ao público dia 19 de janeiro, faz parte da programação comemorativa dos 60 anos do museu e segue para visitação até 18 de fevereiro.

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Samira é a única artista capixaba na mostra e duas de suas obras foram escolhidas para compor a coletiva que tem como objetivo central abordar através da arte e sob o ângulo da visão da mulher as grandes crises ambientais e a condição contemporânea do feminino. “A mulher, a mãe natureza, a opressão e a destruição ambiental: o que têm a dizer sobre isso as mulheres artistas, artisticamente?”, questiona a curadora da exposição.

As artistas selecionadas vão apresentar um conjunto original de desenhos, fotografias, instalações, pinturas, cerâmicas e objetos em diálogo com o espaço do Museu. Segundo Nathalie Nicolas, este projeto parte de duas preocupações centrais: a condição feminina atual e a questão ecológica, temas atualmente cruciais. “Não só em âmbito nacional, local, mas principalmente na contemporaneidade brasileira a mulher e a natureza têm se constituído como temas urgentes que tem mobilizado a política, a ciência, a filosofia e também nas artes”, explica.

Nas palavras da curadora, as obras da artista capixaba revelam uma sinfonia obscura e mostram com força como nosso ambiente frágil pode ser mais ameaçado do que nunca. “Procurava uma obra que pudesse ilustrar um daqueles momentos em que uma sombra ocupa os nossos pensamentos ou o gesto de pintar, mesmo libertador, pode também expressar a preocupação do momento. Imediatamente pensei que as sombras que resultam em suas pinturas quase pretas me lembravam de restos de incêndios florestais, de carvão ainda fumegante. Talvez a pintura de um momento de angústia em que a artista consegue captar o corpo calcinado da natureza que está em perigo e, com isso, nos leve a nos questionar sobre o que acreditamos ser imutável e, no entanto, quem de nós pode escapar a qualquer momento”, conta Nathalie Nicolas.

Para Samira Pavesi foi uma honra ser convidada pela curadora a participar da exposição. “Minha obra é uma eterna investigação do universo feminino, do eu pessoal, dos desejos e anseios daquele momento livre que vivo, observo, e isso se reflete nas minhas pinturas. Uma arte muitas vezes instintiva. Eu deixo fluir e só entendo por completo a obra depois que termino todo o processo. E analisando posteriormente porque essas minhas duas pinturas foram escolhidas, acredito que pelo ar figurativo botânico feminino presente na maioria das minhas obras, mas que neste caso, mesmo visível essa vegetação, o colorido e suas formas se emaranham entre sombras, escuridão, grades ilusórias. Como se a mãe natureza, presente na minha infância vivida na roça, estivesse morrendo, aprisionada, e está tentando viver, e assim pedindo socorro. Como acontece com o meio ambiente nos dias atuais ou, por exemplo, com uma mulher calada pela violência psicológica e/ou física da qual em muitos casos ela não consegue se libertar”, analisa a artista.