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Setor de vestuário do ES teve 94% de redução das vendas

Pesquisa da Findes aponta que 20% delas teve faturamento zero; maior impacto foi causado pelo cancelamento ou adiamento de pedidos

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Setor de vestuário também tem tido dificuldade de conseguir crédito. Foto: Pixabay

Desde o início da crise do coronavírus, empresas do setor de vestuário do Espírito Santo tiveram 94% de redução nas vendas, sendo que 20% delas tiveram faturamento zero.  Os dados são de pesquisa encomendada pela Câmara Setorial da Indústria do Vestuário, ligada à Findes (Federação das Indústrias do Espírito Santo).  O setor de vestuário, que engloba produtos têxteis e confecções de calçados, representa 11,2% do emprego industrial no estado, gerando 13.059 postos de trabalho.

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O principal impacto apontado pelos empresários na pesquisa (segundo 80% dos entrevistados) foi o cancelamento ou adiamento de pedidos. Muitas empresas aram a negociar com fornecedores, adiar pagamento de impostos, e negociar aluguel ou condomínio para tentar reduzir o baque financeiro. E ainda se voltaram para o desenvolvimento de novos produtos e aram a utilizar mais novos canais de venda.

Readequação na folha de pagamento foi outra medida adotada. Demissões foram realizadas por  60% das empresas Outra 50% adotaram férias coletivas como solução temporária e 30% reduziram a jornada de trabalho. Apenas metade das empresas têm a expectativa de realizar o pagamento dos salários de maio e junho integralmente e em dia.

Segundo o presidente do Sinvesco (Sindicato das Indústrias do Vestuário de Colatina) e conselheiro da Câmara, Paulo Roberto Almeida Vieira, o resultado negativo trouxe mudanças significativas no setor.  Para ele, a dificuldade de o ao crédito, neste momento, impulsionou esse resultado. Quase metade das empresas teve piora no o ao crédito ou simplesmente não conseguiram nenhum financiamento. “São exigidas muitas garantias em um momento de incerteza econômica, além de taxas de juros altas. Por conta disso, as empresas já enfrentam grandes dificuldades, principalmente as micro e pequenas. Há conflitos entre o que o governo recomenda e aquilo que os bancos praticam”, detalhou Paulo.

A pesquisa revela que 45% das empresas deixaram de pagar impostos e tarifas, 90% das empresas têm expectativa de redução no faturamento para o 2º semestre de 2020, comparando com o mesmo período em 2019. E para 76% das empresas, a expectativa é que o faturamento do 2º semestre de 2020 tenha uma redução de no mínimo 41%, comparando com o mesmo período em 2019.

Essa expectativa está alinhada com o fechamento de empresas do setor, uma vez que os empresários acreditam que pelo menos 21% dos negócios serão interrompidos.

Para Paulo Vieira, a saída está em investimentos em marketing digital e desenvolvimento de novos modelos de negócios e produtos. “Neste momento, a Federação tem desenvolvido um papel fundamental, trazendo informações e ferramentas para apoiar as empresas em tomadas de decisão para tentarmos minimizar esses impactos, que atingem principalmente as micro e pequenas”, ponderou.