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Após morte de João Alberto em loja, Carrefour tem dia de perdas na Bolsa

Papéis da varejista chegaram a cair mais de 6% após um fim de semana de protestos devido ao assassinato do soldador João Alberto Silveira Freitas por seguranças da varejista

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A nova era dos investimentos brasileiros – parte II. Foto: Pexels

Bolsa de valores. Foto: Pexels

 

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As ações do Carrefour lideram as perdas na Bolsa brasileira nesta segunda-feira (23), depois da morte por espancamento de um homem negro em uma loja da rede em Porto Alegre. A queda vai na contramão do resultado do Ibovespa, o principal índice da B3, que sobe com o otimismo sobre mais uma vacina contra o coronavírus, desta vez da farmacêutica AstraZeneca, em parceria com a Universidade de Oxford.

O risco fiscal no Brasil, porém, pressiona o dólar, que voltou a superar os R$ 5,40. O país participa diretamente dos testes da vacina da AstraZeneca, com resultados mostrando que a eficácia pode chegar a até 90% – além disso, o medicamento precisa de uma refrigeração mais simples que a de concorrentes. Às 15h45, o dólar subia 1,05%, cotado a R$ 5,4425. O Ibovespa avançava 0,89%, chegando aos 106.982,54 pontos.

No mesmo horário, as ações de Carrefour caíam 6,13%. Após um final de semana de protestos devido ao assassinato do soldador negro João Alberto Silveira Freitas por seguranças da varejista, o supermercado foi alvo de uma série de advertências. O CEO global do Grupo Carrefour, Alexandre Bompard, pediu ao Carrefour Brasil “que seja realizada uma revisão completa das ações de treinamento dos colaboradores e de terceiros, no que diz respeito à segurança, respeito à diversidade e dos valores de respeito e repúdio à intolerância”.

O crime também causou indignação em parte dos fornecedores. A fabricante de bebidas Ambev cobrou do Carrefour “medidas imediatas e efetivas” que impeçam novos episódios de discriminação.

O empresário Abílio Diniz, membro dos Conselhos de istração do Carrefour Global e do Carrefour Brasil, pediu à empresa para trabalhar “incansavelmente para que fatos trágicos como este jamais se repitam no Brasil”. Em Paris, as ações do Grupo Carrefour tinham queda de 2,25%.

Outras ações têm dia de alta

Em um ambiente de otimismo com a vacina contra a covid-19, ações de empresas que sofreram com as medidas de isolamento social, caso de aéreas, têm alta, assim como as da Petrobrás, que acompanham o aumento de mais de 1% do petróleo.

A animação com a vacina chegou a fazer o dólar cair mais cedo, batendo na mínima de R$ 5,34, mas a fala otimista do ministro da Economia, Paulo Guedes, sobre a agenda reformista do país não tranquilizou o mercado financeiro sobre o risco fiscal. À tadre, a moeda americana ou a subir, também acompanhando movimento do exterior.

Operadores do mercado financeiro comentam que, mais que retórica, agora são necessárias ações concretas na área fiscal. “O que Guedes fala só fará de fato preço quando o ministro fizer o que diz”, disse um deles. O próprio presidente da B3, Gilson Finkelsztain, afirmou estar “um pouco frustrado” com o andamento da agenda fiscal.

No exterior, as Bolsas de Nova York e da Europa operam majoritariamente em alta. Além da vacina da AstraZeneca, os índices de consumo com resultado melhor que o esperado nos EUA e na Europa contribuem para o bom humor.

Estadão Conteúdo