Dinheiro
Seu bolso: preços devem continuar a subir no ES até o final do ano
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi revisto de 5,9% para 7,1% em 2021. E a inflação dos últimos 12 meses beira os 9%.

Economia. Foto: Pixabay
É só ir ao supermercado ou ar pelo posto de combustível para atestar que não dá para para consumir a mesma quantidade de alguns meses atrás com o mesmo orçamento. Os alimentos estão mais caros e, se antes a vilã no aumento era a carne, agora a atenção está voltada para o frango. A gasolina já subiu quase 30% no ano e a dos R$ 6.
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E a previsão é que os preços continuem a subir até o final do ano. Nesta terça-feira (24) o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) alterou a projeção para a inflação deste ano. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi revisto de 5,9% para 7,1% em 2021. E a inflação dos últimos 12 meses beira os 9%.
Para Arilda Teixeira, doutora em Economia e professora da Fucape, o aumento é explicado primordialmente pelo aumento do preço internacional dos insumos usados dentro da economia brasileira para produzir bens e serviços, como o barril de petróleo, as matérias-primas agrícolas e também as commodities industriais como minério de ferro, bauxita e calcário.
“Isso encarece a produção de bens e serviços que utiliza esses insumos. E se encarece o custo de produção o preço de venda vai aumentar. Essa é a primeira face do aumento de preços e o Brasil não tem gerência sobre ele”, explica.
Outro fator que impactou o aumento dos preços no mercado interno do Brasil foi o custo trazido pela pandemia da covid. Ao ter que fechar um estabelecimento ou suspender atividade, fez com que parte da economia parasse. “Muitas empresas não tiveram resultado e isso representou um prejuízo significativo. A partir de 2021 quando as restrições foram atenuadas e as atividades retomando, está se cobrando o preço que se deixou de ganhar no período anterior”, detalha.
A professora detalha que foi o choque inflacionário de custo, com aumento do custo de produzir e com efeito da covid sobre a atividade econômica, que aumentou o custo de vida.
“O aumento do preço do dólar há dois anos é pela instabilidade e imprevisibilidade que está dentro da economia brasileira pelos rumos que ela tem tomado também influenciado pela política. A política econômica está solta e isso está gerando uma imprevisibilidade. Mercado nenhum gosta de imprevisibilidade”, diz.
Futuro
A professora avalia que os preços poderão cair quando os preços internacionais voltarem ao patamar antes da pandemia. Ou ainda quando economia brasileira interna demonstrar mais assertividade em corrigir os entraves internos ao crescimento econômico.
