Dia a dia
Secretário de Saúde justifica falta da 2ª dose da Coronavac no Espírito Santo
Atraso superior a 28 dias para a 2ª dose da vacina não é motivo para desespero

Nesio Fernandes e Luiz Carlos Reblin. Foto: Divulgação/Sesa
O secretário de Saúde do Espírito Santo, Nésio Fernandes, justificou através das redes sociais os motivos pelos quais estão faltando a segunda dose da vacina Coronavac no estado. Segundo ele, o Governo do Estado “sempre orientou o uso da 1ª dose e a reserva da 2ª dose em todos os lotes que vieram com esta definição do Ministério da Saúde (MS). No entanto, nas remessas 8/9/10 o MS orientou usar amplamente D1”.
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Nésio informou que em alguns Estados gestores estaduais e municipais decidiram aplicar todo estoque de 2ª dose para a 1ª dose, mas esse não foi o caso do Espírito Santo, que segue com disciplina a orientação do Ministério da Saúde.
Fernandes esclareceu também que as doses usadas para vacinar professores e forças de segurança não são da Coronavac. “São majoritariamente da Astrazeneca, representando uso de parte da reserva técnica da mesma. Professores começarão de fato somente na próxima semana”.
O secretário se isentou da responsabilidade pela falta da vacina e disse que essa realidade não atinge apenas o Estado. “Somente está faltando doses da Coronavac no Espírito Santo e a culpa é dos gestores municipais? Não. Esta faltando em todo Brasil. Os gestores municipais capixabas estão executando a vacinação com grande desempenho e celeridade, faltam vacinas para completar o esquema”.
Efeito da vacina com atraso superior a 28 dias
O secretário descartou a perda do efeito da vacina pelo atraso superior a 28 dias para quem já tomou a 1ª dose. “A vacina é um imunizante poderoso, após aplicada não é um produto que se decompõe pela validade de dias. Até o presente momento a ampla maioria dos estudos reforçou vantagens na ampliação do prazo de aplicação entre doses”.
Fernandes fez um alerta para aqueles que sugerem tomar a segunda dose de outra vacina. “EM HIPÓTESE ALGUMA, NÃO! Não existem estudos de segurança e eficácia disponíveis para subsidiar o cruzamento de doses de fabricantes distintos”.
O secretário garante que não existe intervalo máximo entre as doses e, “na imensa maioria das vezes não há prejuízo na produção de anticorpos com a ampliação breve do período entre doses. Com uma dose já há uma grande proteção contra infecção, casos moderados/graves e óbitos”.
De acordo com Nésio Fernandes, “no Plano Nacional de Imunização, nunca contra-indicamos abandono de esquema por atraso na aplicação da doses da ampla maioria das vacinas”.
De quem é a culpa?
Para o secretário de Saúde do Estado, não tem culpados para a falta de vacinas da 2ª dose. “A bula e as normas do PNI recomendam aplicação da 2ª dose entre 14-28 dias. Pacientes com frequência reinvidicaram receber a vacina logo após 14 dias. Sempre orientamos aplicar com 28 dias, no entanto os próprios pacientes reinvidicavam”.
Fernandes esclareceu ainda que houve problema na produção Butantan. “Existia estabilidade na produção da Coronavac, o MS e o Butantan decidiram por orientar aplicação da 1ª dose baseado nela, Estados e Municípios cumpriram a orientação. Mantida a estabilidade não teríamos atrasos”.
Para finalizar, o secretário de Saúde disse que não há motivos para desespero por parte da população capixaba vacinada. “Os insumos já chegaram no Butantan e até a primeira quinzena de maio serão fornecidas progressivamente todas as doses necessárias para aplicação da 2ª dose. O calendário será atualizado e seguiremos avançando na luta contra a COVID-19”.
