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Dinheiro

Dólar sobe 3,7% e vai a R$ 5,19, novo recorde histórico

No encerramos do pregão, o dólar à vista encerrou em R$ 5,1960, em alta de 3,74%

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Bolsas caem e dólar beira R$ 4,80 com petróleo e coronavírus. Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

No encerramos do pregão, o dólar à vista encerrou em R$ 5,1960, em alta de 3,74%. Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

 

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Em um dos dias mais nervosos no mercado financeiro mundial na atual crise gerada pela pandemia de coronavírus, o dólar foi a R$ 5,25 na máxima do dia, renovando seu recorde histórico. Para tentar acalmar os investidores, o Banco Central fez quatro leilões de dólares, mas em um deles vendeu apenas US$ 30 milhões, um indício de que, com a elevada incerteza e perspectiva de piora da atividade doméstica e mundial, investidores já não querem pagar qualquer preço para terem dólares, nem o BC quer vender a qualquer taxa. No encerramos do pregão, o dólar à vista encerrou em R$ 5,1960, em alta de 3,74%. No ano, a moeda americana já sobe 30% e no mês, 16%.

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Refletindo o nervosismo dos investidores hoje, o mecanismo de circuit breaker foi acionado na B3 pela sexta vez este mês, e quase chegou a ser acionado pela sétima na parte da tarde. Os juros futuros atingiram os limites de oscilação máxima. Em Nova York, os índices também pararam e, na Europa, os mercados perderam mais de 5%.

Além das ações do BC, o presidente Jair Bolsonaro e seus ministros, incluindo o da Economia, Paulo Guedes, ficaram cerca de duas horas em uma entrevista coletiva para explicar as ações do governo, mas nem isso tranquilizou os mercados, com o dólar indo às máximas, a R$ 5,2570 durante a entrevista, quando foi anunciado o terceiro leilão de dólares à vista do dia. O valor total da oferta não foi anunciado e o BC informou que vendeu US$ 30 milhões.

A analista de moedas do banco alemão Commerzbank, You-Na Park-Heger, avalia que em meio ao pânico, os mercados parecem estar questionando a capacidade dos governos de agir para impedir a piora da crise. No caso do Brasil, ela observa que esses temores se amplificam porque a capacidade fiscal da economia brasileira é limitada e a disparada do dólar pode limitar um corte mais agressivo dos juros. Pesa negativamente a visão de que o presidente Jair Bolsonaro parece não estar levando a pandemia muito a sério, ressalta ela. O número de casos no Brasil ainda é baixo, mas a analista observa que isso não quer dizer muita coisa, basta olhar o que aconteceu em outros países.

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Com a crise gerada pela pandemia, os estrategistas do banco francês Société Générale (SG) elevaram as previsões para o dólar nos mercados emergentes. No caso do Brasil, a previsão é de que a moeda americana fique em R$ 5,15 até o final do primeiro trimestre, continue perto de R$ 5 na segunda metade do ano e chegue a R$ 5,25 ao final do primeiro trimestre de 2021. Ante emergentes, em dia que os preços do petróleo despencaram, o dólar disparou 7% hoje na Rússia, 4% no México e na Colômbia. Na Turquia, avançou 3%.

Estadão Conteúdo