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Copom reduz taxa básica da economia para 5% ao ano e indica novo corte

A expectativa é de que com o reequilíbrio das contas públicas com as reformas, a queda dos juros se consolide e a economia se recupere de forma sustentável

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A recuperação lenta da economia brasileira e os índices controlados de inflação levaram o Banco Central a promover, na noite desta quarta-feira, 30, a terceira redução consecutiva de juros. O Comitê de Política Monetária (Copom) anunciou corte de 0,50 ponto porcentual da Selic (a taxa básica da economia), de 5,5% para 5% ao ano. Com isso, a taxa está agora em um novo piso da série histórica, iniciada em junho de 1996. Em comunicado, o BC ainda deixou margem para um novo corte de meio ponto porcentual até o fim do ano.

A decisão era largamente esperada pelo mercado financeiro. De um total de 48 instituições consultadas pelo Projeções Broadcast, todas projetavam corte de 0,50 ponto porcentual.

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Na avaliação do Copom, as reformas econômicas têm avançado no Brasil, mas é preciso “perseverar nesse processo”.

A reunião foi a primeira do colegiado desde que as mudanças na Previdência foram aprovadas no Congresso. A expectativa do BC é de que, com o reequilíbrio das contas públicas com as reformas, a queda dos juros se consolide e a economia se recupere de forma sustentável.

O BC avaliou ainda que os indicadores de atividade reforçam a continuidade do processo de recuperação da economia, mas que “essa recuperação ocorrerá em ritmo gradual”.

Na avaliação do Copom, o ambiente externo segue “relativamente favorável” para países emergentes, mas os riscos de uma desaceleração global mais intensa permanecem.

A instituição também levou em conta os índices de inflação, que estão controlados, e deixou margem para novo corte de meio ponto porcentual em dezembro, o que faria a Selic atingir 4,5%. “A consolidação do cenário benigno para a inflação prospectiva deverá permitir um ajuste adicional, de igual magnitude”, disse a instituição, em sua linguagem técnica. Para o início de 2020, porém, a sinalização é de que o corte pode ser menor ou nem mesmo ocorrer.

Para o economista Julio Cesar Barros, da Mongeral Aegon Investimentos, “a janela para juro abaixo de 4,5% ficou bem menor do que o mercado estava esperando.” O economista-chefe do Haitong Banco de Investimentos, Flávio Serrano, segue a mesma linha. “O Copom deixa claro que haverá mais uma queda de 0,5 ponto em dezembro, mas a tendência é não fazer mais nada depois disso.”

A nova taxa básica levou Banco do Brasil, Caixa, Itaú e Bradesco a anunciarem cortes em diversas linhas, de empréstimo pessoal a crédito imobiliário.

O Brasil ainda tem uma das maiores taxas reais (descontada a inflação) do mundo. Levantamento do site MoneYou e da Infinity Asset mostra que o juro real do Brasil, de 1,65%, é o oitavo maior entre as 40 economias mais relevantes.

Estadão Conteúdo