Dinheiro
Órgãos públicos e empresas do ES apostam em trabalho remoto permanente
Governo e prefeituras tem parte dos servidores trabalhando de casa; empresas adotaram modelo híbrido

Teletrabalho, home office ou trabalho remoto.
De um dia para outro, a pandemia da covid-19 levou boa parte dos profissionais a trocarem o escritório pelo trabalho em casa. Quase dois anos depois e após a vacinação em massa, muitas empresas optaram pelo retorno dos funcionários ao ambiente de trabalho. Outras implantaram de vez o sistema híbrido, em que os funcionários trabalham alguns dias em casa e outros na empresa.
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No governo do Espírito Santo e em algumas prefeituras, o modelo do teletrabalho foi implementado de forma permanente para alguns setores. Cariacica implementou o teletrabalho de vez em janeiro de 2021 e Vila Velha regulamentou a modalidade na semana ada. No governo estadual, atualmente há 800 servidores atuando em home office, dos mais de 50 mil na ativa.
Em Vitória, o modelo existe desde 2018, mas o secretário de cada pasta é quem define e autoriza a realização do trabalho remoto. E também há prazo máximo de um ano para o modelo. Já a Serra informou que, antes de adotar o teletrabalho de forma mais regular, pretende investir em sistemas robustos de rede que garantam esse funcionamento.
Flex office nas empresas
Por outro lado, em muitas empresas de tecnologia, o formato flex office tem sido um dos mais implementados. A Vale, por exemplo, adotou um modelo que combina o trabalho remoto e o uso de espaços colaborativos. Um hub colaborativo foi construído fora do espaço operacional, na Enseada do Suá, em Vitória. O prédio é destinado ao engajamento, desenvolvimento e treinamento de equipes, contando com mesas flexíveis e ambientes voltados para integração e colaboração.
“A pandemia acelerou mudanças já em curso na empresa e fez com que o modelo de colaboração e os espaços físicos de trabalho fossem repensados”, informou a empresa, por nota.
Para Katia Vasconcelos, presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos no Espírito Santo (ABRH-ES), ado o alongamento da crise sanitária, o trabalho remoto fica como grande tendência.
“Uma vez com a vacinação em estágios mais avançados há empresas que já voltaram e há empresas que estão voltando gradualmente, dando às pessoas o poder de decisão. Há também empresas que não voltaram e estão terminando a tomada de decisão quanto ao layout e ao modelo híbrido. E há também quem não voltará”, detalha.
Ela explica que essas empresas que não voltam têm condições tecnológicas para sustentar isso. Por esse motivo acabam se tornando mais competitivas e atrativas para bons profissionais por estarem à distância.
Já o especialista e empresário Erik Lorenzon considera a implementação do modelo um desafio para os empresários.
“Alternar dias de trabalho presencial e home office não surgiu agora, mas ganhou força na pandemia. Apesar da flexibilidade que esse arranjo proporciona, é importante também organizar as escalas para que o rendimento e a comunicação entre as equipes e suas lideranças não se percam pelo meio do caminho. Não é apenas um ‘vai quem quer’. O modelo híbrido, como qualquer outra condição de relação de trabalho, deve ter regras e indicadores para se manter sustentável”, destaca Lorenzon.
Dentre as condições que precisam ser revistas para a implementação do sistema de rodízio da jornada de trabalho na sede da empresa e em home office, é preciso realizar um aditivo nos contratos de trabalhos, sinalizando que o funcionário trabalhará de casa parte da jornada semanal. Deve-se definir também questões como ajuda de custo e controle de horas, por exemplo. Tratam-se de questões que devem ser regulamentadas para garantir a segurança jurídica das empresas e também das equipes.
